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A noite escura rasteja, manchando a minha alma.
Ao abrir os olhos, é como se ainda estivesse adormecido, pois tudo continua a mesma coisa.

BOA LEITURA!

JEON JUNGKOOK

O meu corpo doía, pedia um bom banho quente e uma bela noite de sono.
Naquela mesma noite, após ter a conversa com Anna, eu me via em um transe gigantesco. Mesmo que estivesse determinado a ir embora, a retomar com minhas consultas, a fazer o impossível para novamente estar bem psicologicamente. Aquilo ainda era muito, muito difícil.
Minha cabeça parecia explodir com tantas paranóias repentinas.
Tantos pensamentos contraditórios e desorientados.
Aquilo era um caos.

Eu demorei muito para perceber o quanto estava sendo manipulado pelo subconsciente, o quanto o ódio que sentia pelo Srº Jeon estava me fazendo mal, estava me destruindo em níveis alarmantes.
Durante esses seis anos longe de casa eu só pensava em como ele havia me maltratado, me humilhado, me desprezado como filho.
Devido a isso, devido a querer me manter nesta bola de neve, eu não via, mas me tornava uma pessoa fria, egoísta pelo ressentimento dos atos anteriores.

A verdade é que eu nunca iria me curar voltando ao que me destruiu.
O que eu ganharia deixando o passado caminhar ao lado do presente?
O que eu ganharia sendo assim? Como ou pior que ele?
Certamente desavenças, mágoas, problemas e consequências. Coisas inúteis, eu não precisava disso.

O meu futuro estava em minhas mãos e ao menos um terço de esperança havia ali.
Seria difícil, mas não impossível.

[...]

Novamente em meu apartamento, eu continuei a arrumar minhas malas.

As roupas organizadas por cores dava-me uma enorme satisfação, mas por outro lado, fazia-me lembrar do quanto o toc organizacional estava cada vez pior.

Sei bem que cada pessoa é única, tem seus princípios, valores, defeitos e suas loucuras.

No entanto, as vezes me comparava com os demais, via como era diferente.
Como sempre fui diferente em diversos aspectos.

O miado do Gato preto soou pelo quarto silencioso, ele informou que estava ali e deitou-se em um dos puffs, que se encontrava dentro do closet.

- Temos uma longa viagem amanhã, Gato. - Avisei, o vendo me olhar de canto e dar-me as costas logo em seguida. Eu neguei, junto a um muxoxo. - Apenas não lhe deixo aí pois será a única companhia que terei em Busan, seu ingrato. - Brinquei, eu não poderia viver um dia sem aquele bicho. -

Dito aquilo, apenas avistei seu rabo mexendo levemente, mostrando que ele ainda estava atento a cada pronuncia.

Me direcionei ao banheiro, me desfiz das roupas que usava e por bons minutos permaneci ali.
Sentindo o vendo frio adentrar pelo basculante da janela, fazendo com que meus poucos pelos se arrepia-se, mesmo debaixo daquela quentura de água.

Estava chovendo e fazendo muito frio.
A chuvinha era miúda, triste porém contante. Não cessava nunca.

Suspirei devagar, pouco depois de desligar o chuveiro.
Me enxuguei, despejando creme corporal nas mãos e passando pelo meu corpo, em movimentos leves e circulatórios.
Após lavar as mãos, apenas vesti o conjunto de baixo do pijama, visto que a parte de cima se encontrava na cama, dobrada.

limits of attraction • JJKOnde as histórias ganham vida. Descobre agora