Adeus Bruce!

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Conduzi sem rumo pelas estradas movimentadas de uma normal manhã londrina. Tinha tanta coisa para fazer. Tanto para onde ir. Contudo fui até à praia, descalcei-me e caminhei pela areia. Sentei-me e olhei o horizonte, fechei os olhos e ouvi o som das ondas. O Bruce ama-me, a Eleanor tinha razão, e eu nunca fui capaz de ver isso. Agora ele vai embora e não posso fazer nada. Mas...Ele ama-me mesmo? Estava vento, fios do meu cabelo correram para a minha cara. Lutaria por mim se assim fosse, não adianta pensar mais. Não o amo, aquilo que sinto por ele não é suficientemente forte para me perturbar ou 'correr atrás dele' e assumir uma relação de namoro. Deitei-me. Não vais deixar isto perturbar-te Jennifer, tu és superior lembras-te? Sorri sozinha. Sou tão feliz, sou tão feliz sozinha, com os amigos, ao fazer aquilo que gosto, ao ser livre. Estou a acabar a universidade, a fazer o curso de tiro, quase no meu emprego de sonho, aprendi imenso desde que me aventurei nesta vinda para Londres. Cada vez tenho mais experiencias e amigos. Sorri novamente. A imagem de Jack invadiu-me. Aquele pedaço de mau caminho, meu querido amigo, tem-me feito tão bem que nem sei. Cada dia gosto mais dele. O som do mar estava cada vez mais baixo.


(...)


Acabei por adormecer. Acordei com o estômago a fazer um barulho estranho, o que me fez logo rir. Levantei-me, limpei a areia e caminhei até ao bar da praia. Vi as horas, 1:27 P.M.. Tinha dormido o resto da manhã na praia e tudo o que devia ter feito de manhã teria de ser feito de tarde. O melhor era despachar-me. Comi rapidamente e fui para o carro.

Vi o carro do Bruce estacionado e ele a colocar uma mala de viagem dentro da mala do carro. Era mesmo a última vez o que via, a verdadeira despedida. Aproximei-me com intenção de lhe desejar boa viagem quando vejo uma rapariga a vir ter com ele. A rapariga, a galdéria da aluna, saio do carro e beijou-o.

- Olá! –sorri-lhes e tirei os óculos de sol

O Bruce ficou estático quando me viu. Paralisado e branco. A rapariga sorriu e respondeu-me, agarrou-se ao Bruce e olhou-o.

- Quem é amor? –a rapariga questionou-lhe na tentativa falhada de obter uma resposta.

Ri-me.

- Ex-colegas de trabalho -respondi

- Isto...-coçou o pescoço –ah...-olhou para a rapariga e depois para mim –não é o que estás a pensar Jennifer! –aproximou-se ficando a frente da rapariga

- Eu sei que não Bruce –sorri e tirei-o da frente –Boa sorte miúda –apontei para o membro do Bruce

Ela olhou-me estranhamente, provavelmente confusa com tudo isto.

- Ele não é assim tão bom na cama...-fiz uma cara de desiludida e abanei negativamente a cabeça –Divirtam-se e vê se aprendes umas coisinhas com ela, deve saber alguma coisa –gargalhei –Boa viagem Bruce!

- Quem é que pensas que és para dizer isso? –falava furioso assim como o seu olhar

Sorri. Vi-o ficar ainda pior, mais nervoso também e a fazer mais força para a rapariga se manter quieta.

- Não falas assim do Bruce, nem de mim! –falava alto e tentava afastar o Bruce –Não temos culpa se tens inveja!

- Sempre pensei que tivesses bom gosto mas afinal fui a única de bom gosto –fiz o meu ar de bitch, coloquei os óculos e fui para o meu carro de sorriso nos lábios

Adeus Bruce!

Abri o carro e antes de entrar disse-lhes adeus. Ainda podia ver como discutiam e falavam alto. Sem saber se era para mim ou não, sorri novamente.

UnforgettableWhere stories live. Discover now