Capítulo 3⚔️

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Layla

Eu encarei mais adiante, o vento chicoteando os meus cabelos para trás, semicerrei os olhos para os sapiscos de gelo, meus cílios praticamente cheios de gelo.

— Não vamos pular de novo, vamos? -questionei.

Ele não disse nada, e aquilo é resposta o suficiente para um "com certeza vamos" Eu murmurei uma maldição, o trem se inclinou em uma curva e eu encarei o homem apertar a trouxa que guardava a criatura.

Estamos muito próximos daquela cidade, muito próximos, posso ver as inúmeras cores e luzes, a noite reinando com os salpicos de estrelas extremamente brilhantes no céu.

Ele não avisou, quando estamos próximos de uma espécie de parada ele saltou, eu não pensei duas vezes, seguindo o seu exemplo, eu saltei do trem, soltando um pequeno grito quando meu corpo rodopiou no ar.

Eu fui de encontro a neve fofa e gelada, rolando na mesma até parar, de barriga para cima, minha visão encontrando o belo céu estrelado.

— Nossa. -sussurrei, encantada.

Eu girei meu olhar para o homem que já seguia seu caminho, eu me ergui rapidamente, correndo para o alcançar.

— Onde estamos indo? E pela mãe, me responda. -falei séria.

Ele me encarou de relance.

— Vai saber quando chegarmos.

Eu soltei um exclamar irritado, mas isso não pareceu intimidar ou incomodar o homem, ele parecia estar pouco se lixando para mim.

Eu continuei o seguindo na neve, minhas botas afundando na mesma enquanto eu seguia as passadas precisas dele. Eu ouvi um pequeno guinchar, eu olhei para os lados, em busca da fonte daquele som.

— Ouviu isso? -questionei.

O homem não respondeu, senti vontade de lhe dar um soco.

Outro guinchar, seguido de um espirro pequeno.

Eu encaro um montinho de neve, de onde o som parece vir, eu me aproximei, o cutucando.

Uma pequena cabeça emergiu e eu dei um sobressalto, a cabeça espirrou.

— Own! -sorri derretida.

Encarando o morcego de rostinho adorável, negro como a noite.

— O que faz no frio? Rapazinho. -questionei.

Ele espirrou de novo, um espirro pequeno e fofo. Ele soltou um pequeno guinchar, então, eu comecei a cavar a neve, as mãos em formato de concha, até eu achar o corpo do morcego.

Eu o tirei da neve, e o mesmo espreguiçou suas asas pequenas, afastando a neve delas.

— Tadinho, ele não devia estar na neve. -falei.

— Deixe ele aí e vamos logo. -disse o homem.

Percebi, ele havia parado de caminhar quando percebeu que eu não o seguia.

— Não vou deixar não, o coitadinho está com frio. -falei.

Ele bufou.

— Faça o que quiser, mas vamos logo.

Eu pus o morcego em meu ombro, caminhando com o mesmo repousado ali.

— Vou chamar você de Azriel. -falei.

O morcego piscou para mim.

— Quê? Você me lembra ele, um morcego bonitinho e trevoso. -falei.

A Última Cavaleira| Cavaleiros da Madrugada Where stories live. Discover now