44. Senhora Outonal- Hard Vertigo

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É um trabalho árduo pensar o quão uma mãe é capaz de sofrer e fingir apenas para que o filho possa fugir.
A maioria das ações da Senhora Outonal sempre foram importantes, embora, não fossem nada boas para si mesma. Mas, Lucien e Eris mereciam aquilo.
Eram boas pessoas.
A quais ela lutaria até o último segundo.

Falar era errado.
Ir contra as ordens de Beron ainda mais.
Porém ela não ficaria parada quando o assunto fosse defesa em nome deles.

As marcas dessas escolhas poderiam nunca mais irem embora, todavia, os resultados eram a melhor parte disso.
O amor doía.
A deixava exposta. Mas aquela dor era tão essencial.
Tão essencial para que eles pudessem criar lembranças, para serem alguém diferente dela.
Para que conseguissem fugir e escapar.
Criar esperança para os sonhos vivarem realidade.

Ela esperava tanto isso...
Que a vida desse de tudo para seus filhos assim como ela deu.

Era marrom, a pele morena
O olhar tímido, as mãos bem danificadas
Talhou a pedra, filho do trabalhador
Tinha orgulho disso, mas por que você está rindo?
Não, não o julgue
Você que não conhece

O mundo era difícil. E ela odiava a ideia de Lucien mais estar mais nos braços da mesma quando fugiu. Porém, sabia que tudo aquilo era bom pra ele. Apenas pedia todos os dias que o filho não esquecesse da mesma. Para que se lembra-se todos os dias do que ela dizia.

E Lucien sabia, o quanto a mãe sofreu.
E ele a queria ao lado do mesmo.
Queria cuidar dela assim como tal fez.

Os dias de glória chegariam algum dia.
Para que ele pudesse ficar com ela e olhar no rosto da mesma. Apenas para agradecer. E a abraçar.
A deixar livre.
Para ela ser a si própria sem que Beron a culpasse ou a fizesse se retratar.

Se ambos dissessem que não queriam mais se ver, seria mentira.
A Senhora Outonal nunca amou alguém tanto quanto amara Lucien. E nunca fez tanto por alguém quanto por ele, para que ele tivesse o melhor.

As vezes era difícil de continuar a carregar o fato de que não foi forte o suficiente para o dizer quem era o pai verdadeiro, ou fugir até Helion novamente.
A magia que a prendia ali era superior a qualquer que pudesse realmente a tirar.
Nem mesmo os pequenos lampejos de sonhos sobre as atitudes revoltadas de Eris, onde ele prometia assassinar o pai, a davam real vigor de fazer.

As vertigens e o trabalho duro
Você é falsamente feliz, troca seus valores
Ele é o meu mundo e muito mais do que isso
Sozinha eu grito seu nome quando vem a desordem
E então tudo desmorona quando ele não está mais aqui
Eu adoraria muito dizer a ele, mas não me atrevo
Ele que me faz

Ela estava mais uma vez a frente do trono.
Não porque queria. Odiava cada parte daquele lugar. Odiava as péssimas memórias que tinha. O quanto foi submetida a horríveis condições ali.
Apenas para ele se sentir melhor.

A mulher não tinha mais tanto medo.
Tinha raiva. E dor.
Não temia por si. Mas por Eris que ali ainda residia.
E o qual estava na sala agora.

"No que posso ajudar, marido?"
Ela abriu um falso sorriso, como sempre fizera a Beron.
"Achei cartas."
Ele levantou a mão. Com uma magia fraca as sumonou. Lançando no chão do salão a frente da mesma.

Eram cartas antigas. Tinham décadas.
Podia as ver manchadas. O selo rasgado. Indicando que tentou ler.
Uma das, se abriu. E conseguiu reconhecer a letra. A bela letra. Aquela que pertencia a seu amado.
Helion.

O coração da senhora se apertou. Já sabendo o que vinha a seguir.
"Tire a túnica."
Ele falou, de modo simplista. Se encostando no trono.

"Não."
Ela falou, junto de Eris.
Arregalou os olhos para o filho.
Beron o ignorou. Soltando um grunido raivoso para a esposa.
"Agora."
"Não."
Falou novamente.
Não tremia mais.

◕݂ࣨ  𝐃𝐄𝐒𝐈𝐑𝐄 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐒.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora