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ANNA

Pela manhã, o som da chuva, as nuvens intensas e carregadas.
O vento fraco, pouco precipitado.
Abri os olhos, minha cabeça doía um pouco, aparentemente pela pequena dose de álcool ainda em minhas veias.
Jungkook já não estava mais ao meu lado, menos ainda o gato preto.
Apenas duas rosas posicionadas, uma branca e outra vermelha, ambas com um bilhete.
Eu sorri, boba, imensamente feliz por aquele ato.
Sentei-me na cama macia e peguei ambas rosas, as cheirando. Um perfume adocicado impregnou a rosa branca, ao contrário da vermelha, que o cheiro era tão intenso quanto a cor vinho.

Por um pequeno tempo eu as cheirei, recordando o quanto Jungkook havia de me surpreender sempre, cada vez mais.
Avistei os bilhetes, deixando as rosas de lado e lendo os mesmos.

"E pensar que tudo começou com uma simples obssesão.
Sem querer ou querendo, eu quis você.
Ser de verdade, seduz sem querer.
Pudera eu, escolher o que sentir.
Nem os livros, tampouco os terapeutas.
Nada explica.
Tudo o que se move aqui dentro, quando você me olha."

No próximo bilhete, dizia.

"No falso silêncio da noite.
Caminhamos ao encontro do amor e do desejo, da luxúria e doçura.
Não sei sentir pouco, não me limito a sentir.
Ou sinto tudo ou não sinto nada.
Meu coração — se é que posso dizer ter um — não sabe ser discreto, sente, demostra, se entrega de verdade.
Talvez você fosse precisa para mim, não sei.
A única coisa que sei é, se perdermos a cabeça e formos longe demais, ficaremos bem."

Ler aquilo, apenas reafirma, Jungkook é, único, inconfundível e especial.
Após fazer minhas higienes matinais, desci as escadas sem pressa e caminhei até ele, que se encontrava de costas.
Sem camisa, apenas com a calça de dormir, bebia o café quente enquanto lia algo no notebook. Completamente espontâneo.
O abracei por trás, depositando um selar em sua testa por cima dos cabelos bagunçados.

- Bom dia. - Desejei me afastando, o vendo se virar para mim. - Obrigada pelas rosas e pelos bilhetes, suas palavras foram lindas.

Ele assentiu em resposta, mostrando-me um sorriso bonito.

- Fico feliz que tenha gostado, minhas palavras realmente foram sinceras. - Afirmou, me dando um beijinho no braço. - Como se sente?

- Um pouco eufórica e com uma leve dor de cabeça. - Resmunguei. -

- Deve ser o álcool, talvez você não seja tão forte para bebidas assim. - Indagou. - E foram apenas dois drinks, nem esteve embriagada.

- Porque você não bebe? - Perguntei, sentando em um dos bancos altos, enfrente a bancada. -

- Não vejo graça em bebidas que exageram no álcool, o máximo que eu bebo é vinho. - Deu de ombros. - Quando participava de festas, não bebia nada contendo álcool, por estar dirigindo.

- Então, nunca viveu uma loucura? - Questionei despejando o suco no copo, o vendo negar devagar. -

- A última loucura que eu vivi, foi essa. - Mostrou-me a cicatriz no pulso. Eu sorri sem jeito, bebendo um pouco de meu suco. - Na verdade, o sufoco.

- Eu sinto muito. - Acariciei uma de suas mãos, lamentando baixo. -

- Não sinta, Jeon e eu sempre estivemos em um conflito interno, por mais da conexão, nossos objetivos são distintos. - Deu um mero sorriso, voltando a beber o café quente. -

limits of attraction • JJKOnde as histórias ganham vida. Descobre agora