Capítulo 17

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Vidigal, Rio de Janeiro
04:32 AM

Onnika.

Tinha acabado de chegar em casa com o Thiago e a Thays que logo subiu pra casa da mãe.

O baile foi foda, dancei pra caralho com o TH, fumamos juntos e eu bebi um pouquinho. Mas o que eu queria também consegui, saber sobre a organização das ações aqui.

Assim, pelo o que eu entendi não é nada aleatório, eles tem focos, datas e horários pra resolver tudo. Pelo dito do Santiago dentro do escritório do TH tem tipo um calendário ou um caderno de anotações onde estar varias dessas informações e eu preciso da um jeito de pegar isso.

TH: ta pensando em quê? ta brisada ainda? -me assustei com a voz dele, e sai dos meus pensamentos me deitando no sofá.

Onnika: não, só acho que estou levemente alcoolizada.

TH: tu nem bebeu tanto assim. -se sentou no sofá colocando minhas pernas em cima das suas.

Onnika: sou fraca pra bebida. -menti.

TH: queria eu ter ficado bebado, preocupação tava tão forte que o álcool nem bateu.

Onnika: preocupação com o que?

TH: uns bagulhos do morro, nada que eu não consiga resolver em alguns dias.

Onnika: quer conversar sobre?

TH: não é nada de mais, e se tu não tem vivência sobre esses bagulhos não vai entender.

é sim bobo, vai achando.

Onnika: melhor ainda, pelo menos tu desabafa sem medo. -ele riu e eu fiz o mesmo.

TH: tu me passa um confiança do caralho, da até vontade de falar mesmo.

Onnika: Thiago, eu nem conheço ninguém aqui no Rio, tem nem como eu tramar contra o dono do Vidigal. -disse em tom de deboche.

TH: ninguém além do BN e do Azevedo, né?

Onnika: Azevedo?

TH: o Perigo.

Eu já não sabia se ele tava tentando algum truque psicológico ou estava sem maldade, mas percebi que era melhor eu não tentar fantasiar muito.

Onnika: a sim, BN me levou uma vez em uma resenha que ele fez. A fiel dele é uma mulher incrível, mas com ele eu nunca sequer troquei uma palavra. -em me encarou.- todas as vezes que eu estava com o BN e ele chegava era um mistério do caralho, eu precisava sair ou eles tinham que ir pra base.

TH: faz anos desde a última vez que me encontrei com esses caras. -deu um sorriso olhando para o chão como se tivesse lembrando de algo.- me meteram em uma emboscada do caralho, a Laiane me arrastou pra um lugar fodido e os vagabundos vinheram invadir. Foi por pouco que eu não perdia tudo isso aqui. Desde então decidi não confiar em mulher nenhuma, muito menos as que vem daquele lado do mapa.

Onnika: tem certeza disso? -olhei pra ele com e o mesmo sorriu.

TH: sei lá Onnika, com tu é estranhão. -passou a mão no rosto e eu me levantei sentando ainda com as pernas em cima das suas.- como eu disse antes, tenho confiança em tu.

Naquela hora me deu até uma dorzinha no coração, uma pena ou receio, sei lá...

Mas isso era bom, meu foco aqui era conseguir a confiança dele, e por algo que não consigo compreender ainda, não vou precisar nem me esforçar pra isso.

Onnika: Thiago, você me conheceu hoje.

TH: te conheci hoje, te trouxe pra minha casa, te apresentei a minha mãe, minhas irmãs... -deu um sorriso me olhando.- é estranho até pra mim caralho, nunca fiz isso não. Sou neurótico, cismo com qualquer coisa e qualquer um, não era pra eu ta fazendo isso.

Onnika: vamos deixar essa conversa pra lá? já tá bem tarde, amanhã vou atrás de arranjar algum trampo -me levantei.- e quando chegar vou dar uma ajeitada na casa.

TH: fica tranquila, da casa eu mando uma amiga da minha mãe dar uma geral, ela ta precisando de uma grana mesmo. -se levantou e me puxou pela braço, fazendo eu chegar mais próximo dele.- posso?

A voz dele naquele momento saiu rouca e aquilo fez com que meu corpo inteiro se arrepiasse. Eu não podia resistir, até porque já tinha provado uma vez e sei o quão bom era, então balance a cabeça concordando.

Logo ele levou uma das suas mãos até a minha nuca e aproximou seus labios dos meus, iniciando um beijo lento. Nossas línguas brigavam por espaço, mas de uma forma calma e gostosa pra caralho. Uma das mãos foi colocada dentro do meu cabelo e a outra passava pela minha cintura, acariciando e acertando um pouco a mesma.

Separei nossas bocas devagar e dei um sorriso. Senti alguns selinhos e abri os olhos olhando para os olhos dele, caralho, fiquei fraquinha meu Deus...

Mas aquilo durou bem pouco quando o BN veio a cabeça, não sei se foi perceptível, mas eu fiquei desconfortável pra caralho.

Onnika: você tem coisa pra resolver amanhã cedo, né? -ele balançou a cabeça concordando.- então vamos deitar

TH: vou tomar banho, qualquer coisa tu me chama lá no quarto.

Onnika: tranquilo.

Fui direto pro quarto, fechei a porta, peguei meu celular no bolso e entrei no banheiro. Mandei um mensagem pro BN e pedi pra ele me encontrar na esquina do colégio onde eu estudava.

Mulher do Poderحيث تعيش القصص. اكتشف الآن