Capítulo 16⚔️

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Layla

Ele me lança no chão frio e úmido, subindo as suas roupas, eu me encolho no chão, sem qualquer ruído.

Chegou um momento em que parei de gritar, e me odiei quando aconteceu.

É apenas meu corpo reagindo, apenas isso.

Aguente firme.

Mas já se passaram três dias e três noites, e eu continuo aguentando.

— Você vai ter que comer, sua vadiazinha, se eu voltar e a merda desse prato não estiver limpo, você vai sofrer. -ele disse.

Ouço a porta da cela se fechar, anunciando sua saída.

Lágrimas quentes molham o meu rosto, eu abraço o meu próprio corpo e choro em silêncio.

Três dias e três noites, os poderes contidos, e nada de alguém conseguir me achar, me pergunto que desculpa Morfeu deu para o seu sumiço.

Me pergunto quais pistas falsas de meu paradeiro ele está soltando e todos indo procurar no lugar errado.

Eu acaricio a mim mesma como se aquilo fosse conforto o suficiente para mim, como se aquilo fosse me ajudar em alguma coisa.

Encaro o prato de comida que está diante de mim, a sopa sem qualquer cor.

Eu empurro o prato para longe e soluço, olhando em volta.

Eu reconheço esse lugar, essa cela, mas eu estava tão inerte a afundada no poço de morte que não me toquei.

É a caverna de Safira.

Eu estou no instituto, abri a boca mas a fechei, se gritar fosse a solução, todos já estariam aqui e eu estaria livre.

Ele enfeitiçou a caverna com paredes sonoras, a magia dele está engolindo os meus gritos.

Eu estremeco, estou fraca, sem a menor força, e eu com toda certeza perdi algum peso nestes dias.

Não como nem bebo, não vou arriscar ele ter posto alguma coisa na água ou na comida.

Ao menos durmo durante a noite, com medo de ele se esgueirar até aqui e me encontrar desprevenida. Mas do que adiantava? Todas as noites ele entrava e abusava de mim, todos os dias tenho o mesmo tratamento.

Do que adiantaria a minha precaução? Talvez morrer fosse a solução mais rápida, mas sensata até.

Não duvido que Dexter deve estar quebrando meio mundo atrás de mim, e não duvido que as pistas falsas que Morfeu lançou para eles o tenha feito fracassar em minha busca.

Eu tento me erguer, já sem força e com o peso dos grilhões e correntes eu fui ao chão, não conseguiria me erguer, ao menos pensar.

Sem escapatória recorro a meus pensamentos, ao o que aprendi no instituto e nos livros das bibliotecas daqui e do covil.

Sei que os cavaleiros possuem um pouco de magia em si, mas eu tenho o poder de Kanandrê por completo.

Eu fito minhas mãos e pés, minhas pernas se fecham em posição de lótus, minha respiração fraca puxa para eu inspirar fundo.

Eu me concentro, fecho os olhos, apenas um lugar da sua mente, um único ponto onde vive o ápice de seu poder, se concentrar em cada partícula que meu corpo é, que o tempo e espaço são, cada micro de poeira no ar, cada fagulha de magia.

Minhas mãos se movem em círculos, as correntes chiando de leve nos movimentos.

Novo minhas mãos como se pudesse tocar cada partícula, ligando cada uma em pontos invisíveis no ar.

A Última Cavaleira| Cavaleiros da Madrugada Onde as histórias ganham vida. Descobre agora