La Mia Vita Per La Tua Vita

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Irina

O olhar de dor e ódio do Aldo matou-me por dentro, mas foi o que vi nos olhos do Ricco que com certeza me levaria ao túmulo.

Eu estava pronta para morrer pelo meu amor? Sim, mas eu também queria viver pelo filho dele. — Adeus meu amor! — sussurrei para o vazio na varanda Assustei quando Ricco pegou Vincent pelo pescoço lançando o maledetto contra a parede.

— Você é um homem de sorte Ricco — Vincent zombava enquanto fechava as calças — ela continua tão gostosa quanto da primeira vez.

— Você está morto bastardo, aliás, os dois estão. — os punhos de Ricco se chocaram com o maxilar de Vincent com tanta fúria, que eu poderia jurar que ouvi sons de ossos quebrando.

— Ricco, por favor, não é nada disso que você está pensando. — tentei falar enquanto me encolhia no canto da parede.

— Cala a maldita boca, eu resolvo com você depois — ordenou sem sequer olhar em minha direção.–Julius! — gritou pelo rádio, e ele estava pronto ao seu lado, como se materializasse ali.

— Fique aqui, não me desafie! — ordenou ao sair do quarto com os homens que carregavam Vincent para a sua morte certa.

Enquanto eu tremia sem parar no canto do quarto, ouvi Ricco gritar ordem a um de seus homens para guardar a porta com a sua vida — como se existisse alguma chance no inferno de eu escapar dali.

— Sinto muito meu bebê, sinto muito por você e por seu pai. — toquei meu ventre liso enquanto rezava desesperadamente por um milagre.

Pude ouvi-lo, seus passos eram tão firmes contra o chão que pude ouvi-lo subir as escadas, a cada passo pelo corredor meu coração se apertava. Quando ele entrou no quarto respirei fundo, tentando pensar em outra coisa que não fosse tortura que ele me faria passar até que sua ira se consumisse. Eu o havia traído, e agora estava diante do júri, do juiz e do executor, como eles costumavam dizer.

— Levante-se e se recomponha você não é uma vítima então não aja como se fosse.

— Você não sabe de nada Ricco, mas faça o que você veio fazer, eu não tenho mais nada a perder mesmo. — murmurei enquanto cumpria suas ordens.

— Parece que não tem mesmo, você sabia que o homem que estava te comendo há pouco tempo é o mesmo que matou os seus pais? Você sabia disso?

— O quê? Não, não foi ele — respondi surpresa sem entender do que ele estava falando? — e ele mentiu Ricco eu nunca fiz nada com ele antes, eu juro, essa foi a primeira vez acredite em mim, por favor, eu não queria que você visse isso me perdoa eu não tive escolha.

Numa tentativa patética eu me arrastei até seus pés agarrando-me ao seu cinto. Em um segundo eu estava no chão em posição fetal agarrada ao meu ventre, sentido a ardência do tapa e o gosto acre de sangue em minha boca.

— Você é amante do homem que matou meus pais, que matou os seus pais, que tentou matar o meu avô, você acha que se arrastar feito uma cadela no cio até mim, vai fazer com que eu te perdoe? Que poupe a sua vida?

— Por favor Ricco, eu não tive escolhas eu já estou morta de qualquer jeito, se você não me matar ele vai, você tem uma arma por favor faça isso, se algum dia tive algum valor para você use sua arma. — implorei por uma morte rápida, visto que o meu futuro era pior que a morte.

— Meu pai não teve direito a clemência, minha mãe também não, por que você teria?

— Eu não sou amante dele, eu não tive escolhas, acredite em mim. — implorei, mas Ricco me ergueu sobre meus pés e me fez encara-lo.

— Eu estava preocupado com você, eu te vi sofrer, te vi definhando dia após dia, me culpei acreditando ser responsável por seu sofrimento.

— Não, eu não sabia que ele estava vindo eu juro, e Vincent estava me ameaçando, você não entende? Eu precisava protegê-lo.

— Proteger a quem, a mim, ao Vincent?

— Não, eu tinha que proteger o... você não entende.

— Não, eu não entendo! A porra da mulher que jurei proteger e amar até o dia da minha morte, fode com o meu pior inimigo na porra da minha casa. Não, eu com certeza não entendo.

— Eu o ouvi falar com alguém hoje enquanto ele me... E-eu o ouvi dizer que iriam esperar os anciãos chegarem, e então o caminho estaria livre. Ele quer todos Ricco você, seu avô, os anciãos e todos os outros detentores das moedas. Entenda, eu tinha que protegê-lo, ele me prometeu que o pouparia você não entende, mas eu tinha que fazê-lo e agora nada mais importa. — Ricco estava brincando com fogo, e eu não sabia como alertá-lo.

— Quer dizer que o Vicent e quem está por trás dele está aqui há mais de uma semana e você não me contou porque queria me proteger, é isso? E você fez isso como, chupando o pau dele? Deixando ele te comer embaixo do meu teto? — ele gritou pela primeira vez.

Eu ouvi o clique da trava de segurança, meus braços envolveram meu ventre em um último adeus, ouvi o disparo e me preparei para o impacto, mas ele não veio.

Quando ousei abrir os olhos, Ricco estava de joelhos, numa mão pendia a arma e com a outra apertava a ponte do nariz. Ele parecia perdido e furioso ao mesmo tempo. Uma combinação perigosa em alguém com a arma na mão e ainda pior, nascido na máfia.

Mas ele saiu, levantou-se e saiu batendo a porta atrás de si. Respirei fundo obrigando meus pulmões a cumprir suas funções por mais um tempo. As portas do inferno estavam abertas, o próprio Lúcifer estava a caminho, e minha morte era só questão de tempo, pelas mãos do Ricco, ou pior pelas mais do Vitto "Lúcifer" Venni.

Ricco não voltou ao quarto, um de seus homens me trazia alimentos e água, mas não falava nem uma palavra, não importa o quanto eu perguntasse. Eu não o vi pelo que parecia ser dias intermináveis. A longa espera, a incerteza do segundo seguinte, era assustador. Meu corpo pareceu bloquear todos os efeitos da gravidez, meu bebê parece estar ciente que ocorre a volta dele e decidiu se proteger escondido dentro do meu ventre.

Mas eu sentia a presença do mal, o rodear do obscuro. Vitto estava por perto, eu só não sabia o quão perto ele estava até que uma explosão arrancou-me de meus sonhos perturbados. As luzes de emergência se acenderam e eu fui brutalmente arrancada da cama pelos dois homens que adentraram em meu quarto. Um deles trabalhava para Ricco, era um dos homens feitos trazidos com Vinci da Itália, e o outro eu poderia jurar já tê-lo visto em companhia dos homens de Vitto.

— Vista-se e pegue as suas coisas, não faça nenhuma gracinha, capisce? Ele disse para te levar viva, mas não disse nada a respeito do "inteira".—ordenou o capanga mais velho.

Sem ter como reagir, eu não ousei perguntar por Ricco, Aldo ou qualquer outra pessoa, a jogada era de Vitto, e ele sabia como ninguém como movimentar as suas peças para virar um jogo ao seu favor. Então, não perguntei aonde me levariam, apenas segui as ordens e entrei no carro. Eu teria que encontrar uma forma de fugir, mas naquele momento essa não era uma boa opção. Outros dois homens se aproximaram do carro, e eu reconheci quando o moribundo caiu para frente desacordado. — Ricco fez um estrago e tanto em Vinci.

Deixando minha curiosidade de lado, não pensei em como eles me tirariam do Brasil ou para aonde iriam me levar e me concentrei em repetir ao meu cérebro que ele estava seguro, e isso era tudo o que me importava.



RIZZO - Herdeiro da dor - Série Detentores - Livro 2 (completo)Where stories live. Discover now