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BOA LEITURA, AGRADEÇO IMENSAMENTE PELA PRESENÇA!

ANNA

Ninguém podia sentir, vislumbrar ou retirar a dor que eu sentia.
As memórias de Jungkook me tocando, machucando o meu corpo e gritando ainda eram recentes, apesar dos poucos dias que haviam passado.
Aquilo havia de ficar marcado para sempre, e mesmo que a intensidade do sofrimento diminuísse, eu nunca esqueceria do que ele fez.

Sempre soube o quanto difícil seria lidar com Jungkook, o quanto seu caráter era autoritário e necessitava da dominância para impor os outros. E mesmo sabendo disso, mesmo sabendo que tudo não passava de uma obsessão, eu cedi. Cedi ao interesse de saber o porque, quando e como ele poderia proporcionar um sentimento fútil. Pois era o que eu sentia hoje, depois de todos os momentos, depois de todos esses meses ao seu lado.
Eu o via como alguém fútil.

Mentiria se dissesse que não senti Jungkook me amando, amou sim, em poucos momentos. Mas infelizmente eu não poderia descrever com quem eu estava me relacionando, pois nem eu mesma sabia.

O modo como tremia involuntariamente, as bochechas rosadas evidenciando o nervosismo e/ou vergonha repentina, a carência quase nunca vista, era algo natural, de alguma forma. E era esse natural o qual eu queria, o qual eu precisava. Mas algo o transformou em alguém instável, que não é constante, que muda, varia.

Agora estava tudo muito confuso, eu não o procuraria, com toda a certeza. Mas se caso ele viesse a me procurar, certamente eu não saberia como agir.

- Ainda pensando nele? - Taehyung perguntou, livrando-me daquele pequeno transe, enquanto tomava seu analgésico, contragosto. -

Ele ainda sentia dores...

- Sim. - Confirmei, em um murmúrio. - Mesmo depois de tudo, eu continuo pensando em Jungkook.

- O que está sentindo literalmente, Anna? - Bebeu um pouco mais de sua água, logo a deixando de lado para se aproximar de mim. - Seja sincera, por favor.

- Eu não sei dizer com clareza, está tudo muito confuso. Eu sinto raiva, tristeza, receio... - Confessei, com sinceridade. - Jungkook tentou abusar de mim, me machucou aonde mais poderia doer.

Vale ressaltar o fato de que quase matou um de meus amigos. Aquela situação estava sendo deplorável.
Jungkook não sabia se controlar, era perigoso tanto para seus amigos como para si mesmo.
As esperanças já estavam se esgotando, os caminhos sendo fechandos, as mãos que seguravam a tua, já não aguentavam mais todo aquele peso.

Havia de ser como um dia Taehyung avisou, precisaria doer, como nunca visto antes, para não doer nunca mais.
Apenas desta forma ele encontraria o caminho, a luz no meio daquela escuridão que o mesmo fazia questão de entrar cada vez mais.

- Por mim, ele nunca mais se aproximaria de você. - Deixou claro, sem esconder o tom incrédulo na voz. - Mas a última decisão fica a seu critério, como sempre.

O olhei por breves segundos. Ele tinha a expressão angustiada, mas a postura continuava firme, independente de tudo, ele estava ali, para prestar seu apoio.
Como um verdadeiro e grande amigo.

Eu apenas envolvi meus braços em seu corpo, o abraçando. Agradecendo mentalmente por aquele momento, por eu estar com quem precisava estar, estar com quem fazia-me sentir-me bem mesmo em um momento tão complicado como este.

- Entendo que não goste de tocar neste assunto, principalmente por ser recente. - Suspirou, antes de me afastar apenas o suficiente para que nossos olhares se reencontrassem. - Mas a algo que perturba a minha mente e preciso perguntar, você o perdoaria?

limits of attraction • JJKWhere stories live. Discover now