VII

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(Para quem está conhecendo agora, esse aí é o Mundo de Thystium

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(Para quem está conhecendo agora, esse aí é o Mundo de Thystium. Flayfh e Gavril saíram de um ponto no canto inferior direito no mapa em direção Nordeste, até a Floresta Vermelha.)

Continuando...

Deixando Pomena para trás, os dois caminharam por diversos dias, conversando pouco. Flayfh gostava de caminhar e era muito boa nisso, sempre que podia a clériga evitava montarias e viajava a pé. O espadachim, plenamente focado em sua missão, não desejava que eventuais conversas paralelas atrapalhassem o que tinha a ser feito, por isso, nas poucas paradas em que faziam, discutiam sobre a presença dos deuses, sobre sangue mágico e vez por outra argumentavam com pássaros intrometidos. Algumas dessas criaturas aladas avisavam sobre possíveis inimigos, o que demandava ouvidos atentos.

Por estarem em excelente forma física, a viagem transcorria em um ritmo de passadas aceleradas. A clériga conhecia bem a região, o que facilitava bastante a caminhada. Repleta de polidez e etiqueta, Flayfh perguntava vez por outra sobre as motivações do guerreiro e utilizava sua empatia de clériga para captar emoções e sinceridade.

Após cinco dias na estrada, a borda da floresta de folhas avermelhadas estava logo adiante. Vindo do Sul, aquele era o trecho mais crítico. Criaturas com cabeça de hiena e armadas com lanças, costumavam espreitar viajantes e mercadores despreparados. Caravaneiros que viajassem por ali, costumavam soltar iscas para distrair as criaturas, viajantes à pé, como era o caso de Flayfh e Gavril, não tinham muita escolha nesse sentido.

– Você deve ter reparado, Flayfh. – disse Gavril com alguma ressalva, tentando não chamar atenção – Estamos sendo observados faz dois dias. Criaturas pacientes esses gnolls.

A clériga olhou ao redor e notou que havia mais de sete criaturas. Mentalmente analisou suas provisões e calculou as chances que teriam naquele combate, caso outros predadores sedentos por magia resolvessem se juntar à batalha. Ela não fazia ideia das reais habilidades de batalha de seu companheiro.

– Contei sete, mas os elfos já me instruíram sobre como essas criaturas são traiçoeiras. – disse ela, mantendo a calma. – Já estive por aqui outras vezes, acho que devemos...

– Fique atrás de mim. – disse Gavril, tomando a dianteira. – Eu lido com isso.

– Como é que é? – Flayfh exclamou entre os dentes. – Com quem você acha que está falando? Eu já venho lutando por mais tempo do que me lembro. Sei muito bem como eles agem, quando eu derrubar os primeiros, os outros irão fugir.

Contrariado, Gavril recuou dois passos e curvou-se para frente em sinal de respeito, indicando caminho livre para a batalha. Já os gnolls, percebendo que lutariam somente com a mulher que portava uma maça simples, investiram em carga, abandonando sua costumeira estância covarde em batalha. Um erro que não cometeriam novamente.

Com um golpe seco, a maça devastou o focinho do primeiro que se aproximou. Flayfh esquivou-se do primeiro golpe contra ela jogando o corpo para o lado contrário e partiu a lança do segundo atacante com sua canela. Agarrou o braço do gnoll momentaneamente desarmado e desferiu um golpe contundente contra o crânio da criatura.

Gavril observava os movimentos de sua aliada e dos adversários, sabendo antecipadamente onde ela seria atingida. Suas caretas demonstravam preocupação com o combate e ele fechava um dos olhos cada vez que um golpe passava muito rente ao corpo da clériga. Pensou em gritar um aviso, mas estava particularmente curioso para saber o resultado daquela batalha. Sem interferir.

Em um ataque veloz para seu tamanho, o quarto gnoll que investiu, atingiu Flayfh de raspão na altura do abdômen com sua lança. O golpe produziu sangramento de imediato, após atingir uma região desprotegida. Sem pestanejar, nem se abalar pelo golpe sofrido, a clériga utilizou a mão livre e conjurou sua habilidade mágica de nascença: uma poderosa descarga elétrica, desferida através das mãos.

Foi o suficiente.

Um a um, os gnolls bateram em retirada. Ganindo e alertando criaturas da região que aqueles dois não eram inimigos para se mexer.

– Muito bem – disse Gavril batendo palmas e caminhando em direção a clériga. – Você realmente sabe lutar.

– Eu pareço alguém que precisa de proteção? – disse ela novamente entre os dentes enquanto avaliava a gravidade do ferimento que sofrera.

Elevando o pensamento aos céus e às estrelas que brilhavam distantes, Flayfh pressionou o ferimento. Uma luz esverdeada brilhou na ponta de seus dedos e cicatrizou completamente a lesão, sem deixar vestígios de que outrora havia sido ferida, exceto a mancha de sangue em suas roupas.

Estavam diante da Floresta Vermelha, lar de dois poderosos clãs élficos. E era hora de entrar.

Espada e Dever  - Um livro no Mundo de ThystiumWhere stories live. Discover now