Capítulo 17⚔️

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Layla

Caminho devagar pela biblioteca, sentindo pequenas pontadas de dor na região de baixo.

Solto um bufar pequeno e impaciente, não aguento mais.

A enfermeira alertou que as dores passariam dentro de algumas semanas, mas já faz uma semana e ainda dói.

Não sei se o físico ou a alma, não sei qual dos dois doem mais.

Eu sentei na poltrona, me encolhendo um pouco na mesma e pegando o livro que eu queria ler, talvez um pouco de Percy Jackson me anime.

Mas então, ouço um burburinho vindo de cima, será que estamos sendo atacados de novo? Pânico me invade, até que as portas da biblioteca se abrem com um baque.

— Layla? Layla?? -Dexter me chama.

Ele me encara na poltrona e suspira aliviado.

— Encontrei! -ele grita..

Uma coletiva de suspiros aliviados vem de cima, eu pisco e encaro meu marido que vem até mim exasperado.

— Pelo amor dos deuses, não me dê estes sustos! Achei que tivessem a levado outra vez. -ele disse.

— Só vim ler um livro. -encaro ele que parece que está passando mal.

— Agora eu preciso de um chá calmante. -ele se abana.

Eu suspiro, encarando um ponto da parede.

Sinto ser cutucada e encaro Dexter ajoelhado diante de mim, sua cabeça deitando em meu colo.

— Quer conversar comigo? -murmura.

Eu balanço a cabeça em negativo.

— Está com dor?

Eu assenti.

— O que quer que eu faça? Peça e eu faço, minha musa. -ele me encara.

— Fica aqui comigo, lendo. -pedi baixinho.

Ele segura minha mão e nos atravessa, surjo sentada no sofá da biblioteca com delicadeza.

Dexter devagar me deita em seu colo e pega o livro de minhas mãos.

— Percy Jackson? O herói perdido? -pergunta.

Eu assinto e ele faz um cafuné em minha cabeça com sua mão livre, a outra segura o livro, enquanto ele começa a leitura.

Sua voz elegante e suave soando, que se houvesse áudio-book com a sua voz, eu deixaria de ler os físicos apenas para ouvir a voz dele.

— Ele acordou no banco traseiro de um ônibus escolar, sem ter certeza de onde es-tava, segurando a mão de uma garota que ele não conhecia. Essa não era necessariamen-te a parte podre. A menina era bonita, mas ele não conseguia entender quem ela era ou o que ela estava fazendo ali. Ele se sentou e esfregou os olhos, tentando pensar.

— Ganhei um pouco do peso que perdi, pelo menos. —murmuro, me encarando no espelho de corpo inteiro— ainda sinto um fantasma da dor desconfortável, mas está passando aos pouquinhos.

Eu suspiro, me encarando no espelho, quem é aquela? É a Layla?

Sinto braços fortes me abraçarem por trás, e vejo então pelo reflexo do espelho, Dexter.

— Isso vai acabar logo, eu prometo. -ele murmura.

Minha mão sobe até seus cabelos, mas então ela cai antes de chegar a eles.

A mão de Dexter envolve a minha e ele leva minha mão até seus cabelos, a instigando a fazer o carinho que ele tanto gosta que eu faça.

Meus dedos massageiam o couro cabeludo e os fios sedosos e macios do seu cabelo que é como neve.

A Última Cavaleira| Cavaleiros da Madrugada Onde as histórias ganham vida. Descobre agora