Morto Per Sempre

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Irina.


Eu não esperava ser recebida com tanto amor, já fazia tanto tempo desde a última vez que recebi um abraço carinhoso e desinteressado que não soube como responder a ele.

O velho ancião abriu se em lágrimas quando me viu, e se derramou com pedidos de desculpas, e mesmo que eu dissesse que ele não tinha como saber, ele tomou para si a culpa por meu triste destino.

— Signore Giácomo, não precisa se desculpar — pedi devolvendo timidamente o abraço apertado que recebia.

— Filha, nós falhamos com você, minha casa, minha família e as famílias de Vennidit falhamos com você. Nós a deixamos desprotegida.

— Não é verdade, eu falhei com vocês. Se eu não tivesse tido tanto medo de Vitto eu teria contado tudo o que meu pai sabia. Muitas pessoas morreram por que tive medo de enfrentá-lo.

— Você era só una ragazza, como poderia tê-lo enfrentado quando todos nós não podemos por muito tempo?

Ele tinha razão, mas não aliviava a culpa que rasgava meu peito, por saber que a morte dos pais do Aldo poderia ter sido evitada.

— Vamos cuidar de você minha filha. nostro figlio tornerà a casa nostra, che è dove appartiene. Lo prometto.

— Eu confio em você, sei que trará nosso menino para casa.

— Sim filha, ele estará em seus braços em breve! — Giácomo beijou minha face, quatro vezes, como numa promessa feita a homens grandes — Figlia, il capo tem um bom coração, ele sabe o que faz.

— Lo so, nonno, lo so. — me aproximei e me curvei para beijar seu anel.

— Bambina, não saia da propriedade, Ricco pode ser meio impulsivo quando uma ordem dele é desobedecida, capisce? Agora vá e descanse, vai ficar tudo bem agora. — Assenti saindo da sala em direção ao meu antigo quarto na mansão Rizzo. Embora meu coração estivesse faltando a sua metade, pois Aldo o levou quando eu pensei que ele estava morto, e o despedaçou quando desistiu de mim sem lutar.

Devo ter feito um bom trabalho ao quebrar o coração dele, ou o amor dele não era tão forte assim. Ele não voltou por mim, nunca quis saber o que havia acontecido depois daquela noite.

Foi embora, Aldo estava vivendo uma vida enquanto eu amargava a dor de tê-lo perdido para sempre, enquanto me culpava por ter perdido o filho dele, o nosso filho.


— Giácomo pode tê-lo perdoado, mas eu não sei se posso fazê-lo depois de tudo — chorei no colo de Valeire Grazzo, minha melhor amiga.

Eu estava recebendo tudo de volta, os amigos, nonno Rizzo havia me acolhido, mas Aldo não faria mais parte dela.


— Eu te entendo Irina, eu sei que Ricco o proibiu de chegar perto de você, mas você não quer saber onde ele esteve? Não tem vontade de revê-lo, nem que seja para atirar na cara do bastardo?

— Eu jamais poderia feri-lo, pelo menos acho que não. — eu ri diante da possibilidade, pensando que eu poderia sim, com certeza poderia.

— Ele está sob o mesmo teto, como você consegue ficar longe dele?

— Ele está na casa de hóspedes, foi a condição que Giácomo impôs para aceitá-lo de volta.

— Irina minha amiga, acho que está na hora de você se impor, ele é o pai do seu filho, é o homem que você ama, então chega de fugir coloque o amor dele a prova.

— Ele não me ama Val, a única pessoa que Aldo ama é a si mesmo.

— Não acho que seja verdade, Jimmy disse que ele ficou muito abalado quando soube da existência do filho. Ele também é uma vítima dessa loucura toda Irina.

— Não Val, eu fui uma vítima, Ricco foi uma vítima. O Aldo foi o covarde que sempre foi, ele nunca lutou por nada na vida, não sei como ele se tornou homem feito nas famílias. — respondi com amargura.

Valeire veio me buscar para um café com as garotas, Serena e Ellen a futura esposa do capo, nos aguardava no restaurante na Piazza Sant'Antonino na área central da cidade. O que tornava minha saída mais segura, já que eu não estava autorizada a sair da casa Rizzo.

Senti-me envergonhada a princípio, mas Ellen me deixou à vontade conversando amenidades e falando de sua gravidez.

Quando o assunto girava em torno do meu filho desaparecido elas me abraçaram solidárias.

— Querida eu sei o que significa sacrificar-se por quem ama. Sei que faria tudo de novo por eles e mais ainda por Riccardo e meus bebês, por isso te entendo mais do que ninguém. Irina, não preocupe, Riccardo vai trazê-lo para você, ele sempre cumpre as suas promessas não é assim?

— Para bem ou para mal — ecoamos todas ao mesmo tempo, arrancando risos.

Eu sabia que ele voltaria, eu não teria chegado até aqui para perder tudo de novo, o destino não seria tão cruel, seria?

O assunto mudou girando em direção ao casamento de Ellen e Ricco, Riccardo como ela o chama. Valeire e Serena com ideias malucas a respeito de uma despedida de solteira em grande estilo.

— Eu concordo com a Ellen, fico com a ideia original, o hotel todo para nós, piscina aquecida, massagens, SPA completo, margueritas e mojitos para nós, água para ela e um ou dois strippers gostosões. Ai-ai, que sonho!

— Eu te desafio a tentar levar Strippers a cem metros que seja da Ellen. — zombei jogando um dos bolinhos de mirtilos de Hellen em Valeire.

Ellen se apossou do restante protegendo-os com seus braços e lançou um olhar assassino em minha direção, e eu gargalhei como não fazia a muito, muito tempo.

— Vai a quel paese! — disse Valeire me dando um dedo do meio.

— Vacca! — respondi rindo e todas me acompanharam.

— Vocês são malucas! — disse Ellen erguendo os braços, vencida. — estou gravidissima aqui, a lua e o mel estão aqui dentro.

— Gulosa! — desta vez foi Serena quem pegou um dos bolinhos e o jogou em Ellen, mas ela estava atenta e o pegou no ar, devolvendo-o ao prato.

— Não se preocupe mamãe, nós faremos algo inesquecível — prometeu Valeire saindo da mesa. — estou atrasada para uma cesariana, vejo vocês mais tarde! — Valeire se despediu para voltar ao hospital.

Serena dava aulas em uma escola primária, mesmo sendo advogada. Ela sempre odiou a escolha que seu pai fizera para ela. E agora com a morte dele elas se sentiam livres para seguir seus sonhos.

— Você sabe onde eles estão? — perguntei a Ellen.

— Não, Riccardo nunca me deixa saber de nada a respeito dos negócios das famílias. Aldo está com eles também, ele jurou trazer o seu filho para você. — disse tocando meu ombro. — Irina, eu perdi meu irmão e meu sobrinho nessa guerra, meu irmão André, fez uma escolha errada e por causa dessa escolha vim parar onde estou hoje, meu sobrinho foi uma vítima inocente assim como o seu filho, e como muitos outros, mas você tem uma chance que eu não tive. Você pode ter os dois de volta, eu daria qualquer coisa para vê-los mais uma vez. Pense nisso!

Sem dizer mais nada ela aceitou a mão do segurança que a ajudou com as compras e seguiram em direção ao enorme carro preto parado a poucos metros de nós.


As palavras dela fincaram como pregos em minha mente. As coisas com a gente sempre pareceu correr em direções opostas, e se a minha segunda chance com meu filho significava o mesmo com o pai dele.

Eu o amava tanto quanto antes? Ou melhor, será que ele me amava ainda?

Eu não sei se suportaria se ele quebrasse meu coração novamente, mas também não queria abrir mão da primeira chance real de ter dois homens que eu amava de volta.


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RIZZO - Herdeiro da dor - Série Detentores - Livro 2 (completo)On viuen les histories. Descobreix ara