Una cagna di nome Fortuna

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Há mais ou menos seis anos...

Aldo

De dentro do carro eu observava a repórter dando notícias de mais uma morte.

" Na tarde desta segunda-feira, um corpo foi encontrado carbonizado dentro de um carro na lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio. Ainda não há informações sobre a vítima, que foi encontrada por mergulhadores do Corpo de Bombeiros."

Em breve a polícia local encontraria sinais que os levariam a elucidação do ocorrido, e como já seria esperado, as famílias apagariam todos os rastros da morte antes que alguém pudesse dizer quem era a vítima em questão. Eu já vi acontecer muitas vezes.


Era hora de seguir em frente pelo tempo em que me fosse permitido, pois, não há quem fuja do sangue e da máfia. No entanto, eu sempre fui bom em me esquivar, e desta vez eu queria estar morto, se possível para sempre.

Meu refúgio era uma pequena cidade costeira no Oregon, com praias e densas flores. Um paraíso escondido do mundo.

Aluguei um pequeno chalé que ficava bem distante do centro comercial e de gente é claro.

A cabana, como eu a chamei logo que a vi, foi residência de uma senhora viúva.

Seu filho não conseguiu se desfazer da propriedade, e após muita insistência e uma oferta generosa, o homem cedeu, e a cabana tornou-se refúgio demais um bêbado. Pois, era esta a vida que eu levava, bebia até desmaiar, corria na praia até a exaustão, comia qualquer coisa pronta que pudesse comprar e bebia novamente para completar o ciclo.

Cerveja americana e Bourbon — o que há de errado com o paladar dessa gente — era minha autopunição, era meu castigo eterno.

Todas as manhãs ao correr na trilha de areia um pequeno cão horroroso de pelo arrepiado e encardido me acompanhava de longe, após muito tempo sozinho comecei a conversar com o animal, que aos poucos foi ficando mais ousada até que se atreveu a correr ao meu lado.

— Estamos corajosos hoje não? Qual é o seu nome, Er... senhor? Ah! Desculpe-me! Senhorita. Então você tem uma casa pequena dama?

A cadela balançou o corpo magrelo e soltou um latido rouco.

Sem coleira, ela parecia não ter um lar, mas era melhor verificar de qualquer forma.

— Venha, vamos dar um passeio, se quer ficar comigo primeiro temos que descobrir se você está sozinha, e também precisa de um banho. — a cadela parecia compreender o que eu dizia, pois, seguiu ao meu lado em silêncio, mesmo enquanto atravessava a cidade.

Port Falls, tinha um super tudo que funcionava como loja de conveniência, posto de gasolina, equipamentos agrícolas, peças e autopeças, serviço de correios, etc.

Depois tinha o restaurante e café da Zoeh, a clínica do Dr Mark, a farmácia do Zack, o canil, clínica veterinária e pet shop da Dra. Liah Green, e mais nada.

Uma pequena praça onde tinha exposições de produto locais e festas da cidade, claro que eu conhecia cada ponto da cidade, rotas de entrada e saída, conhecia rostos e os observava qualquer conduta suspeita.

A história de um jovem viúvo aparecer do nada na cidade não pareceu chocar ninguém, como se fosse óbvio o local ser o fundo do poço para qualquer pessoa.

— Venha garota! — chamei a cadela que pareceu ter receio de entrar na pequena loja — não se preocupe eu não vou deixá-la aqui.

Com um balançar de rabo que parecia querer dizer sim, ela entrou e sentou-se ao meu lado. Fiquei surpreso, a garota parece ter modos.

RIZZO - Herdeiro da dor - Série Detentores - Livro 2 (completo)Where stories live. Discover now