Il vile traditore

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Aldo

Quando as portas do elevador se fecharam atrás de Irina respirei leve como nunca. O não ar não era mais pesado como antes. Eu estava tão cheio de esperanças que poderia matar um dragão só para provar a ela o meu amor.

O resto do dia estava em perfeita harmonia, falei com Ricco, disse a ele que precisava falar com ele e de preferência antes da festa, mas não queria pegá-lo em seu escritório de trabalho.

Mesmo parecendo intrigado, pois meu amigo me conhecia muito bem, ele disse que estaria lá para mim. Saber que eu o havia traído de tantas formas diferentes me corroía por dentro.

Um dia eu lutaria por conquistar o seu perdão, mas de algum modo não parecia importante hoje. É egoísta? Sei, Covarde? Sei também, mas eu amava Irina há muito tempo e ela também me amava. Serena estava certa, não é justo para nenhum de nós três esta relação.

Fui ao shopping, mas decidi não usar roupas tão formais. Um jeans escuro e um casaco era mais que suficiente. Eu me sentia revigorado, fui dar uma volta na orla, a paisagem atrelada a temperatura amena pela proximidade do inverno me fez querer ir mais e mais longe.

Meu telefone tremeu em meu bolso e eu o peguei com um sorriso bobo no rosto ao identificar o remetente.

[ ] "Sinto muito, mas não posso ir com você, não fale com o Ricco por favor vá embora vai ser melhor assim."

...

Quê? Que merda havia acontecido com ela? Eu me lembrei de repente da sua festa de quinze anos. Algo aconteceu com ela naquela tarde, Irina não quis me contar e me mandou embora. Passei anos me culpando por ir sem descobrir o que a tinha feito chorar.

[ ] "Que merda é essa Irina? Do que você está falando?"

...

[ ]" Você não pode dar o que eu preciso Aldo, nunca pôde. Eu não vou deixar o Ricco, ele é seguro e você é instável. Sinto muito! Por favor, vá embora e me deixe em paz, se me ama de verdade, apenas vá!"

...

[ ] "Irina você me ama, seu corpo me disse isso hoje pela manhã, por favor, baby não desiste da gente, eu amo você!" — Deus não, eu não posso perdê-la, não agora que a tenho novamente.

...

[ ] "Não, eu não quero arriscar o meu futuro Aldo, você teve várias chances, mas jogou fora não pode querer isso de mim, não mais. Confia em mim Aldo, por favor, vá! É melhor assim."

[ ] "Não! Amore mio, não é melhor assim, eu não posso viver sem você, não mais. Agora que já tenho experimentado a vida através de você."

...

[ ]" Estarei nessa maldita festa, eu não vou desistir de você, terá que dizer isso olhando nos meus olhos enquanto eu te toco. Vai ter que fazer melhor do que isto para me afastar de você baby.

Não desta vez minha querida, eu não vou sair desta vez, eu vou lutar até o fim por nós. Amo te!"

Voltei ao hotel, eu não podia perder o foco, algo aconteceu para que Irina mudasse assim tão de repente, foi como naquela tarde. Irado, com uma fúria capaz de consumir tudo ao meu redor eu me vi rezando como não fazia pelo que parecia ser um longo tempo.

Deus, por favor, eu não posso perdê-la, eu não posso perdê-la

Tomei o Bourbon em um só gole, a bebida desceu queimando por minha garganta. Com um carro alugado eu segui até a mansão de Ricco.

A casa estava realmente cheia, nenhuma das minhas tentativas de ficar sozinho com Ricardo era produtiva.

Eu era constantemente arrastado para uma ou outra apresentação a políticos, ou empresários, bugiardos stupidos, lambe botas. Esse tipo de gente sempre me enoja, vendem-se por muito pouco na tentativa de manter-se sob holofotes.

As belas mulheres, em suas cores e formas, todas realmente lindas. Por um momento eu até tentei entender a dificuldade de Ricco em abandonar sua vida de solteiro.

— Gato, você me faz ter vontade de voar para a Itália no próximo voo, como vocês são lindos!

— Mas nem de longe nos aproximamos da beleza da mulher brasileira, vocês sim são belas. — eu disse arrancando as mãos de uma garota da minha camisa, mas um pouco e ela seria a capaz de me despir.

Eu fugia delas, enquanto Ricco as jogava sobre mim como se fosse um presente. Até que ele se desprendeu de nós, mas não foi ele quem chamou a minha atenção, eu senti seu cheiro. Ouvi o som dos seus passos ecoando em meu cérebro.

Irina despontou no topo da escada e eu tive que apertar as unhas nas minhas palmas para não correr até ela. Até porque essa era ainda a hora de Ricco.

Sua pele branca, destacava ao roubar um pouco do rubro do vestido vermelho vivo que ela usava, era pecado cobiçar a perfeição dos deuses? Uma Afrodite? Poderia ainda descrevê-la como Freya a deusa da sedução. Irina estava em seu mais belo e perigoso modo sedutor, eu a conhecia bem, ela era a minha obsessão há muito tempo.

Eu podia ver que ela estava tentando chamar atenção para si, mas ela não o faria sem um propósito. Ela estava tentando prender Ricco na sua teia? Era para ele tudo aquilo? Porque ela iria querer mostrar-me, principalmente depois do que vivemos pela manhã? Senti um desejo insano de arrancar os olhos de Ricco por olhá-la, de arrancar as suas mãos por tocá-la, mas era para ele que ela ria, era para ele todo o seu jogo. E mais uma vez eu senti que talvez meu amor não bastasse para ficarmos juntos.

Irina fugia de mim a cada tentativa de falar com ela, Ricco sumia das minhas vistas, eu estava ficando desesperado. Louco era a palavra mais adequada para a minha situação.

Como se em resposta às minhas orações, eu a vi subindo pela escada de serviço ao segundo andar. Uma saída pela tangente como se esperasse que eu a seguisse, encheu-me de esperanças novamente.

Deixei minha bebida na bandeja do garçom que passava por mim. E me esgueirei como um adolescente apaixonado pela janela da primeira namorada. Era quase isso, eu fui seguindo as suas pistas, as portas do corredor estavam todas fechadas, exceto por uma. Passei por ela, o quarto estava vazio, e só então percebi que as portas da varanda estavam abertas, segui até ela em silêncio.

Eu poderia morrer, matar ou fugir, mas meus pés estavam travados presos ao chão, a bile subiu a minha garganta, meus olhos se escureceram de fúria. Irina estava dobrada sobre a cama, os vestidos enrolados à sua cintura enquanto o homem a segurava firme pelos cabelos em estocadas fortes. Uma cena digna de qualquer filme para maiores de dezoito anos.

Eu mataria por Irina, eu morreria mil vezes por ela, mas naquela hora eu só queria matá-la, queria arrancar seu coração por ela ter pisado tão covardemente no meu. Eu queria matar os dois ali sobre a cama de Ricco, e teria feito se tivesse com a minha arma.

— Mais forte Vinci, você sabe como eu gosto. Me dá o que quero — ela gritou enquanto ela era fodida por trás por Vincent, o bastardo tinha idade para ser seu pai.

Seus olhos encontraram os meus, o que era aquilo? Lágrimas? Arrependimento? Vergonha? Eu não pude e nem queria decifrá-los.

Eu senti nojo, repulsa e não sei como, mas tão rápido quanto possível eu me vi saindo da varanda indo em direção as escadas de serviço novamente. Meus olhos picavam e ardiam, eu sufocava buscando ar.

Entrei em meu carro alugado e voltei ao hotel em busca da minha arma. Justo hoje ela não estava comigo.

Subi pelas escadas, o elevador era lento demais para mim naquele momento.

Eu não saí, peguei a minha arma. Em vez de ir até lá e matá-los, decidi acabar com a única pessoa que estava sobrando nessa equação. Eu

RIZZO - Herdeiro da dor - Série Detentores - Livro 2 (completo)Where stories live. Discover now