La Mia Fortuna

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Irina

Acordar nos braços de Aldo, me encheu de pavor. Não era com esses sentimentos que eu estava esperava despertar. Senti o peso da perda, do abandono, do terror vivido nas mãos do Vitto durante tantos anos.

Eu só queria estar perto do meu filho, era como se a qualquer momento Aldo fosse fazer algo que o afastaria de nós novamente. Eu só podia pensar em meu filho, eu amava Aldo, mas abrir mão dele era fácil se comparado a dor de perder Enrico.

Sai do quarto em silêncio e fui até meu filho que dormia ao lado abraçado ao boneco do G.I JOE, um brinquedo antigo que seu pai dera a ele. Perdi seus primeiros anos, mas me sentia molto fortunata, por ter meu filho Enrico comigo novamente.

Eu poderia ter tudo? — tive medo de fazer escolhas erradas e elas me custarem meu filho novamente. Eu escolhi o Aldo antes e ele quebrou meu coração, e por causa dele eu quase perdi o meu filho para sempre.

Eu poderia estar perto do Aldo e não ser sua? Poderia ser capaz de separar às duas coisas, para que nosso filho tenha seus pais por perto? Quanto tempo ele vai ficar até que não aguente a pressão e fuja novamente?

— Eu não vou, seja lá o que você esteja imaginando que eu vá fazer e quebrar seu coração, esqueça, por que eu não vou. — a voz grassa do Aldo soou atrás de mim.

Seus braços firmes me envolveram por trás e eu tremi divida entre o desejo de me entregar sem reservas e o medo de perder tudo novamente.

— Você não sabe o que estou pensando, ou ensinam ler pensamentos na América?

— Não preciso ler seus pensamentos, eu conheço você, e acredite meu amor, eu entendo os seus medos, mas acredite em mim, eu morreria antes de deixar vocês novamente.

— Você já morreu uma vez Aldo, não é novidade quando se trata de você — minhas palavras soaram duras, e eu o senti enrijecer.

— Sinto muito coccinella, você não merecia ter vivido todo esse inferno, eu falhei com você da pior forma possível. Espero que um dia você consiga me perdoar.

Eu sai de seu abraço e o olhei de frente, seus olhos estavam marejados, eu jamais vi Aldo chorar, nem mesmo quando seus pais morreram ele se entregou ao choro, mas ali estava meu Aldo, chorando por mim, por toda a nossa vida, por tudo o que perdemos. Eu só queria consola-lo, só desta vez eu deixaria que ele fosse o centro do meu mundo novamente.

Eu o amava, apesar de todos os meus medos eu o amava tanto quanto antes. Eu precisava dele tanto quanto antes, por mais assustador que fosse eu não podia negar.

— Eu sinto muito amor, eu entendo se não me quer por perto, eu vou me afastar de você, mas não me tire ele, por favor, Irina, eu não posso perder vocês, mesmo que eu os veja de longe.

— Eu não quero que vá, nós precisamos de você, eu preciso que fique, mas precisa entender que não é fácil confiar em você, eu estou tentando Aldo, mas tenho medo de baixar a guarda e perder tudo de novo.

— Não vai amor, eu juro por minha vida pelo meu sangue que jamais deixarei vocês novamente. Não desista de nós, coccinella, per favore.

Cresci na máfia, sei que nenhum homem que jure pelo sangue, para o bem ou para o mal, volta atrás, mas foi no amor e no desespero que vi em seus olhos que eu confiei. Eu me deixei ser levada por ele, literalmente, pois eu já estava em seus braços sendo baixada na cama enquanto o corpo dele encobria o meu.

Ti ho voluto dal primo momento che ti vedi. — Eu a quero desde o primeiro momento em que te vi. — Mi tormenti ancora. — Você me atormenta desde então.

RIZZO - Herdeiro da dor - Série Detentores - Livro 2 (completo)Where stories live. Discover now