Rivelazioni Miracolose

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Irina

A casa era uma antiga propriedade numa área rural, não muito longe de Vennidit, uma fortaleza de dois andares com vista para as montanhas de pedras a leste, e do lado oposto uma densa floresta formada de pinheiros e abetos.

O jardim bem cuidado, protegido por ciprestes italianos e perfumados por romãs.

A propriedade mantinha as mesmas características dos casarões antigos feitos em pedra, possuía grandes salas e grandes varandas abertas.

Por todos os lados que eu olhava podia ver capangas de Ricco, embora nem no inferno eu ousaria descumprir a ordem, ainda que estivesse sozinha, o recado foi bem entendido.

Hugo, um dos mais novos homens que compunham a guarda, trouxe todas as drogas que eu podia usar, e álcool não faltava na casa. Entre um estado comatoso por álcool ou uma quase overdose por drogas passei o tempo esperando para ver qual seria o meu futuro, embora eu não desse a mínima mais. Só não entendia o que me prendia na terra, pelo menos não ainda.

Eu soube que a guerra tinha acabado quando vi Jullius descer do carro, ele estava em um terno escuro, as marcas do luto eram visíveis em seu rosto.

Ele entregou uma mochila, com dinheiro e uma chave de carro.

— Vai embora, não cruze o caminho dele de novo, volte para a Inglaterra e não saia de lá.

Eu não esperei ele mudar de ideia, peguei o que me foi dado e sai em direção ao carro.

— Irina! — Jullius chamou, e eu parei sem olhar para trás. — se você morrer ele terá vencido, capisce?

— Não importa mais. — respondi e acelerei o carro pisando fundo.

Segui o conselho e voltei para Londres não era mais o mesmo lugar, eu me estabeleci onde poderia ter fácil contato com drogas e álcool.

Era questão de tempo, em breve eu me uniria a eles no céu, ou os veria do inferno, e entre noites regadas a sexo e bebidas, e claro drogas, eu estava avançando em passos rápidos para lá..

Já estava quase sem dinheiro e os homens com quem eu trocava sexo por drogas estavam cada vez mais violentos, e foi assim que Edwin me mandou para o hospital depois de uma rodada de drogas batizadas.

Acordei cinco dias depois em um hospital, as algemas tilintavam no meu pulso. Ironia a parte, nascer na máfia, conviver anos com assassinos cruéis e ser presa por causa de droga ruim, esse era o meu fundo do poço, não haveria mais para onde descer.

— Oi! Eu me lembro de você! — me disse uma voz fina e educada.

— Eu não me lembro de você — respondi mal-humorada, mas a mulher não mostrou ressentimento e apenas riu.

— Imagino que você está sofrendo, pelo seu bebê. — disse a enfermeira enquanto retirava a medicação da minha veia. — ele está bem, eu conheci os pais adotivos, eles me pareceram ser pessoas boas.

Quê? Era só o que me faltava ser confundida com alguém, e pior ainda com um bebê na história.

— Você está me confundindo com outra pessoa moça.

— Claro que não! Memória fotográfica sabe? — disse batendo o indicador na fronte. — jamais esqueço um rosto.

Tentei fechar os olhos, quem sabe assim aquela assombração voltava para o além, mas quando os abri ela ainda estava lá, toda sorridente e falante.

— Eu me lembro do seu bebê, foi a mais linda criança que já vira. Ele tinha uma cerejinha no quadril.

— Do que e você está falando, meu bebê está morto, eu o vi. — gritei saltando sobre a enfermeira.

RIZZO - Herdeiro da dor - Série Detentores - Livro 2 (completo)Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang