Capítulo 5 - No terraço ❤

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Depois da aula, eu estava disposta a ir para o meu quarto. Claro que eu não estou disposta a ir atrás da Amanda e sua trupe para ir ao tal clube. Porém como eu previ, uma delas correu até mim e parou na minha frente. Eu tentei passar, mas fui impedida por mais uma delas que apareceu.

— Que foi agora? Não posso nem ir ao meu quarto sem ter uma sombra? – Arqueei a sobrancelha.

— Você disse que ia ao clube. – Vitória cruzou os braços.

— Você vem com a gente – Paola começou a me arrastar.

Suspirei pesadamente, mas não as impedi, pois, minha curiosidade ainda estava viva dentro de mim. Passamos correndo pelo corredor e fomos parar na parte traseira do colégio, onde tinha um pequeno lago com uma arvore bem grande, que daria um belo desenho. Ao lado da mesma arvore, Vitória ficou pisando o chão e então uma porta – muito bem camuflada no chão por sinal – se abriu e ela entrou, mas antes me chamou para acompanha-la.

Quando chegamos tinha uma cortina branca, um tanto transparente, em lugar de porta, ela passou entre a cortina relevando o corte do começo ao fim que tinha no meio. Passei pelo mesmo lugar e ao entrar, me surpreendi. Era um local confortável e bem arrumado. Cheio de almofadas e pufes espalhados, um tapete do século passado, mas que combinava com a parede de madeira do lugar. Várias luzes penduradas em fio bem baixa. O que dava um ar bem hippie.

E lá estava o que eu realmente queria ver. Os instrumentos. Violão, guitarra, baixo, teclado e até um Cajon.

— Então a marrenta veio – Amanda abraçou seus joelhos.

Foi então que notei que tinha mais do que três pessoas. Além de Amanda, Vitória e Kathy, tinha Paola e mais algumas pessoas.

— O diretor vai surtar se souber dessa mistura de sexos aqui em baixo – Cruzei os braços, fazendo pouco caso a Amanda.

— Esse é o Rafael, meu namorado. Essa é a Verônica e o Vitor – Amanda apresenta-os.

Eu apenas sorrio forçado.

Eu nem devia estar aqui.

— O que você sabe tocar, ruivinha? – O que tinha sido apresentado como Rafael, questionou.

— Não te dei intimidade para me dar apelidos. – Resmunguei e Amanda revirou os olhos, em seguida ele ergueu suas mãos em inocência.

— Não liga Rafa, ela é assim mesmo. – Kathy disse. — Um doce de pessoa.

— Você também é, muito. – Sentei-me no primeiro pufe que vi.

— Vamos tocar ou ficar de briguinha? – Vitor questionou.

—Vai para o Cajon então mané – Rafael bate na nuca dele e o mesmo vai.

— E aí, Angelina, qual vai ser? – Assim que Vitória pegou no violão, eu levantei.

Tudo nesse ambiente era a cara da minha irmã. Queria muito saber se ela tinha vindo aqui alguma vez. Mas acho que vou ficar na curiosidade.

Sai correndo do lugar. Claro que nenhum deles deve ter entendido nada e era melhor assim. Eu tinha que ser forte e mostrar apenas isso a eles. Eles que são todos suspeitos da morte da única pessoa no mundo que me entendia. E que me fazia baixar a guarda.

Parei na frente daquela grande arvore, sentindo o vento bater no meu rosto, levando meus fios ruivos para meu rosto e então respirei fundo. Algo se remexeu no meu estomago. Eu sabia o que era, mas não queria que fosse.

Flash back on.

— Que Deus console essa família que hoje sofre com uma perda tão grande. Uma jovem de apenas dezesseis anos que não merecia perder seu brilho tão nova. Anna Forbes tinha muito o que viver, mas Deus preparou algo melhor para ela, infelizmente, longe desse mundo de meros pecadores. – O pastor dizia para nós.

UMA CARTA PARA MIMWhere stories live. Discover now