< 3. LILIYA >

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[...] - Mas eu também gosto de você como homem. - completei, vendo ele me dar as costas. A um passo de ir embora.

Eu congelei, ao vê-lo soltar a maçaneta. Notando o seu olhar sobre mim. A sentir a minha face arder de vergonha, ao cair em si que eu acabará de me declarar para ele.

- Eu sei que você não gosta de mim. - completei, a me sentir triste. - Principalmente por conta dessa meu humor nerd, e sem contar que eu sou uma piralha de 21 anos, que tem obrigações demais e tenho que me mostrar ser uma...

Eu fiquei a desabafar, me esquecendo por alguns segundos, da sua presença na minha casa, presença essa que parecia inundar a mesma, de uma forma natural. Como se de alguma forma ele pertencesse, aquele lugar... como se fizesse parte da minha vida.

- ... Porquê a porra do mundo lá fora, não quer saber se você chora todos os dias quando deita a cabeça no travesseiro, ou por que o seu chefe gostoso e incrívelmente inteligente é um ogro, que te trata como uma serviçal em alguns momentos. Então, eu...

- Você me acha gostoso? - perguntou, a me silenciar. Me fazendo encará-lo sem ação. A apertar meus lábios com força.

- Respondi, Lili? - pediu, a se aproximar, com um brilho diferente naquelas orbes azuis.

- Sim, eu acho. - respondi, num fio de voz.

Depois disso, os próximos dez minutos, foram de um beijo inesperado...

Ele cobriu meus lábios, a se curvar sobre o meu corpo, prendendo aquelas mãos de dedos longos e bonitos, em meus rosto, por alguns segundos a acariciar meus cabelos.
A sua boca era macia, assim como a barba que resvalava em minha face e em meus dedos, que estavam a tocar em seu rosto e em seu pescoço.
Pois eu precisei, me segurar a ele para não cair, tamanha intensidade que cada, resvalar da sua língua em minha boca, me fazia sentir uma torrente de sensações que incendiavam o meu corpo.

Eu nunca imaginei que menta e uísque, fossem uma combinação tão perfeita. Pois esse era o gosto de seus lábios.

- Uau... - murmurou baixinho próximo a curva do meu pescoço, a se afastar dos meus lábios, a tomar fôlego. Enquanto, eu ainda estava pressa aquelas sensações de estantes. A acariciar seus cabelos da nuca.

Tinha sido o meu primeiro beijo... E que beijo!

- O café! - exclamei, a me afastar trêmula e exasperada. Tentando me acalmar, para colocar as ideias em ordem.

Por quê será que ele tinha me beijado? Será que era para calar a minha boca? Mas, ele me beijou de um jeito tão... quente e por que não dizer apaixonado... Okay, eu não sou uma conhecedora de beijokas, mas...

- Eu gosto da forma que você acelera o meu coração, e de quando você o acalma também¹, Lili. - ele falou, me fazendo voltar a realidade. A terminar de passar o café. - Eu gosto de você como mulher. - completou, me fazendo virar o corpo para encará-lo. Vendo ele, voltando a se sentar no banco. A me olhar com atenção. - Eu te acho a criatura mais irritante e adorável do mundo, talvez depois da minha mãe. - contou, a sorrir de lado, a morder levemente os lábios. - Eu... - suspirou pesadamente. Parecendo tomar fôlego para contar algo importante. - tive uma relação complicada, que acabou de uma forma abrupta. E eu me fechei. - revelou, me deixando atenta, ao seu jeito.

Um jeito mais frágil, mais contido. Essa era a primeira vez que eu vi o seu lado mais vulnerável.
Pois eu conhecia, a sua personalidade mais dura, mais severa, critica e determinada, enquanto profissional.
Também, conhecia o seu lado mais calmo... E a pouco o seu lado mais amoroso e...

- Eu criei uma carapaça, - voltou a falar, me fazendo prestar atenção. - da qual eu não deixava ninguém entrar. Eu sabia que era errado, pois eu acabei me tornando um viciado em trabalho, - confessou, a estreitar o olhar, em um ponto qualquer da minha sala. - um ótimo profissional, porém uma péssima companhia. Até que você mudou isso...

Much more than a passion On viuen les histories. Descobreix ara