6. Nestha - Panic Room

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Bem vindo à
Bem vindo à
Bem vindo à
Bem vindo à

Mais uma vez lá estava ela, encostada na porta principal do próprio apartamento, puxando os joelhos contra o peito, chorando sem parar enquanto observava tudo em meio a escuridão. Havia acabado de correr para longe de Cassian. Uma breve discussão entre os dois. Ele estava tentando a convencer a voltar para a vida. Deixar de ignorar tudo e todos a todo tempo. Como se fosse fácil para ela depois de tanto que viu.

Os soluços invadiram o espaço, havia apenas uma janela iluminando particularmente uma parte. A porta do banheiro. O estômago da Archeron embrulhou com o pensamento do que havia ali dentro. Soltou um grito do fundo de sua garganta. Não se importando se receberia reclamações dos vizinhos depois.

Inferno se erguendo, cabelo arrepiando
Estou pronta para o pior
Tão assustador, rosto empalidecendo
Medo que você não pode reverter

Ela se levantou, cambaleando por alguns segundos, com a visão escurecida pela rapidez que fez os movimentos. Gemeu quando bateu o pé contra o sofá. Quase caindo. Respirou fundo caminhando até lá. Abrindo a porta com temor. Passou uma mão para os próprios cabelos. Um grunido de dor escapou de si.
Enquanto olhava para a banheira.

Puxou de trás de sua nuca um tufo de cabelo, fazia coisas assim no meio da ansiedade que tanto dominada seu corpo. Que a fazia parar de pensar decentemente e a tomava seus movimentos um pouco.
Enguliu em seco enquanto se aproximada, ascendendo uma luz. Apenas aquela do cômodo onde estava.

Caiu de joelhos a frente da torneira que enchia aquilo que tanto temia.

Meu telefone não tem sinal
Está fazendo minha pele rastejar
O silêncio é tão alto
As luzes acendem e piscam
Com monstros muito maiores
Do que posso controlar agora

Podia sentir tudo girando quando apertou a mão entorno dali, movimentando lentamente para a esquerda, ouvindo o som da água cair e bater contra o mármore branco. Umideceu os lábios estremamente secos. Virando-se bruscamente para a porta, sentindo uma presença atrás de si. Mas nada havia.

Estava alucinando mais uma vez. Nunca conseguia se controlar perante aquilo. Perante aos seus medos que a matam aos poucos. Tiram sua sanidade e a envolvem em um casulo de dor infinita. Fazendo com que a viva temendo a cada momento.

Ela fechou a porta, trancando, certificando-se de dar várias voltas.

Bem-vindo ao quarto do pânico
Onde todos os seus medos mais sombrios vão
Vir até você, vir até você
Bem-vindo ao quarto do pânico
Você saberá que eu não estava brincando
Quando você os ver também, os ver também

A água mais do que já metade da banheira agora, não percebeu quando havia passado do que normalmente usava. Desligou rapidamente quando viu isso. Começando a chorar mais ainda. Não iria jogar a água fora. Tentaria entrar. E assim fez.
Despia seu próprio corpo, se olhando no espelho, notando a diferença.

Aquele magnífico corpo que já foi muito invejado e desejado quando era humana, agora estava esquelético. Nestha não comia direito. Se autonegligenciando nesse quesito.
Suas costelas estavam visíveis. Braços e pernas finas. Maçãs do rosto mais marcadas, coxas mais ralas.
Feyre havia lutado tanto para a manter bem, ainda lutava pela a irmã a todo momento. Porque fazia aquilo consigo mesma? Nestha pensava.
Era um caso perdido depois da guerra. Assim se imaginava. Feyre lutava pela irmã. Cassian lutava pela mulher que estava apaixonado.

Bem-vindo ao quarto do pânico
Bem vindo ao
Bem vindo ao
Bem vindo ao
Bem vindo ao

A Archeron começou a hiperventilar quando pós uma perna totalmente dentro da água. Segurando as bordas com tanta força que o material se despedaçou um pouco.
Metade do corpo dentro quando ela começou a chorar em prantos. Deixando que as memórias ruins a invadissem.

◕݂ࣨ  𝐃𝐄𝐒𝐈𝐑𝐄 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐒.Where stories live. Discover now