Duas mulheres entram na sala branca onde Kaylee ainda criança brincava, elas pareciam estar bravas uma com a outra. Kaylee se escondeu atras de uma das mesas e prestou atenção em tudo que as mulheres diziam. As duas vestiam jalecos medicos com as letras C.R.U.E.L escritas no peito.
— Isso é loucura! Eles são apenas crianças.
— São nossa unica salvação. – A loira responde indiferente.
— Eles não merecem sofrer assim! Minha filha não merece sofrer assim! – Gritou a morena.
— Kaylee é diferente de todas aquelas crianças, Cassandra. Precisamos dela!
— Precisam do sangue dela, precisam do que faz ela uma imune. Mas escute com atenção o que vou te dizer, Ava. Você não vai mais machucar a Kaylee e nem nenhuma outra criança. — Ameaçou.
Sem querer a pequena Kaylee acabou derrubando uma bandeija de aço no chão fazendo um barulho alto e chamando a atenção das mulheres. Ela se encolheu com medo.
— Kaylee, meu amor. Você não deveria estar aqui. — A morena, "Cassandra" se aproximou a tirando do chão.
— Me entregue a garota, Cassandra.
— Não! Vocês nunca mais irão machuca-la, não enquantou eu viver. — Cassandra disse colocando Kaylee atras de si como proteção.
A loira a encarou sem expressão.
— Que assim seja.
Um tiro foi ouvindo e logo depois o corpo sem vida da mulher caiu no chão sem vida.
Kaylee acordou assustada. O sonho se repetia diversar vezes em sua mente enquanto perguntas surgiam.
Enquanto pensava no sonho, Kaylee percebeu que não estava mais na grama macia da clareira e sim presa em uma especia de caixa de areia minuscula. Aquilo deveria ser o tal amansador que os garotos comentaram mais cedo.
Kaylee se levantou do chão de terra e se aproximou olhando pelos burracos que compunham a porta daquele lugar. Garotos andavam por todos os lados, conversando e carregando coisas. Nenhuma menina era vista no meio deles, o que reforçava a teoria de que ela seria a unica.
— Oi. — A voz do garoto moreno assustou Kaylee a fazendo com que ela batesse com força na parede atras dela.
Ele desconfiava que a garota não era coisa boa, mas mesmo assim abriu a porta da cela, sentia que ela merecia um voto de confiança.
— Meu nome é Alby. — Sorriu. — Sabe me dizer qual é o seu nome? Ou de onde é?
Kaylee pensou, mas a unica coisa que se lembrava com clareza era do seu nome.
— Kaylee, meu nome é Kaylee.
— Se lembra de mais alguma coisa? O nome dos seus pais? Onde mora? Talvez o nome de alguem conhecido? — Perguntou.
Os nomes das mulheres do seu sonho apareceram rapidamente em sua mente, logo depois o barulho do tiro e a imagem do corpo de uma delas caindo no chão invadiram sua mente, ela fechou os olhos com força tentando tirar aquela cena horrivel da cabeça e como resultado, uma lagrima solitaria caiu.
— Não lembro de mais nada. — Mentiu.
Alby acentiu desconfiado e depois de alguns segundos, ofereceu sua mão para a garota com um sorriso acolhedor.
— Vou te mostrar sua nova casa.
[...]
Alby andou lado a lado com Kaylee mostrando a ela cada cantinho da clareira. Todos os garotos que passavam a olhavam dos pés a cabeça como se ela fosse algum tipo de troféu, alguns ate faziam piadinhas nojentas mas Alby a defendeu a todo momento, dizendo que o proximo garoto que fizesse outra piadinha seria banido. Seja la o que isso significasse.
— Ficamos surpresos com sua chegada.
— Não esperavam uma garota? — Riu.
Alby a olhou de relance.
— Não, nós não esperavamos uma garota. Mas não foi isso que nos deixou assim.
Kaylee o olhou confusa e ele logo explicou.
— Todo mês, a caixa nos envia suprimentos e um novo fedelho, mas você chegou aqui mais cedo. O fedelho do mês so esta aqui a duas horas. — Disse Alby.
Kaylee não deu muita importancia para aquela informação, não fazia ideia de como as coisas funcionavam ali e tambem não fazia ideia do por que estava ali, mas acreditava que era um erro.
Alby voltou a falar sobre a clareira e os diversos trabalhos que os clareanos exerciam ali, mas a atenção de Kaylee estava voltada para a abertura que ficava entre os muros assustadores. Ela tentou, mas não conseguiu conter sua curiosidade.
— Que lugar é aquele?
Alby parou a explicação, ele dirigiu um olhar ameassador para a garota, parecia que um alerta "anti-curiosos" tinha ligado dentro do cerebro dele.
— Nós so temos três regras aqui. A primeira delas: faça sua parte, preguiçosos não tem lugar aqui. Segunda: Nunca machuque outro clareano, nada funciona sem confiança e a ultima e mais importante. Nunca, em hipotese alguma atravesse aqueles muros. Você me intendeu, novata?
Kaylee não respondeu.
— Alby! — Um garoto gorduchinho e de cabelos encaracolados apareceu do nada ao lado deles.
— Eai, Chuck. — Alby sorriu.
O garotinho sorriu de um jeito fofo ao perceber a presença da garota. Ele parecia o unico realmente feliz em ve-la ali.
— Oi, eu sou o Chuck.
— Kaylee.
— Seja bem-vinda, Kaylee.
Ele ficou olhando pra Kaylee como se estivesse hipnotizado, e por impulso Kaylee acariciou uma das bochechas dele que logo se tornaram avermelhadas deixando ele mais fofo ainda.
— Chuck, pode conseguir um lugar pra ela dormir essa noite? — Alby perguntou.
Um sorriso ainda maior surgiu.
— Ela pode dormir perto de mim e do novato, ninguem tocará nela, Alby. Eu prometo. — Respondeu.
— Otimo. — Alby sorriu.
Alby saiu andando e deixou Kaylee sobe a responsabilidade de Chuck. Ele contou a ela toda a historia da clareira em menos de cinco minutos, ele falava muito e era um pouco irritante tambem, mas Kaylee o adorou, ele era como um irmazinho fofo que ela nunca teve. Ela sabia que ele nunca tocaria nela, era uma criança afinal, e talvez o unico ali em quem pudia confiar.
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The Maze Girl {The Maze Runner}
AdventureEm um futuro, meio apocaliptico, a jovem Kaylee é escolhida para desafiar o sistema. Ao acordar em um lugar desconhecido, a unica coisa que Kaylee se lembra é o seu proprio nome. Sua memoria esta completamente apagada. Mas ela não esta sozinha. A C...