Capítulo 31

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Vila Estrela (Morro do Papagaio), MG
1:14 AM

Meu coração tava tão acelerado e o corpo tão fraco que eu acabei deslizando pela parede e me sentando no chão encostada na mesma.

Peguei meu celular entrando no contado do Perigo e iniciando a chamada, liguei uma, duas, tres vezes e somente na quarta ele me atendeu.

Ligação on

Perigo: o que foi? onde cê ta?

Porque você não me disse
que ele estava vivo?

Perigo: ele quem? do que você ta falando, Ananda? e porque ta com essa voz?

O César porra, o meu pai! -ele
suspirou do outro lado da
ligação e murmurou um "porra".- ele
estava aqui, C7. Thiago me apresentou
ele como um parceiro que tava ajudando
ele daqui.

Perigo: onde você tá? da um jeito de sair dai agora, se ele falar um "a" sobre você a gente ta fudido

a gente não, né Azevedo? eu tô
fudida, maldita hora que eu aceitei vir
pra essa merda! -passei a mão no rosto
limpando as lágrimas e ele fez um tsc.

Perigo: me responde porra, onde você tá?

Vila Estrela, pelo o que eu entendi
quadra da laje.

Perigo: vaza dai agora, vou te pegar na saida do Papagaio.

eu não posso fazer isso, vou colocar
o plano todo de cabeça pra baixo

Perigo: Ananda caralho, você já parou pra pensar que é a sua vida em jogo porra? -ele gritou do outro lado da ligação.

ele não vai falar nada, caralho!

Perigo: como você tem tanta certeza?

ele tem um família, ta bom?
uma mulher e uma filha, só veio falar
comigo pra mandar eu não passar no
caminho dele, caso contrário ai sim ele
vai explanar, mas de qualquer forma...

Perigo: de qualquer forma o que, garota? -me interrompeu.- esse cara queria te vender Ananda, lembra dessa porra? você vai confiar na palavra dele?

e porque eu deveria confiar na sua? um quis me vender e o outro joga na minha cara toda a ajuda que me dei. - ele suspirou novamente. - eu vou da meu jeito, não te disse que ia fazer essa porra? pois é, eu vou! e quando eu acabar nessa porra vou meter o pé da tua vida.

Perigo: isso não é hora pra essa papo, tendeu? você sabe muito bem que eu estava bêbado. agora sai desse morro, porque se você não sai, eu subo e te tiro dai, e pode ter certeza que não vai ser nada bonito pra esse seu outro ficante ai.

Na mesma hora que ele terminou de falar desliguei o celular e respirei fundo, juntei forças e logo consegui me levantar.

Fui até a frente do espelho e limpei meu rosto, sai do banheiro e fui passando no meio de algumas pessoas, indo o mais rapido possível em direção a saída.

Assim que cheguei na frente da porta grande que havia ali, senti alguém segurar meu braço e logo me virei.

: patroa? o Th ta te procurando.

Onnika: é, eu tô passando um pouco mal, cê pode me levar naquele lugar onde eu e o Thiago estávamos ficando?

Ig: eu te levo, de boa, só vamo avisar ao chefe... - segurei o braço dele que já estava se virando pra ir em direção onde o Th estava.

Onnika: você pode fazer isso depois? é que eu realmente não estou me sentindo bem. - ele me olhou e balançou a cabeça assentindo.

Ele passou por mim e fui indo atrás do mesmo em direção ao carro, assim que ele destravou as portas entrei.

Ig: o que rolou, patroa? - me perguntou enquanto girava a chave do carro.

Onnika: acho que bebi muito, não sei, um enjoou.

Ig: se a senhora quiser eu passo em uma farmácia depois de te deixar lá.

Onnika: relaxa, eu só preciso de um banho.

Aquela calma dele já estava me irritando, de verdade.

Por mais que eu realmente acredite que o César não vai se entregar de bandeja como o meu pai para o Thiago, tenho medo desse cara envenenar ele com algum comentário.

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