Il Rituale

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Aldo

Um a um, os novos membros foram chamados à sala. Éramos seis no início e agora apenas cinco. Ricco foi o primeiro de nós três, não sei quanto tempo ele ficou lá, mas pareceu uma eternidade. Ele saiu sangrando e mancando, seu padrinho o alcançou na porta.

Jimmy foi o segundo, dei-lhe um fraco soco no ombro quando ele passou por mim, cerca de uma hora depois ele saiu amparado por seu pai. Quando fui chamado meu pai me puxou sobre os meus pés, eu era um pouco mais baixo que ele, mas ainda assim nossos olhos quase se encontravam.

— Sua vez, saiba que estou orgulhoso, eu sabia que você jamais iria me decepcionar. Ti amo figlio mio!

Mesmo sentindo dor acenei para ele, eu sabia ser amado. Impedido de entrar meu pai me deixou na porta e eu entrei me apoiando em um dos homens e fiquei de frente para os cinco anciãos.

— Filho você foi instruído que nem mesmo uma palavra deve ser dita a respeito do que acontece aqui certo?

Si Signori Marcello Venni. — respondi erguendo meus olhos aos dele.

— A quem rezamos por sua alma filho? — perguntou

Giacomo Rizzo, o meu avô.

— Nossa Senhora di Polsi, padroeira da nossa família.

— Você a escolheu para a sua proteção e isso não lhe será tirado — disse Massimo D'Angelli.

O ancião pegou uma foto em uma mesa e a trouxe até mim. Beijei a foto e todos fizeram o mesmo. Marcello Venni trouxe o punhal, o mesmo que eu usara para marcar o rato.

— Estenda a sua mão, Aldo! — ordenou o ancião apontando para mim.

O ancião Venni fez um corte em minha palma, e em seguida fez o mesmo na dele. Erguendo minha mão para o meu sangue pingasse sobre o dele, na foto de Nossa Senhora di Polsi.

— Aldo a família Venni te recebe como parte do sangue.

— Sanguinem into non foris! — ecoaram todos.

Todos os presentes fizeram o mesmo ritual que Marcello Venni fizera, incluindo meu avô.

E todas às vezes frase "Sanguinem into non foris!" fora dita após o ritual de sangue, e repetida por cada ancião presente.

Um dos anciãos trouxe um prato e uma vela acesa, repeti a oração a Nossa Senhora de Polsi, com meu avô e depois queimei a foto jurando pelo sangue proteger as famílias, e proteger o sangue acima do meu próprio.

Por último meu avô trouxe-me uma pasta com várias armas de fogo, eu escolhi uma 9 mm cano de prata e o cabo em marfim puro. Ela parecia se encaixar na minha mão enquanto era unida a mim pelo sangue que ainda escorria de minha palma. Meu avô a tirou de minha mão e depois mirou em minha coxa atirando à queima-roupa.

O trajeto da bala ardeu e eu engoli mantendo-me firme ao olhar nos olhos do ancião.

— Isto irá te lembrar a não usar a sua arma em sangue inocente, e nem no seu próprio sangue. Capisce? Sanguinem into non foris!

Sanguinem into non foris! — repeti entre os dentes sentindo o caminho da bala ardendo como o inferno.

— Bem-vindo às famílias Aldo Rizzo. — disse cada um dos anciãos após beijar-me três vezes na face.

***

Meu pai me recebeu na porta, minha perna ainda sangrava.

— Não me diga o que eu não preciso saber filho, eu estou muito orgulhoso do homem que você se tornou.

RIZZO - Herdeiro da dor - Série Detentores - Livro 2 (completo)Where stories live. Discover now