Layla
Ouço vozes distantes, minha consciência subindo como se eu estivesse voando em um porco voador de novo.
Eu abro os meus olhos, piscando lentamente algumas vezes, a vista turva, vejo apenas borrões indo para lá e para cá, ouço o bipe de um aparelho, um bipe irritante que continha apitando lentamente.
Pisco algumas vezes, então, fecho os olhos com força e os abro de novo, a visão tomando seu foco finalmente, um zumbido irritante em meu ouvido.
— Enfim acordou.
Meu olhar para em uma mulher baixinha de cabelos encaracolados, vestida em um pijama cirúrgico.
— Quem é você? -murmurei, minha voz saiu rouca e arrastada.
— Sou a enfermeira, querida. -ela disse, anotando algo em uma prancheta.
— E onde estou? -perguntei.
— Na ala hospitalar do instituto. -ela respondeu, sem me encarar.
Ala hospitalar, tentei puxar pela memória, resultando em uma dor de cabeça, mas poucos borrões vieram em minha mente, logo ficando nítidos. Lembrei, o dragão, senhor Edmundo caiu... Não, ele não caiu, Gareth mentiu, ele queria que eu morresse na jaula do dragão.
— O dragão...
— Não se preocupe, o senhor Edmundo a trouxe a tempo para cá. —ela disse— os cortes foram fundos, você perdeu bastante sangue, mais um pouco e morreria, quase aconteceu.
— Quase? -murmurei baixo.
— A perdemos três vezes, tivemos que reanimá-la usando tratamento de choque. -ela disse.
Eu ofeguei baixo, morri três vezes, três vezes.
— Teve muita sorte, posso crer que você nasceu de novo. -ela disse.
Eu movi meu braço.
— Não se levante. —ela disse— os cortes foram fundos, você teve que levar pontos.
— Diga de forma específica, arranhões. —a encarei— o dragão rasgou minhas costas.
Ela engoliu em seco.
— Pois, rasgões. —ela disse— os rasgões levaram pontos.
Eu estalei a língua, não conseguia sentir ela direito.
— É o efeito da anestesia e da transfusão de ervas. —ela disse— está com dormência, mas vai ficar normal daqui uns minutos.
— Vou sentir a dor, então?
— Sim, mas se tomar os analgésicos vai ficar bem. —ela disse— tem que descansar, repouso absoluto, terá que passar remédio cicatrizante e pomada nos ferimentos.
— Por deuses. -murmurei baixinho.
— Vai ficar alguns dias aqui na ala hospitalar.
— O que?? —questionei alto— não posso, tenho um mascote pra cuidar.
Já deve ter passado da hora do almoço do Azriel. Ele deve estar faminto.
— Um dos cavaleiros está cuidando do seu morcego de estimação. —ela inclinou a cabeça— seu nome é Christian.
Eu suspirei baixo em alívio, se é o Chris quem está cuidando, fico um pouco mais aliviada.
— Está na hora de trocar curativos. —ela apertou o botão da caneta, fazendo a ponta sumir— peço que fique imóvel, por favor.
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A Última Cavaleira| Cavaleiros da Madrugada
FantasyLayla Agreste, uma jovem leitora e garçonete durante o dia, e uma stripper em uma boate durante a noite, ela vive sua vida pacata e cheia de dores, sempre seguindo em frente, mas isso muda em uma noite, quase sendo vítima de estupro ela pensa que su...