Pagare Il Prezzo

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Aldo


Eu estava meio quebrado, havia levado um tiro no ombro que doeu como o inferno.

Jimmy encontrou a sua forma de garantir a sua parte na minha punição, causando toda a dor que ele pode enquanto suturava meus ferimentos.

— Está doendo smidollato figlio di puttana? — xingou enquanto derrama um líquido infernal no corte em meu queixo. — se chorar vou enfiar um bisturi no seu pau.

— Também senti sua falta, pazzo frocio! — respondi sentindo a agulha perfurar a carne.

Jimmy pareceu ceder um pouco e aplicou um anestésico local, não que eu não pudesse resistir a picada, mas acho que ele ainda é o mesmo coração mole de antes.

Jimmy sempre foi meu melhor amigo, e eu o traí também quando fui embora, e sabia que todos os meus amigos tinham os mesmos sentimentos a meu respeito, eu teria que trabalhar muito para reconquistar a confiança deles, mas eu não faria menos, pois eu os amava. Serena e Valeire, Jimmy e Ricco, eram meus irmãos.


Fui deixado em casa, a minha antiga casa, pois não me senti digno dela. Meu avô me recebeu na casa de hóspedes.

A mansão possuía trinta quartos, mas fui mandado para uma casa que mais lembrava uma cabana de caça na encosta da propriedade, embora seu tamanho nem de longe poderia ser comparada a uma cabana, feita em pedra e madeira rústica, a casa possuía duas suítes e três salas, além de uma sala de jogos e uma sala de vídeo.

Essa casa era usada como espaço para festas, estava sempre cheia de amigos e garotas durante os anos de glória em Vennidit.


Agora era um espaço sóbrio, a decoração ainda era a mesma, mas meus olhos já não eram.


Meu avô, Giácomo Rizzo, o homem que fora meu herói assim como meu pai, estava na minha frente, seus cabelos brancos, a pele flácida em torno dos olhos, parecia ainda o mesmo gângster de antes, como se o interior mostrasse que era ele quem dava as ordens, então o corpo já castigado pela idade apenas se obrigasse a se render, mantendo-se firme a todo custo.


As mais de oito décadas de nonno Rizzo não tiraram dele a imponência e a sobriedade que vinha junto com a experiência de vida.

E era tão malditamente assustador quanto eu me lembrava.

Eu senti a picada do tapa que ardeu em meu rosto já ferido, mas a ardência não era tanto do tapa e nem do anel que adornava seu dedo, a ardência era da vergonha, de tristeza e arrependimento.


— Perdonami nonno, per favore! Sono così dispiaciuto! — implorei ajoelhando aos seus pés e peguei sua mão para beijar o anel.

Se ele puxasse a mão seria sinal de que estava me rejeitando, e eu seria banido do sangue.

No entanto, vovô puxou-me em um abraço. Ele me apertou com todas as suas forças, eu o ouvi chorar, mio nono chorou por mim, e eu não merecia aquelas lágrimas.


— Benvenuto mio nipote! Grazie Dio! — meu nono beijou meu rosto ferido depois bateu-me novamente desta vez com sua bengala de apoio, que poucos sabiam conter uma arma mortal em seu interior, o bastão atingiu meu estômago e eu me dobrei ao meio. O velho bastardo ainda tinha muita força naquele braço.

— Vovô, porque a família não me caçou de volta? O senhor os impediu? — perguntei tentando desviar a sua fúria para outra direção.

— Eu quis trazê-lo aos meus joelhos figlio, mas eu soube da sua dor, e seu castigo estava em sua própria fuga.

— Você sabia sobre a existência do meu filho?

— Soube da criança que Vitto matou na Inglaterra, e tinha por certo de que era meu neto, por isso não fui atrás de você. Precisava poupá-lo de mais uma perda, meu filho.

RIZZO - Herdeiro da dor - Série Detentores - Livro 2 (completo)Όπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα