Jennifer, a assassina

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Primeiro dia de ginásio. Com o Jack.

Sai do balneário e fui ter em frente ao balneário masculino onde estava Jack à minha espera enquanto amarrava o cabelo. Como vai ser um treino no interior vesti uns calções de corrida pretos, um sutiã de desporto preto e uma camisola cava e larga cor-de-rosa. Calçava as minhas sapatilhas pretas e trazia a garrafa de água na mão. 

- Toda bonitinha e tal...começas a suar e estragas tudo ahah — Jack a rir-se

- Que engraçadinho que ele está — disse e revirei os olhos

Fomos ter com o personal trainer, que é o mesmo que o do Jack, para falarmos e começarmos logo a trabalhar. Como é o primeiro dia vou falar dos meus hábitos, o que me traz cá, objectivos e qual será o plano de treino. Posto isto, fizemos o aquecimento e começamos com alguns exercícios. O Jack foi mandado para as máquinas que estavam ao nosso lado e eu fiquei com o PT a fazer alguns exercícios. Ele queria-me conhecer melhor e testar os meus limites, hoje era o dia.

*Jack a narrar*

Não sei como tive esta ideia mas foi excelente! Para além de ter a Jennifer mais tempo comigo posso vê-la a treinar. Estou a treinar braços, sentado de frente para ela e o PT. Pediu música e ele pôs. Já fez vários exercícios e agora está a fazer lunges.

- Está tudo bem? — PT à Jennifer

- Sem problemas para já — acabou e sorriu

- Ótimo!- PT

- Burpees? — perguntei com a intenção de ele a mandar fazer, queria vê-la suar

- Squats e depois burpees!-PT

Melhor ainda, pensei. O personal trainer continuou a falar, a explicar-lhe e a dizer o número de repetições e séries. Ela começou sem qualquer problema, o PT veio dar-me exercícios e ela continuava sem problemas. Aquele rabo...ai aquele rabo. Faz mal a uma pessoa ver isto e não reagir, tenho de ter calma, um dia vou poder...Mas agora nem penso, é pior. Foi então que acabou e passou aos burpees, mostrou-se empenhada e fê-los todos corretamente. Estávamos admirados, sem dúvida uma aluna exemplar e empenhada. Mudamos os dois de exercícios várias vezes, ao fim de algum tempo começou tudo a fazer efeito. Estava suada. Foi beber água e veio à nossa beira.

- Posso tirar a camisola não posso?

O PT olhou para mim e eu acenei que sim, ele disse que podia com um sorriso malicioso e ela tirou-a. Ele bem que pode tirar o cavalinho da chuva, ela é uma aluna e ele não lhe vai fazer nada. Escusado será dizer que a Jennifer continua sexy mesmo estando a fazer exercício e é difícil ficar indiferente. Ela sorriu depois de tirar a camisola e bebeu mais água. Todo o corpo dela era moreno e neste momento brilhava. Gostas de suor escorriam-lhe do pescoço para as mamas e desciam calmamente por entre estas. Ela limpou-se e voltou a amarrar o cabelo. Ver alguém suado sempre foi nojento, mesmo as melhores raparigas do ginásio perdiam a piada toda quando começavam a suar muito, mas a Jen continuava a ser a Jen e a parecer uma deusa intocável. Vê-la toda sexy sem fazer nada dava cabo de mim, andava a torturar-me e parecia gostar. Algo me cativava, algo me fazia querer mais do que o corpo.

*Jennifer a narrar*

Foi um bom treino, principalmente tendo o Jack ao meu lado também a treinar. Puxamos um pelo outro, brincamos mas tentamos sempre concentrar-nos e fazer tudo certo. Foi o primeiro de muitos, que vão ser melhores, tenho a certeza. Agora é tomar banho para ir procurar emprego.

- Quando é que tens uma tarde ou manhã livre?- disse a caminho do balneário

- Toda livre? Quarta-feira de manhã

- Agora já não tens! Dá-me a tua morada, vou-te buscar depois de correres. 8:00 A.M. pronto, pode ser? - olhei para ele a aguardar um sim

- Onde é que vamos? -olhou-me confuso

- Depois vês — íamos sair e eu fazer-lhe uma surpresa, devia de estar feliz por isso mas pelo contrário queria saber — Não faço isto todos os dias por isso cala-te

- Ainda me vais raptar!

- Gostavas pouco gostavas...-entrei no balneário

Ele correu atrás de mim e pegou-me pelas pernas. Fiquei sobre o ombro dele com as pernas para a frente e a cabeça nas costas. Correu até aos chuveiros, pousou-me e ligou a água.

- Vais pagá-las Jack!-gritei

Riu-se e foi para o balneário dele.

(...)

Passei umas horas à procura de emprego e entreguei vários currículos. O mais certo era trabalhar num café ou supermercado, não havia vagas em sítios muito interessantes. Começava a achar estúpido sair da escola de surf mas pronto, são escolhas, e não me vou arrepender. Precisava de dinheiro e ia mudar de rotina, não me podia queixar muito, aliás, isto era temporário.

Almocei e conduzi até à universidade. Entrei no auditório e olhei à minha volta, não encontrei ninguém conhecido e sentei-me nas filas do meio. Tirei o caderno e fiz alguns apontamentos, observava o professor, baixo e magro, já velhote, falava com toda a calma ignorando as conversas paralelas. Nesta aula o professor estava a falar de como se analisavam crimes ou homicídios, agora estavam projectados tópicos que descreviam a cena de um crime. Feminino, 43anos, nua, apenas calçada com saltos altos, amarrada em cima da cama, subnutrida, recentemente agredida e violada, apenas um sofá em frente à cama. Comecei a imaginar quando o professor pergunta por intenções do assassino ou o que se passou no quarto, fez-se silêncio. Para mim, era evidente.

- Um espectáculo até à morte — disse

- Está então a dizer que naquele quarto houve um espetáculo até à morte, tirando o assassino proveito disso? — o professor olhava para mim e mexia no queixo — interessante...Explique melhor

- O assassino desejava a morte e sem medo de ser descoberto, deixando a vítima em cima da cama ainda amarrada e sem disfarçar. Queria ver a vítima sofrer até à morte. Amarrou-a, violou-a, espancou e não a alimentou, deixando-a sem nada na boca para poderem comunicar. A vítima estava nua, pretendia certamente humilha-la. Esteve a observar durante muito tempo encontrando-se assim um sofá em frente à cama em vez de uma cadeira —falei para o professor, parecia-me um crime fácil, pelo menos pelas indicações que tínhamos —temos uma vitima torturada e um local ideal para assistir ao espectáculo do sofrimento, foi alguém com intenções, alguém perturbado psicologicamente

- Muito bem! Podemos considerar que isso aconteceu. Digam-me agora o perfil do assassino —o professor mostrava-se entusiasmado e sempre que lhe pediam mais informações negava-as. Decidi arriscar, a errar é que se aprende!

- Não pode ser débil nem deve ter muitos estudos, teria usado outros processos mais dolorosos e mais avançados. Provavelmente um homem com perturbações mentais que sofreu um trauma quando era mais novo, justificando o porque de a vítima apenas ter uns sapatos de salto calçados. Ou o assassino tinha um trauma ou um fetiche.

O professor olhou para mim e sorriu, anuía que sim com a cabeça enquanto eu falava. A aula prosseguiu sempre neste sentido, havia características ou o cenário e nós tínhamos que descrever.

Tocaram-me nas costas e eu olhei para trás, uma rapariga entregou-me um papel que dizia 'És assassina nos tempos lembres?' e apontou para um rapaz que estava atrás dela. Ri-me e escrevi por trás 'À procura de vítimas...' e pedi-lhe que entregasse ao rapaz. Ouvi o rapaz rir-se e dizer que não se importava. Idiotas, ao fim deste tempo todo ainda tentavam engates deste género. Algumas bem que iam na cantiga mesmo sabendo que eles queriam apenas sexo com elas, depois choramingavam pelos corredores e tentava dar má fama ao rapaz. Como eu adorava estas aulas, para além de ser um curso de que eu gostava a turma sempre teve alunos muito diferentes. Todos animados.

Está a ser um dia interessante. Não sei mas devo ter mesmo ar de poucos amigos, ou de quem quer brincadeira, primeiro Jack diz-me que o vou raptar, agora este pergunta se sou assassina. Aproveita a fama Jennifer.


***

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