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"Estou confiando nos meus sentidos, confio em seus olhos que se espalham por mim, venha.
Entre o nosso espaço é estreito, essa tensão aumenta."
NCT-127/ Baby don't stop

Boa Leitura.

ANNA

Nesse final de semana eu já esperava ficar sozinha.
Taehyung estava com seus pais em sua cidade natal e Miranda resolvendo um de seus problemas em outro lugar.
Eu não gosto de ficar sozinha, mas também não me incomodava tanto, posso me ocupar com várias outras coisas.

Já que passaria dois dias sem ver meus amigos, a melhor opção que achei foi comprar o livro que havia visto na internet.
Aproveitei a ocasião para ir tomar café, em uma das melhores cafeterias em Seul, segundo a internet.

O elevador se abriu e a mesma imagem de ontem estava presente.
Jungkook estava usando a mesma roupa de ontem, um pouco desleixado talvez.
Os cabelos bagunçados, a carinha de sono, a blusa de tecido fino toda amarrotada, dessa vez com todos os botões fechados.
O que me chamava a atenção é que, mesmo ele aparentando ter acordado em poucos minutos, talvez estando com sono ainda, sua postura estava firme, como sempre.
Braços cruzados, a postura e os olhos atentos.

- Bom dia. - O cumprimentei, mostrando um sorriso gentil enquanto entrava e apertava um dos botões. -

- Bom dia. - Respondeu-me com a voz rouca, fraca e devagar. -

- Pelo visto não dormiu nada, ou estou enganada?

- Engano seu. - Afirmou dando um sorriso leve e coçando os olhos, tentando novamente focar a visão depois. - Eu dormi o suficiente até, vim apenas pelo gato e para tomar banho.

- O que aconteceu ontem? Depois que voltei para casa. - Perguntei me virando para finalmente o olhar, já o mesmo, continuava seu olhar nos números que apareciam em cima da porta. -

- Pouco tempo depois finalizei a festa, disse que a síndica havia mandando mensagem dizendo que o horário de farra já deveria ter acabado. - Respondeu-me divertido. - Então fomos para casa de outro amigo, e lá passei a noite.

- Obrigada, de qualquer forma. - Agradeci, o vendo assenti. -

- Aceito seus agradecimentos se me levar para alguma cafeteira, estou faminto. - Ele disse, erguendo a cabeça para cima e fechando os seus olhos. -

- Isso é abuso de poder. - Acusei, risonha. -

- Não, isso ainda não é abuso de poder. - Ele disse calmo, baixo. - Eu sugeri algo, não obriguei.

Por um tempo o silêncio surgiu.
O elevador estava em uma lerdeza que até os números demoravam a trocar.
Alguma voz em minha mente relembrou: "Tarefa de casa, conhecer."

- Quanto tempo leva para tomar banho? - Perguntei. -

- Trinta a quarenta minutos. - Ele disse ainda com os olhos fechados, na mesma posição. -

- Isso tudo? - Fingi indignação. - Não é muito tempo para apenas um banho? - Após isso ele finalmente, pela primeira vez até que começamos essa conversa, me olhou. -

Me olhou incrédulo, mas olhou.

- É porque eu realmente preciso do banho. - Ponderou puxando a camiseta simultâneamente. - Estou sujo, fedendo, não sei.

limits of attraction • JJKWhere stories live. Discover now