02. Kaylee, My name is Kaylee

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Duas mulheres entram na sala branca onde Kaylee ainda criança brincava, elas pareciam estar bravas uma com a outra. Kaylee se escondeu atras de uma das mesas e prestou atenção em tudo que as mulheres diziam. As duas vestiam jalecos medicos com as letras C.R.U.E.L escritas no peito.

— Isso é loucura! Eles são apenas crianças.

—  São nossa unica salvação. – A loira responde indiferente.

— Eles não merecem sofrer assim! Minha filha não merece sofrer assim! – Gritou a morena.

—  Kaylee é diferente de todas aquelas crianças, Cassandra. Precisamos dela!

— Precisam do sangue dela, precisam do que faz ela uma imune. Mas escute com atenção o que vou te dizer, Ava. Você não vai mais machucar a Kaylee e nem nenhuma outra criança. — Ameaçou.

Sem querer a pequena Kaylee acabou derrubando uma bandeija de aço no chão fazendo um barulho alto e chamando a atenção das mulheres. Ela se encolheu com medo.

— Kaylee, meu amor. Você não deveria estar aqui. — A morena, "Cassandra" se aproximou a tirando do chão.

— Me entregue a garota, Cassandra.

— Não! Vocês nunca mais irão machuca-la, não enquantou eu viver. — Cassandra disse colocando Kaylee atras de si como proteção.

A loira a encarou sem expressão.

— Que assim seja.

Um tiro foi ouvindo e logo depois o corpo sem vida da mulher caiu no chão sem vida.

Kaylee acordou assustada. O sonho se repetia diversar vezes em sua mente enquanto perguntas surgiam.

Enquanto pensava no sonho, Kaylee percebeu que não estava mais na grama macia da clareira e sim presa em uma especia de caixa de areia minuscula. Aquilo deveria ser o tal amansador que os garotos comentaram mais cedo.

Kaylee se levantou do chão de terra e se aproximou olhando pelos burracos que compunham a porta daquele lugar. Garotos andavam por todos os lados, conversando e carregando coisas. Nenhuma menina era vista no meio deles, o que reforçava a teoria de que ela seria a unica.

— Oi. — A voz do garoto moreno assustou Kaylee a fazendo com que ela batesse com força na parede atras dela.

Ele desconfiava que a garota não era coisa boa, mas mesmo assim abriu a porta da cela, sentia que ela merecia um voto de confiança.

— Meu nome é Alby. — Sorriu. — Sabe me dizer qual é o seu nome? Ou de onde é?

Kaylee pensou, mas a unica coisa que se lembrava com clareza era do seu nome.

Kaylee, meu nome é Kaylee.

— Se lembra de mais alguma coisa? O nome dos seus pais? Onde mora? Talvez o nome de alguem conhecido? — Perguntou.

Os nomes das mulheres do seu sonho apareceram rapidamente em sua mente, logo depois o barulho do tiro e a imagem do corpo de uma delas caindo no chão invadiram sua mente, ela fechou os olhos com força tentando tirar aquela cena horrivel da cabeça e como resultado, uma lagrima solitaria caiu.

— Não lembro de mais nada. — Mentiu.

Alby acentiu desconfiado e depois de alguns segundos, ofereceu sua mão para a garota com um sorriso acolhedor.

— Vou te mostrar sua nova casa.

[...]

Alby andou lado a lado com Kaylee mostrando a ela cada cantinho da clareira. Todos os garotos que passavam a olhavam dos pés a cabeça como se ela fosse algum tipo de troféu, alguns ate faziam piadinhas nojentas mas Alby a defendeu a todo momento, dizendo que o proximo garoto que fizesse outra piadinha seria banido. Seja la o que isso significasse.

— Ficamos surpresos com sua chegada.

— Não esperavam uma garota? — Riu.

Alby a olhou de relance.

— Não, nós não esperavamos uma garota. Mas não foi isso que nos deixou assim.

Kaylee o olhou confusa e ele logo explicou.

— Todo mês, a caixa nos envia suprimentos e um novo fedelho, mas você chegou aqui mais cedo. O fedelho do mês so esta aqui a duas horas. — Disse Alby.

Kaylee não deu muita importancia para aquela informação, não fazia ideia de como as coisas funcionavam ali e tambem não fazia ideia do por que estava ali, mas acreditava que era um erro.

Alby voltou a falar sobre a clareira e os diversos trabalhos que os clareanos exerciam ali, mas a atenção de Kaylee estava voltada para a abertura que ficava entre os muros assustadores. Ela tentou, mas não conseguiu conter sua curiosidade.

— Que lugar é aquele?

Alby parou a explicação, ele dirigiu um olhar ameassador para a garota, parecia que um alerta "anti-curiosos" tinha ligado dentro do cerebro dele.

— Nós so temos três regras aqui. A primeira delas: faça sua parte, preguiçosos não tem lugar aqui. Segunda: Nunca machuque outro clareano, nada funciona sem confiança e a ultima e mais importante. Nunca, em hipotese alguma atravesse aqueles muros. Você me intendeu, novata?

Kaylee não respondeu.

— Alby! — Um garoto gorduchinho e de cabelos encaracolados apareceu do nada ao lado deles.

— Eai, Chuck. — Alby sorriu.

O garotinho sorriu de um jeito fofo ao perceber a presença da garota. Ele parecia o unico realmente feliz em ve-la ali.

— Oi, eu sou o Chuck.

— Kaylee.

— Seja bem-vinda, Kaylee.

Ele ficou olhando pra Kaylee como se estivesse hipnotizado, e por impulso Kaylee acariciou uma das bochechas dele que logo se tornaram avermelhadas deixando ele mais fofo ainda.

— Chuck, pode conseguir um lugar pra ela dormir essa noite? — Alby perguntou.

Um sorriso ainda maior surgiu.

— Ela pode dormir perto de mim e do novato, ninguem tocará nela, Alby. Eu prometo. — Respondeu.

— Otimo. — Alby sorriu.

Alby saiu andando e deixou Kaylee sobe a responsabilidade de Chuck. Ele contou a ela toda a historia da clareira em menos de cinco minutos, ele falava muito e era um pouco irritante tambem, mas Kaylee o adorou, ele era como um irmazinho fofo que ela nunca teve. Ela sabia que ele nunca tocaria nela, era uma criança afinal, e talvez o unico ali em quem pudia confiar.



The Maze Girl {The Maze Runner}Where stories live. Discover now