◕݂ࣨ 𝐃𝐄𝐒𝐈𝐑𝐄 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐒.

84. Lucien - Deadly Kiss

Makbut, uma palavra de origem árabe, considerada um sinônimo de "destino", porque expressa alguma coisa que estava predestinada ou um acontecimento que já estava "escrito nas estrelas"

Talvez, tudo que havia acontecido até agora, cada dor vivida, cada lágrima caída... Tudo isso fora feito para que Odette encontrasse Lucien.

A vida de ambos fora um tanto quanto perturbadora. O amor nunca foi presente para nenhum deles.
Apenas o medo ocupava o dia a dia de tais.

Quando se conheceram, juraram não sentir nada, mesmo que até um pequeno toque de mãos ocasionasse em eletricidade.
Não queriam assumir.
Negavam para si mesmo e um para o outro.

Não gostariam de perder mais pessoas.
Lucien não acreditava que poderia ter uma outra parceira pois Elain já ocupava aquele lugar.
E Oddie... Havia perdido o amor na primeira batalha contra os hybernianos, quando Amarantha ainda era viva.

O Vanserra queria Elain, porque o caldeirão o enganaria?
Odette pensava que nunca conseguiria ser amada novamente. E também não sabia se poderia amar havendo a possibilidade de ser deixada ao vento do nada.

Dentro de tudo isso, dentro de Lucien e Odette, dentro das conversas vagas que trocavam, havia esperança...
E ela se baseava em uma pergunta: Realmente existe amor entre os parceiros?
Ou apenas não há escolha?

Ao crescer, sempre foram ensinados como vai e deve amar o parceiro com tudo, entregando corpo e alma, pois ela foi "feita" para você.
As vezes, como no caso de Lucien, a pessoa era completamente diferente do que o mesmo imaginava e precisava.

Ele realmente ama Elain? Ou apenas carrega esse sentimento por causa do laço?
Nem mesmo ele sabe.

Porém aqueles sentimentos, o desejo no olhar.
As borboletas no estômago.
Toques elétricos.
O efeito do cheiro dele nela e vice-versa.

O sentimento que não se limitava e que habitava a alma d ambos, um mais forte do que o normal. Um de essência tão pura, onde não eram viciados um no outro, um sentimento que não transbordava e machucava, somente um que se libertava com um sorriso e curava os machucados do outro.
Isso elevava as emoções de Lucien e Oddie.
Era o que eles buscavam.
O que realmente precisavam para viver.

E depois de tanto tempo apenas pensando, Odette resolveu ter para si o que realmente merecia.

Ela parou Lucien no meio do corredor. Segurou no pulso do mesmo e o puxou contra si.

"Precisamos conversar.."
O mínimo contato fez ambos arrepiarem mas não conseguiram se soltarm
"Estou ouvindo."
A voz de Lucien era falha.
Ele amava ouvir o timbre de Odette. Era realmente uma música para ele.

"Eu digo a mim mesma que você não significa nada"
Começou, apertando a pele morena do outro, aproveitado a presença e o poder que ele tinha sobre ela.
"Que o que nós temos, não tem nenhum poder sobre mim"
Ela se aproximou mais um pouco, deixando os dois corpos a poucos centímetros de distância.
"Mas quando você não está lá, eu simplesmente desmorono..."
Odette passou a língua pelos próprios lábios enquanto encarava os de Lucien.
Queria o sentir.
Gostaria de sentir o sabor dele.
Saber se o podia ter como ele já a tinha.

"Digo a mim mesma que eu não me importo muito. Mas eu sinto que estou morrendo até eu sentir o seu toque"
Largou o pulso dele e tocou o peitoral vestido do mesmo.

Sentia o calor pulsar ali.
Algo a atraía a ele.
Ele sabia.
Sentia o mesmo.
Nem mesmo respirava direito com tantas afirmações.
Não respondeu, apenas engoliu a seco.

Sentiu-se nervoso, como um jovem novamente.
O toque de Odette era como uma droga viciante.
Ele queria mais.

Só o amor, só o amor pode machucar assim

"Odette..."
Ouvir o próprio nome sair dos lábios carnudos dele foi devastador.
Havia sentimentos.
Pode reconhecer.

Só o amor pode machucar assim
Deve ter sido um beijo mortal
Só o amor pode machucar assim

"Eu digo que não me importaria se você partisse. Ao menos imagino que seria assim.."
Lucien segurou a mão da mulher. Entrelaçando os dedos e se permitindo sentir.
"Mas toda vez que você está lá, te imploro para ficar. A sua presença me ilumina e me faz realmente respirar, sem nenhum pesar.."
Ele suspirou, como se houvesse desabafado tudo que realmente precisava.
"Quando você chega perto, eu simplesmente tremo."
Os dois compartilharam uma risada.
Parecia mentira.
Ela não o sentia tremer porque estava da mesma maneira que ele.

"E toda vez, toda vez que você se vai. Até mesmo para o seu quarto... Eu..."
O ruivo a abraçou, como se estivesse a segurando para não fugir.
"É como se uma faca cortasse bem na minha alma."

Só o amor, só o amor pode machucar assim

Tudo doía.
Ele estava a negar um falso laço.
Onde não havia amor, apenas sofrimento. Tudo isso para aceitar o que realmente precisava.

Odette.
Esse era o único amor dele.
O que ele sempre foi destinado.

O Caldeirão errou.

Só o amor pode machucar assim
Deve ter sido um beijo mortal
Só o amor pode machucar assim

"Só o amor pode machucar assim."
Oddie falou, o afastando um pouco.
O olhar que lançaram um para outro era o mais significativo possível.
Ela não o culpava por deixar Elain.
E ele não a julgava por seguir em frente.

Necessitavam de felicidade.
E eram um elixir disso se ficassem juntos.

Odette não demorou mais.
Somente o puxou e tomou os lábios dele.
As línguas se entrelaçavam como uma valsa bem feita.
O corpo de Lucien brilhava por sentir o sabor de Oddie.
O interior dela se aquecia e ardia por ele.

"Seus beijos queimando a minha pele.."
Era como um gemido o que Odette sussurrou.
Querendo mais.

"Só o amor pode machucar assim"
Lucien fez um jogo de palavras com o que a mulher havia dito segundos antes.

"Mas é a dor mais doce queimando em minhas veias"
Ela sorriu.
E ver os lábios dela se curvando fez a luz de Lucien se intensificar ainda mais.
"O amor agora não me parece mais uma tortura, Oddie... Você fez tudo ser melhor do que pode."

Eudaimonia...
É como se chama a sensação de ser tomado por um sentimento bom sem explicação. É aquela vontade de viver que surge quando menos se espera e se precisa.
É o universo nos dando um abraço de esperança.
É sentirmos que somos o melhor de nós.

É aquela sensação que Lucien causava em Odette e que Odette causava em Lucien.

Essa sensação é o que os mostrava capaz de ampliar os horizontes. Mostrando que estavam livres, igualmente a pássaros voando o dia inteiro.
Eles agoram eram espíritos livres.
Não obedeciam o Caldeirão, eram foras da lei para poderem amar sem culpa.

Uma vez, fizeram de tudo por aprovação. E agora não necessitavam mais delas.

Para Lucien e Odette...
Alma gêmea é quem respira o seu silêncio e se encanta com a sua voz. É quem tem o timbre do seu peito na ponta da mão. É um corpo que se gruda no outro por inércia do amor. É se sentir inteiro mesmo em um espelho quebrado.

Não é alguém "feito pra você". É alguém que "faz você querer você ser o melhor de si". Ainda imperfeito, ainda errado, mas feliz.