Capítulo 3🪶

101 12 4
                                    

Hannah

MINHA missão naquela manhã fora fazer mais trabalho sujo, na verdade, eu deveria cobrar algumas dívidas pendentes.

Pousei em um beco úmido e sujo, minhas botas estralando no chão e nas poças de água, uma fina chuva decidiu cair naquele dia.

Meus cabelos presos em um rabo de cavalo no topo da cabeça, uma jaqueta de couro caramelo e um jeans azul surrado.

Eu parei diante daquele pequeno bar duvidoso da periferia, um bêbado saiu de dentro dele cambaleando, ao me ver ele parou, olhou para a garrafa em sua mão e depois para mim duas vezes então ele a largou no chão, o vidro com o pouco que restava da bebida se estilhaçou.

Ele deu meia volta entrando no bar aos tropeções.

Então uma pequena brecha na porta foi aberta.

— O bar está fechado!

E a porta se fechou.

Eu solto um riso baixo.

— É mesmo?

Com um chute eu arrombei a porta, na verdade, a madeira se partiu em vários pedaços, voando no ar. A música parou, quem estava bebendo se assombrou.

— Eu decido quando essa porra abre ou fecha. -falei adentrando.

Eu olho para os músicos.

— Por que pararam?

Tremendo dos pés a cabeça eles voltaram a tocar e eu caminhei até o ser que se escondia atrás do balcão.

— Dia do pagamento, Pavo, é melhor que esteja com tudo em mãos. -falo.

Ele se ergueu e sorriu nervoso, a pele negra e os cabelos cacheados, os olhos cor de oliva que olhavam rapidamente para todos os lugares possíveis, em busca de uma forma de escapar.

— V-valquíria, você veio cedo hoje. -ele gagueja.

— Cadê o dinheiro? -o ignoro.

— E-eu não tenho...

Eu olho para ele.

— Não tenho agora! -ele reformulou a frase.

Mas eu vi claramente seus bolsos cheios e umas notas de galeões olimpianos escapando de seu colete.

— Ah, é? -ergo uma sobrancelha.

— S-sim, sabe como é, né? Movimento fraco. —ele disse— muito fraco.

— Com tanta gente aqui e músicos de qualidade? —olho em volta— você está bem demais.

Percebi uma movimentação estranha e pelo reflexo das garrafas próximas ao balcão eu vejo seus capangas viralatas se aproximarem devagar.

Um bar de lobisomens.

— Seus mestres estão muito injustos nos impostos ultimamente. —ele disse agora sem aquele nervosismo, sua real face a mostra, de um pilantra— você tem que admitir.

— Se quer a proteção de meus senhores para você e seus pulguentos  deve colaborar. -meus olhos cintilaram.

— Eu não acho.

Eu me virei acertando um soco no rosto do lobisomem que avançou contra mim, a força o lançando contra as mesas metros longe, as quebrando com o impacto.

Os músicos estralaram os ossos e então começaram uma música alta e eufórica para abafar o som da briga.

Pessoas corriam para lá e para cá, outras se escondiam embaixo das mesas.

A Última Cavaleira| Cavaleiros da Madrugada Where stories live. Discover now