Ela

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NO PENULTIMO DOMINGO DE ABRIL


Ela

We'v e been through this such a long, long time...

Paro de cantarolar pensando nele para pensar na gente. Imagine uma garota bem descarada que aparece para jantar na casa do ex-sogro todo domingo à noite. Imaginou? Sou eu! E daí que eu não namoro mais o Romeo? Ex-namorados ex-namorados, jantarem de domingo na casa do sogrão à parte. Não é assim que se diz? O homem dos ditados não está aqui para me corrigir e até que decida voltar não pretendo parar de bater cartão nessa mesa. O motivo? A comida do pai dele é dívida e eu amo toda a sua família. Eu os amo mais do que eu poderia traduzir em palavras humanas, mas béeeh! Estou morta de fome e eles não param de brigar por causa de futebol. Meto uma bicuda na Dirce.

— Isabela?

— Gifu. — Ele continua me olhando estupefato pela agressão gratuita. — Por acaso vai me esperar estrebuchar de fome? Porque eu posso me jogar no chão se for preciso. — Seu rosto se transforma em uma máscara de horror.

— Não será necessário cara mia. — Sr. Joca finalmente levanta sua bunda "esculpida por anjos" da cadeira, anunciando o momento pelo qual eu passei a semana inteira ansiando. — Estou indo na cozinha buscar a macarronada! — Ouviu sinos? Se não ouviu é porque nunca provou a gororoba que minha Maria chama de comida. Enquanto espero pelo meu momento predileto da semana reparo que Bruna está olhando fixamente para uma parte especifica de mim. Meus peitos.

— Quer pegar? — Um Gael, antes distraído, explicando tudo que precisa fazer na JB Brasília durante a semana ao chefe, gira o rosto para mim no mesmo segundo.

— Está tentando raspar minhas canelas? Assim na cara dura, Bela?

— Mas como...?! — Estreito os olhos. — Estava conversando com o Leonardo! — Bufa.

— Isso não quer dizer nada. Estou sempre de olho na gostosa da minha mulher.

— Bom, não tenho culpa se a gostosa da sua mulher está me enchendo de ideias erradas, Gael. — Ele passa um indicador pela garganta para me alertar sobre o perigo que estou correndo. Eu o imito. Uso os meus para fazer chifrinhos. Gah abre a boca para retrucar, mas depois de reparar que os olhos dela continuam no meu decote, dá de ombros, com aquele seu olhar petulante de superioridade.

— Eu acho que não é galha se eu liberar de livre e espontânea vontade.

— Nosso obstetra concorda com essa teoria.

— Porque ela tem fundamento. — Esse é outro que não aceitar perder. Igualzinho ao que eu tinha. Aquele lá, por mais distraído que estivesse, também nunca tirava os olhos de mim.

— Liberar de livre e espontânea vontade vai te ajudar a dormir melhor a noite? — Nega.

— Mas pelo menos vai me ajudar a passar pela porta. — Bruna cai na risada do nosso papo. — E você? — Empurra o ombro dela com o dele. — Vê se para de encher nossa chaveirinho de ideias erradas!

— Nossa chaveirinho é uma delícia...

— Grata pela parte que me toca. — Ela me ignora.

— Mas eu estava apenas pensando em colocar silicone mozão.

— Para quê? Larga as nossas tampinhas de garrafa quietas, mozão. — Dessa vez, Bruna ignora o macho dela para continuar falando comigo.

— Você achou que valeu a pena amiga?

— O que?

— Por silicone.

Todas as lágrimas que choreiWhere stories live. Discover now