Isabela

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— SEU ARROMBADO DO CARALHO! — Ele nem pisca. — ENFIOU O CELULAR NO MEIO DO CU?

Gah abre um sorriso cansado.

— Foi na mala, Bela. — Nem penso antes de me atirar no peito dele. Gah se desequilibra por um instante, mas é rápido em me apertar de volta. É tudo desengonçado. Ele também é altão. — Está tudo bem. Está tudo bem — me acalma.

— Fiquei com muito medo de que não estivesse — falo contra seu peito.

— Também se assustou com o acidente dos noticiários? — Ergo o rosto permitindo que note o quanto. — Nem precisa responder. Ficou até sentimental — zomba.

— Por um segundo achei que seus pedacinhos estavam espalhado pela Serra da Cantareira. Não acha que isso me dá o direito de ser sentimental por alguns minutos?

— Não estou reclamando. Longe disso — murmura secando as beiradas dos meus olhos para que nenhuma lágrima pingue. — É muito saber o quando você me ama.

Amo, amo mesmo.

— Eu te daria um chute na canela. Se conseguisse te largar — resmungo sendo presenteada com o som rouco da sua risada. Ele permite que eu continue grudada nele até que eu me sinta saciada pelos minutos angustiantes que passei em dúvida se seu corpo ainda tinha calor. Dou um passo cambaleante para trás.

— Está se sentindo bem? — Pergunta apoiando as mãos nos meus ombros.

— Parei de sentir minhas pernas agora que a adrenalina me deixou.

— Por que não entra e se senta um pouco? — Nem pensei em recusar, mas sou arrastada para dentro antes que possa responder. Ele arremessa a mochila na mesa e me empurra até o sofá. — Quer um pouco de água?

— Sim, por favor. — Gah me entrega uma garrafa da geladeira e se senta na poltrona. Fica de frente para mim, me assistindo tomar alguns goles em silêncio. Não demoro a reparar no quanto é estranho que não tenha desatado a me contar sobre sua viagem ainda.

— Está muito quieto. O que você tem Gah?

— Passei no seu apartamento antes de subir. Não te achei. — Meu ex-cunhado é muito bom em esconder seus sentimentos. Noto que tem algo verdadeiramente errado apenas quando toma minhas mãos nas suas e me olha com cuidado. — Tenho que te contar uma coisa, Bela.

E pela sua cara não é coisa boa. — Lembro de um detalhe que deixei passar desapercebido. — Me perguntou se eu também tinha me assustado com o acidente. — Gah assente. — Quem mais se assustou, Gah? — Ele responde. Despois, com muito cuidado, me conta que meu medo não era de todo infundado. Realmente aconteceu mais uma tragédia em nossas vidas.

— E... — Gaguejo. — Como...? Como...? — Pauso para pegar fôlego. — Como meu gifu está, Gah?  

Todas as lágrimas que choreiUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum