Capítulo 35

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Vila Estrela (Morro do Papagaio), MG
3:37

A cada beco que eu entrava me dava uma mistura de emoções enorme, a felicidade por acabar a mentira e o medo de algo acontecer do caminho estavam lado a lado.

Porra de favela grande do caralho, meu Deus! eu não sabia que em que carro os meninos estavam e nem como eles conseguiram entrar aqui.

Me arrependo amargamente por não ter pegado a rua principal e descido igual uma louca retão, foda-se que todo mundo iria me ver, iria ser bem melhor do que passar por esses becos escuros no meio do nada.

Já tava pedindo perdão por todos os meus pecados ali mesmo, mas continuei seguindo ali.

Quando entrei em uma rua mais aberta, que tinha um barzinho e estava mais claro que as outras foi onde meio meu alívio.

Mas alegria de pobre dura pouco, né? quando cheguei no final da rua senti uma mão em meu braço. Gelei porque por mais que fosse mais clara não tinha movimento nenhum diferente das outras ruas.

Antes mesmo de virar ouvi uma voz falar.

: Onnika... isso é hora de uma dama estar na rua?

Aquela voz era inconfundível, respirei fundo e me virei pra ele.

Onnika: me solta, César.

C7: o que você ta fazendo aqui? o Th não vai gostar nem um pouco de saber que a princesa dele anda dando esses roles as três da manhã...

Onnika: me larga, porra. - puxei meu braço da mão dele. - o que estou fazendo ou deixo de fazer já deixou de ser da sua ossada a muito tempo.

C7: você me tira do sério, essa sua cara de santa não me engana, sabia? eu sei que você ainda vai me trazer muitos problemas.

Onnika: de você eu quero distância, mas é aquele caso, né? eu também sei me defender.

C7: saiba que eu não pensaria duas vezes antes de meter uma bala na sua testa.

Eu dei risada me virando de frente a ele.

Onnika: vai, faz!

Assim que eu terminei de falar percebi um carro vindo na direção dele, batendo de verdade contra o corpo dele.

Onnika: PUTA QUE PARIU! -gritei e olhei em direção ao carro.

: bora - disse abaixando um pouco a janela do carro e logo vi que era o DG.

Aquilo me deu um alívio enorme, abri a porta do carro e logo entrei.

DG: quem é esse? - disse olhando pra mim pelo retrovisor do carro.

Pacazin: quem é não, quem era né - deu uma risada baixa. - queda feia da porra.

Onnika: C7, meu pai.

DG: eita porra - arregalou os olhos voltando o olhar para a pista.

Onnika: relaxa.

A partir dali o silêncio prevaleceu até chergamos em um barraquinho no meio de um matagal, o DG parou o carro e nós descemos.

Quando abri aquela porta e vi o Perigo, de verdade, esqueci até da raiva que eu tava dele por aquele dia com BN. Corri até ele e abracei o mesmo.

De verdade, o Perigo é meu porto seguro, depois da morte da minha mãe e tudo que aconteceu só ele me faz perder o medo.

Perigo: tava morrendo de saudade. -falou baixinho e meu deu um beijo na testa.- foi tranquilo pra vir?

Onnika: tirando a parte que o DG pede ter matado o César, ou melhor, o C7.

Perigo: C7... engraçado como nunca ouvi o vulgo dele por lá. - sai do abraço olhando pra ele. - e eu torço pra você não te matado esse cara e criado uma briga de facção fudida. - disse para o DG.

Pacazin: relaxa chefe, ali não morreu não, mas deve passar um tempinho sem dar uma boas...

Perigo: ô o respeito com a mina aqui, pau no cu. bora, rala os dois daqui, quero trocar uma ideia com ela.

Os dois se retiraram deixando só eu e o Perigo ali dentro.

Mulher do PoderDove le storie prendono vita. Scoprilo ora