Capítulo 36

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Vila Estrela (Morro do Papagaio), MG
4:05 AM

TH.

Já tava pra amanhecer quando eu tava voltando no barraco onde eu tava ficando com a doida lá.

Sem neurose, tenho certeza que essa mina ta me escondendo alguma coisa e isso tá fazendo eu me sentir um otario.

Dê: sem brava padrin, eu não tô legal não. - disse um dos moleque do Tubarão que tava descendo comigo.

Dei risada e logo um voz surgiu no radinho que estava na cintura dele.

: presta atenção, deu algum embolo aqui. C7 tava deitadin aqui no chão na rua do bar do Tião, ta falando nada com nada.

Dê: chegando. - falou no radinho e logo se virou pra mim. - vo encostar ali cê se cuida ai

Balancei a cabeça confirmando e ele logo entro na rua que estávamos passando do lado. Nem me importei muito, C7 saiu de lá bêbado pra caralho, o cara não tem controle.

Cheguei na porta de casa e quando coloquei a mão na maçaneta percebi que a porto estava apenas encostada, abri a mesma e assim que entrei tomei um puta susto.

A mala da Onnika estava em cima da cama, aberta. A televisão ligada mas ela não estava deitada.

Th: Onnika? - falei entrando no quarto.

Olhei dentro do banheiro e nem sinal dela, aquela casa não era nem um pouco grande, era óbvio que ela não tava ali.

Peguei meu celular e guiei andando até a casa do Tubarão, diz ele que sabe de cada movimento de ocorre nessa favela.

Th: como assim você não sabe irmão?

Tubarão: não faço ideia do que aconteceu essa madrugada aqui, C7 ta todo fodido lá na base 1, tiveram casas invadidas e muitas outras coisas.

Th: tá, mas minha mina sumiu de dentro de casa.

Tubarão: te acalma, vou mandar juntar todo mundo lá em cima, se ela saiu de dentro da casa alguém viu.

Ele disse saindo da casa e fui logo atrás. Nós subimos em direção a tal base 1, a pé mesmo.

Chegando lá tava uma movimentação do caralho, aparentemente tinha rolado muita coisa mesmo.

Tubarão: bora, quero todos os que estavam nas saidas e entradas da Vila Estrela aqui em cima.

: patrão, o Pedrin e GG não estão mais aqui na Vila

Tubarão: manda eles voltarem, não dispensei ninguém. quero saber de tudo o que rolou essa madrugada.

Th: cadê o C7?

Tubarão: resolve isso lá pra mim. - apontou pra uma salinha que tinha no final do galpão.

Me direcionei até lá e assim que abri a porta vi o C7 deitado no sofá e duas mina separando remédios pra ele.

Th: aê meu cria, que cachaça foi essa. - falei olhando a situação dele.

O cara tava quebrado, mão engessada e os caralho.

C7: o que cê tá fazendo aqui essas horas? cadê tua mina?

Th: tô me perguntando o mesmo.

Ele deu um risada debochada enquanto tomava os remédios.

C7: otario... - ele riu e eu logo o encarei.

Th: qual foi C7? te dou confiança mas não é tanto assim não parceiro

C7: a Ananda te enganou direitinho.

Ananda... de novo?

Mulher do PoderWhere stories live. Discover now