L'eredità Rizzo non è in vendita

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Aldo

Escondidos atrás da parede de vidro, eu tinha uma visão nada satisfatória do cerco em torno do meu avô. Em meio a gritos e ameaças que não abalava nem mesmo um fio de cabelo do velho astuto, mas me enchiam de fúria, minhas mãos fechadas em punho, pareciam ranger a cada novo ataque.

Lucco Pinzzano parecia confiante de seu domínio sobre vovô Giácomo que apenas o alimentou deixando-o crescer em sua arrogância e prepotência.

— Diga o seu preço, eu já perdi coisas de mais. Eu já estou velho e meu neto é toda a família que me resta. Devo isso ao meu filho farei tudo o que puder para mantê-lo a salvo.

Mesmo de longe eu pude sentir a dor que as palavras exalavam, meu pai foi morto nesta guerra, que parece não ter acabado com a morte de Vitto Venni.

Vovô respirou fundo e encarou Pinzzano, sua expressão era de dor, embora a ideia era forçar a mão do siciliano, eu conhecia a verdade por trás da máscara.

— Quero o controle das famílias na Sicília e quero meus negócios de volta — vociferou o bastardo — e quero você e a merda da sua família longe de mim.

— Porco ambicioso, acha mesmo que tenho tanto poder assim? O capo arrancará a sua cabeça antes mesmo que você dizer o seu maldito nome.

— Ele fez um bom ponto. — Enzo zombou dando um soco em Ricco que apenas o olhou de lado. Alguém mexeu com os brios do capo. Que Deus tenha piedade de sua alma, pois além de desafiar o primeiro Detentor, o bastardo ainda cuspiu aos seus pés.

— Eu não reconheço a autoridade del tuo maledetto capo dei capi, então Fotarsi, ou me dá o que quero ou seu legado acaba aqui Rizzo.

— Não quero mais brigar Lucco, sé quero ver o bambino, não vou dar meu pescoço a comissão sem garantias. — disse vovô pedindo uma prova de que meu filho estava seguro, meu coração parou de bater enquanto vovô encenava seu número lá dentro

Pinzzano avaliou o rosto do velho e então pegou o telefone e chamou alguém. Pareceu uma eternidade, até que vovô recebeu o aparelho em suas mãos.

Seu rosto perdeu a expressão, e ele levou o seu tempo olhando o vídeo no celular. Eu podia jurar ter visto uma lágrima em seus olhos, ela poderia rivalizar com as minhas que brigavam para sair.

— Eu te dou o controle das famílias e te dou os seus açougues, mas não posso garantir tirar os olhos do capo de seus negócios, ele não responde a ninguém além dele. — vovô jurou baixinho antes de dar a resposta ao siciliano.

— Eu cuido do seu capo de merda, agora faça a chamada — ordenou entregando um telefone a Giácomo e o aparelho nas mãos do Ricco apitou.

— Estou chamando o meu favor, uma vida por outra vida — soou a voz do outro lado.

— É hora do show! — Enzo mais uma vez rompeu o silêncio sacando suas armas.

Enzo abriu a porta escancarando-a até o canto, Jullius ao seu lado com as armas apontadas para frente. Eu segui a frente de Ricco, não o pouparia de sua entrada triunfal.

Eu pude contar pelo menos uma dúzia de capangas, um mero punhado diante de nossa habilidade, mas tínhamos que nos conter até meu filho estar seguro.

— Já não era sem tempo. — disse vovô com desdém sem se dar o trabalho de se levantar.

— Que porra é essa quem são vocês? Como passaram por meus homens lá em cima? — Pinzzano saltou sobre seus pés destilando fúria.

— Zitto, bastardo de merda, eu ainda não te permiti falar. — Ricco despontou na sala em seu melhor estilo chefe da máfia.

— Bugiardo! Faccia do culo, você mentiu para mim pela última vez. — esbravejou Pinzzano partindo para cima do meu avô agitando sua faca, mas foi interceptado por Jullius que saltou na minha frente, enquanto Enzo fez o mesmo comigo.

— Ainda não irmão, vai chegar a sua hora, mas ainda não é ela — Enzo grunhiu para mim, quando eu me forcei sobre ele, e eu tive que parar.

— Diga-me o que você quer, qual é o seu preço para libertar o meu filho? Se quer negociar faça-o com alguém que possa atender seus desejos. — a voz autoritária e firme de Ricco se fez ouvir, e mesmo os homens de Pinzzano se encolheram um tantinho.

— Já disse que não reconheço nenhum capo, então me interessa se você é o rei de Roma ou a fada dos dentes, ou me dá ou que eu quero ou nunca mais verão o bastardinho, capisce?

Capisco ovviamente, ma ciò che conta qui é que você chamou a minha atenção. — Ricco direcionou o olhar para mim, me pedindo calma enquanto permitia o bastardo crescer em sua arrogância — então diga-me o seu preço, tenho coisas mais importantes do que lidar com um porco imundo explorador de crianças e velhos.

Vai al diavolo, eu quero o que me pertence e vou levá-lo, agora faça a chamada! — gritou cuspindo a ordem na cara de Ricco.

Tão rápido quanto as palavras saíram da boca do farabutto, minha arma foi parar em minha mão e dei um passo a frente, Ricco ladrou uma ordem erguendo a mão e nós três páramos. Foi nesse momento que percebi que Jullius e Enzo estavam ao meu lado com a mesma fúria nos olhos. A calma do Ricco estava me irritando tanto quanto a arrogância do siciliano. E eu me permiti revirar os olhos, Enzo percebeu e seu lábios se curvaram levemente em um sorriso cúmplice.

— Não vou para o inferno hoje Lucco Pinzzano, mas você irá se não me disser o que quer — O capo se aproximou lentamente sem tirar os olhos de Pinzzano, que parecia estar bem próximo de perder o controle — e você está enganado bastardo! Io sono tuo capo, eu possuo a sua bunda, possuo a sua família de porcos, possuo às cinco famílias do sul e às cinco do norte. Sou o juiz sou o júri, sou a maldita corda em volta do seu maldito pescoço, então não me desafie, não chame sobre si uma força maior do que a sua cabeça seu bastardo stupido!

Conforme Ricco crescia sobre ele, Pinzzano ia se encolhendo sobre o assento, e seus homens deu passos para trás como se pudessem se esconder.

— Capisce? — perguntou Ricco com calma como se não tivesse descido o inferno sobre a cabeça de Pinzzano segundos antes.

O maledetto gritou palavrões sicilianos gemendo como uma garotinha enquanto Ricco apagava seu charuto em seu ferimento.

— Bom agora que tenho sua atenção, eu quero ouvir o seu pedido, e julgarei se você é digno dele ou não, então o que o "seu" capo pode fazer por você hoje, Signori Pinzzani?

Enquanto o homem vomitava as suas exigências na cara do capo, Enzo rua atrás de nós. Tudo já estava feito, cada peça em seu lugar, e o porco teve a sua cota de surpresa quando Ricco olhou para o seu lado, e um jovem, vinte anos no máximo, deu um passo a frente entregando algo nas mãos de Jullius.

— Ah sim! Você me dará, ou melhor, seu filho me dará a localização do menino Como eu disse, eu controlo a sua maldita bunda.

— Traidor maldito! — Pinzzano sacou sua arma atirando várias vezes contra o filho. — limpo e rápido Enzo, Jullius e eu derrubamos os outros que nem se quer tiveram tempo de sacar suas armas.

Corri meus olhos em direção ao meu avô, e o bastardo ainda estava sentado com seu charuto na boca, após arremessar seu punhal certeiro na mão de Lucco fazendo a arma cair.

— Aldo vatenne! Você tem três dias, leve Guido e Lucca com você. E Aldo não se atrase capisce?

— Grazie amico! Você tem um favor comigo, é seu para sempre. – beijei sua face e seu anel e parti em busca do meu filho.  

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RIZZO - Herdeiro da dor - Série Detentores - Livro 2 (completo)Where stories live. Discover now