RIZZO - Herdeiro da dor - Série Detentores - Livro 2 (completo)

Coccinella

Irina

Não tenho mais ninguém no mundo, minha vida como eu a conhecia havia mudado. Um erro do meu pai destruiu a vida de todos nós. Eu carregava a identidade do assassino de meus pais comigo, sabia que ele era também o maior inimigo das famílias. Ele era o homem por trás de todas as mortes, incluindo a do filho de Marcello Venni, eu sabia que ele não pararia até tomar todos os segredos para si.

Para conseguir seu objetivo ele precisava descobrir quem seria o próximo detentor da mais importante das moedas, só então seu caminho estaria livre para conquistar seu lugar no topo. E ninguém ficaria no seu caminho. Para ele a vida era um jogo de xadrez, e nós éramos as peças que ele movia como queria. A única coisa que ele temia, era o braço do guardião dos guardiões, ele tinha as suas peças no jogo, e só o guardião poderia impedir que Vitto gritasse xeque-mate.

Estar na casa de Giacomo Rizzo e sob sua proteção mantinha Vitto longe, pelo menos era o que eu esperava. Aldo tentava ser um bom amigo, eu não sei se ele era mesmo um garoto meigo e apaixonante ou se todos aqueles sorrisos e gestos de carinho eram para ganhar meu coração. Desejei que fosse a segunda opção tanto quanto o ar que respiro, no entanto, Aldo ele nunca disse uma palavra que me desse, alguma esperança. Eu só tinha os seus gestos carinhosos para me apegar, a eles e ao meu diário que guardava cada uma das minhas palavras.

Seu cabelo castanho naturalmente rebelde o deixava com uma carinha manhosa, do tipo que diz "vem me faz um carinho" ou "vem, sou todo seu" o problema era ser a única a ler estes sinais, cada maldita garota do planeta fazia fila para tocá-lo, e algumas conseguiam muito mais.

Aldo e Jimmy D'Angelli paravam tudo no caminho quando eles entravam no pátio da escola, no último ano do ensino médio eles eram cobiçados por todas, enquanto duas de nós só podíamos morrer de raiva por ter que assistir. Minhas únicas amigas eram Serena e Valeire Grazzo, nós três nos tornamos inseparáveis logo que consegui sair do casulo depois da morte dos meus pais. Valeire era apaixonada por Jimmy, e ele por ela, mas havia um acordo de família no meio do amor deles, tanto Jimmy quanto Valeire estavam prometidos a pessoas que eles não amavam.

E o caso de Jimmy era muito pior, ele estava prestes a ficar noivo de Giulia Sorrentino, uma patricinha sem coração, que usava qualquer um para ter seus desejos realizados. Valeire era mais calma, ela ainda não havia desistido de Jimmy, e sempre o lembrava de que quando ele decidisse lutar por eles ela já estaria casa e com filhos, e, nessa altura seria tarde. Aldo e eu não éramos muito diferentes, se Aldo sentia algo por mim lhe faltava coragem para lutar por esse sentimento.

Éramos mais novas que eles, mas não importava muito quando o assunto era casamento por conveniência, mas os únicos que tinham poder para mudar algo assim, pelo menos no nosso caso eram eles.

— Olá Lindas, e olá amore mio! — exclamou Jimmy indo até Valeire.

— Scemo! Só fale em amor quando você souber o que significa, eu citaria a definição da palavra para você, mas suponho que você não a entenderia.

— Não diz o não sabe Val, ou melhor, não minta sobre o que você sabe. — Jimmy saiu bravo deixando Valeire chorosa para trás. Aldo a consolou como um irmão mais velho, e ela seguiu em direção ao banheiro levando sua irmã consigo.

— Que novela madonna mia. Ei bella, vamos falar da sua festa de quinze anos? Meu pai concordou com a festa na piscina e eu já chamei a galera da escola, então não adianta dizer não capisce?

— Eu já disse que não tenho nada para comemorar Aldo, você deveria ter me ouvido.

— Então vou comemorar por você, pelo fato de você estar viva e aqui perto de mim, vou comemorar por todos os seus sorrisos que alegram o meu dia, e por todo o seu mau-humor quando alguém diferente de mim toca assim em seus cabelos. — ele disse passando os dedos pelos fios encaracolados. — Vou comemorar por você, e você só tem que estar lá, e isto você pode fazer, giusto?