Capítulo 3

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Rio de janeiro
5 anos depois.

Ananda.

5 anos se passaram desde aquele dia. Com 20 anos nas costas hoje posso afirmar que sou outra pessoa, uma nova mulher.

Eu até tentei morar sozinha quando fiz 16 anos, mas o Perigo não deixou, me adotou como irmã mesmo, me tratava igual a Carolinne. Me ajudou a terminar os estudos e hoje fica puto porque não quero entrar em uma faculdade.

Hoje moramos eu, ele, Linne e a Lai aqui. Me tratam como se fosse da família, ta ligado? tenho meu próprio quarto e os caralho.

Lai: ta pronta Nanda? Perigo tá esperando lá em baixo.

Nanda: caralho, cadê meu celular?

Lai: ta lá em baixo, no carregador.

Nanda: beleza, vamos -fui andando com ela até a sala onde estavam os outros.

Hoje era dia de baile, tava linda e cheirosa já, no piquezão pra curtir a noite toda rebolando minha bunda.

Perigo: você e a Carolinne não largam essa mania desgraçada de só andar quase nua, né? olha o tamanho desse short

Nanda: nossa, mas tu não me erra ein Azevedo?

Perigo: não pode dar liberdade a rato, mesmo ein? não já te disse pra não me chamar assim guria? -cruzou os braços me olhando e riu.

Nanda: fica nessa, ainda vou descubrir teu primeiro nome doidão.

Perigo: quero ver -pegou a chave em cima da bancada e se levantou.- todo mundo pronto?

Nanda: ainda cria.- passei a mão no meu cabelo.

Carol: engraçadão ver tu falando assim, quando chegou tu pedia desculpas até quando falava "ta ligado"

Lai: é que antes ela era paty da Avenida Paulista pô, agora é cria do errejota -nos rimos e fomos andando até a saida.

Nanda:é a cria do Jacarezinho, tá vida?

Perigo: sai dai malucona, nunca pegou num fuzil e que tirar de brabona é? -disse rindo enquanto abria a porta.

Nanda: já te disse que só não peguei porque tu não deixa!

Lai: é vem ela com esses papos

Perigo: não pretendo deixar tão cedo, só em último caso, tendeu?

Nanda: você é insuportável. -revirei os olhos e entrei no carro.

Fomos a caminho inteiro todos calados, era só uns 5 minutinhos até chegar a quadra onde tava rolando o baile, então foi até de boa.

Quando chegamos todo mundo desceu do carro. Eu estava me olhando no reflexo da janela do carro quando ouvi a voz do Perigo iniciar uma fala.

Perigo: Falta 10 pras 23h quero vocês duas no camarote assim que marcar 1:30, tendeu? -se referiu a mim e a Carol

Carol: todo dia isso, meu deus.

Nanda: sim senhor chefe -debochei dele que logo me deu dedo.

Perigo: e você Carolinne, faz o favor de maneirar na bebida

Ela só olhou pra ele e não respondeu nada, nós entramos na quadra e o som já tava no auge, hoje era dia de pagode, mas até agora ainda estava tocando uns funk foda.

Carol: ela com a boca no babalu, ela com boca no babalu e eu aqui so imaginando ela com a boca no meu piru -começou a rebolar rindo e me olhando.

Nanda: e eu aqui so imaginando ela com a boca no meu piru -acompanhei ela dançando.

Carol: vou ali pegar umas bebidas, vai querer cerveja ou whisky com energético? -disse alto por conta do som.

Nanda: vou só de cervejinha hoje, sabe como é. -dei risada junto com ela que logo se saiu.

Umas garotas que eu converso daqui encostaram e nós começamos a dançar todas juntas, brincando e pá.

Pouquíssimos tempo depois a Carol já estava vindo na minha direção, quando encarei ela a mesma meio que apontou com o rosto pra alguma coisa atrás de mim.

Só senti puxão no braço, já virei pra trazer na onda já pra lançar um murrão, tá ligado? até que vi que era o BN.

Nanda: mania ridícula de ficar me puxando pelo braço, eu em.

BN: cadê o Perigo?

Nanda: nos meus bolsos eu sei que ele não tá. -ele logo fechou a cara.

BN: larga a mão de ser assim ô mandada, to perguntando porque olhei de longe no camarote e só vi a Lai.

Nanda: então vai olhar direitinho, ele disse que iria ficar lá.

Carol: oi BN -abraçou ele e me entregou a lata de cerveja.

BN: mas ele ta aí, né Ananda? -assenti balançando a cabeça.

Carol: ele quem?

BN: o Perigo, não vi ele ainda.

Carol: disse que iria ficar lá em cima.

Deixei eles conversando e voltei a dançar com as meninas, as músicas tavam cada vez melhor, foi uma lata atrás da outra e eu que disse que iria ficar só na cerveja já tinha tomado mais Whisky que as outras.

BN tava colado na gente, saiu um pouco a um tempo atrás mas já tinha voltado de novo, tava parado encostado em uma parede atrás da gente com uns outros moleques. As vezes nosso olhar se encontrava e isso me dava uma raiva enorme, o moleque não sai da minha cola nunca, parece que é pago pra me vigiar, eu em.

Carol: vou subir, tu não vai não? -disse perto do meu ouvido e eu neguei.- já vai dar 1 hora, toma cuidado pro Azevedo não vim atrás de tu.

Nanda: eu já vou mana, só vou beber mais um pouco e subo -ela assentiu e saiu.

Voltei a dançar como se não tivesse um amanhã, bebi uns três copos de whisky puro seguidos com as meninas e uns shots de sei lá o que.

Vou confessar, nunca mais tinha bebido tanto assim, tava me sentindo bem pra caralho, felizona mesmo e nem tem um motivo específico.

Mulher do PoderWhere stories live. Discover now