𝑩𝒍𝒖𝒆 𝑯𝒂𝒊𝒓 - 𝑆𝑎𝑙𝑙𝑦 𝐹𝑎𝑐𝑒

Seus toques - 36

Sal: Isso está perfeito - Ele comenta enquanto não tira os olhos dos papéis espalhados.

S/n: Perfeito? Isso é exagero, são só rabiscos - Eu zombo de minhas próprias artes porém, não minto sobre o que acho.

Sal: É um crime você chamar tudo isso de meros "rabiscos". O Larry, a Ashe e o Toddy iriam amar ver tudo isso também - Eu me sento na cama e em seguida me deito nela jogando minhas costas para o colchão, ele olha para mim e me mostra um desenho de um garoto que eu desenhei distraída na aula na 4° série que na real eu nem sabia que eu tinha guardado ele.

Sal: Quem é esse? - Eu viro minha cabeça e franzo minha testa tentando lembrar do nome do garoto que está na folha desenhada de forma bem desajeitada deixando claro que fiz ele a um bom, um bom tempo.

S/n: Esse é o... Liam, acho que é assim que ele se chama, não tenho certeza - Eu olho então para o Sal e percebo uma feição não tão calorosa nele - Por quê?

Sal: Só achei estranho um garoto no meio dos seus desenhos, geralmente quem desenha outra pessoa é porque gosta dela - Ele se vira voltando a ficar de frente para a gaveta mas ainda analisa o desenho.

S/n: Não em todos os casos, eu só desenhei ele porque estava entediada no meio da aula, nada especial, aliás esse desenho já tem anos - Eu falo mas a cara dele não muda totalmente e eu rio - Olha só quem está com ciúmes agora - Eu olho para ele e vejo seus olhos rolarem e me encarar preguiçosamente.

Sal: Nada a ver, foi só uma pergunta - Eu sorrio de lado achando engraçado sua reação.

S/n: Vou fingir que eu acredito, Salgrosso - Eu rio e antes que eu pudesse desviar, ele pega uma almofada e ataca em mim, "um pouquinho" irritado.

   Eu não fico parada e agarro uma outra almofada e ataco nele. Ele se desperta e pega outras duas almofadas e ataca as duas de cada vez em mim enquanto rimos, e assim começamos a nossa "guerra" que não parece acabar tão cedo. Nós giramos o quarto todinho para fugir das almofadas que lançamos um para o outro, até eu ficar bem ofegante e cansada por toda a correria e peço uma pausa com as mãos, eu me sento na cama e Sal larga a almofada laranja em sua mão e fica em minha frente, me deitando na cama em menos de 1 segundo e se aproxima de mim lentamente. Meu coração dispara e minha respiração um tanto confusa, igual aos meus pensamentos que na medida que ele se aproxima eles vão sumindo e meu foco neste momento é sobre ele.
   Como eu já esperava, ele me beija e deixa nossas bocas unidas e lentamente nossos corpos também. Nossas línguas dançam juntas e nossas mãos acaricia o corpo um do outro. Eu puxo ele pelo seu cabelo gentilmente para mais perto de mim sentindo a necessidade do calor de seu corpo para me aquecer e me confortar, seu peito sobre o meu e suavemente o colchão vai afundando enquanto nos aprofundamos nesse momento. 
   O vento ameno que invade o quarto pela janela balança nossos cabelos gentilmente e traz o único frescor possível de agora, ele alivia o calor de nossos corpos juntos, mas ainda não é possível apagar o calor de nossas sensações e toques. A mão quente de Sal vem subindo minha pele em minha cintura esquerda por baixo de minha blusa larga e eu me arrepio por isso, talvez Ash e Luna estivessem certas quando insinuaram que apenas a própria presença dele já me faz derreter, mas com o toque e beijo dele e eu perco toda a minha consciência, eu não posso negar quando a única coisa que eu me importo desde que eu conheci ele, é manter ele por perto. E nesse momento eu o tenho mais próximo de mim do que nunca enquanto ele saboreia de meu pescoço e eu mordo meu lábio inferior. Ele aperta minha cintura e trilha um caminho de beijos molhados por minha pele em meu pescoço sem descansar. Eu nunca experimentei isso antes, por isso não tenho toda a certeza em dizer isso mas... Ele é o melhor eu poderia ter, eu simplesmente sinto que nós completamos um ao outro de maneira única, seu beijo me causa tantas sensações que me perco no meio delas, é algo totalmente novo e por isso não quero que acabe tão cedo. Dos (poucos) livros que li de romance, nunca imaginei que sentiria algo melhor do que os frios na barriga ao ler. Nossas bocas se encontram novamente sem algum indício de saciedade, e o motivo é bem óbvio, não cansamos de estarmos juntos, eu e ele, e só nós, para fazermos o que muitas se incomodariam ao ver, mas nada disso importa na verdade.
   Junto com a intensidade de nossos beijos vem a falta de ar que se faz presente pouco a pouco até termos que nos separar por isso. Nossa respiração ofegante atingindo um ao outro enquanto nos olhamos profundamente, eu sorrio e acaricio seu rosto com meu dedão ao lado de sua face, já ele posiciona uma mecha em meu rosto atrás de minha orelha.