Vinte e quatro

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A última aula foi um porre

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A última aula foi um porre. Seria o nosso último treino antes do jogo, a porra de um jogo decisivo e que poderia nos manter invictos ou foder com todo o histórico do Santa Mônica.

Eu me sentia quebrado, meus músculos doíam, as minhas pernas ardiam a cada passo, mas nada que uma boa noite de sono não resolvesse. James Heyens e eu havíamos sido os últimos a sair do campo. Quando o sinal ecoou e o fim da aula foi anunciado, absolutamente ninguém perdeu tempo em se mandar. Contudo, nos dois acabamos ficando para trás. James saiu do banho e se vestiu primeiro que eu, perguntando-me se precisava de carona pouco antes de virar-se para ir embora. Eu estava de carro.

Logan esteve nervoso durante todo o treino, e eu não nego que isso também caiu sobre mim. A possiblidade de Tóquio ter ouvido a conversa que ele tivera com o seu pai na noite anterior foderia tudo.

Ele ainda não havia falado com ela. E eu sei que o aviso mandado por Elliot não foi tão macio como o que Logan passou a mim e a Joseph. Aquele velho é podre.

Após me trocar e estar com a mochila nas costas, sentei-me no banco ante os armários e comecei a responder algumas mensagens no celular. Entregando, em dado momento, um barulho alto o suficiente tomou a minha atenção. O vestiário já estava escuro, James havia se encarregado de apagar quase todas as luzes quando saiu. Havia pouca claridade, e em meio ao escuro, eu ouvi algumas vozes. Franzi o cenho, não consegui identificar do que se tratava. Com dois corredores de armários, eu estava no último, próximo a parede, mas o barulho e as vozes vinham do primeiro.

Próximo a porta.

Tentei não chamar atenção, arrastei-me sorrateiramente até o primeiro corredor e o que eu vi fez com que minhas sobrancelhas se unissem. Haviam duas pessoas, uma garota com o cabelo cheio de tranças e um cara alto. Provavelmente do time.

Eu não reconheci nenhum dos dois.

Então, outra vez o barulho dos armários se mechando, a garota havia empurrado o cara com força. Ouvi um riso.

— Gosto da sua atitude.

Caleb. Eu reconheceria a voz daquele filha da puta em qualquer lugar. Um súbito frio percorreu a minha espinha, os meus ombros se tensionando instantemente. Meus olhos estavam vidrados na cena, a silhueta feminina me parecia familiar.

Então, após esta constatação, uma onda de hesitação tomou o meu corpo. Prendi a respiração, meu coração começava a acelerar-se.

Não pode ser.

E talvez aquela dúvida que ainda restasse foi o real motivo pelo qual as minhas pernas tremeram um pouco quando, num rompante, ela estava no colo dele. Sendo prensada na parede.

Puta. Que. Pariu.

Ágata tinha os olhos fechados com força, e eu engoli em seco. Não consegui ver mais encarar a cena, apenas recuei os meus passos e apoiei as minhas costas no armário. Soltei a respiração, e esse simples gesto fora dolorido.

Petricor| RETA FINALOnde as histórias ganham vida. Descobre agora