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                                   Dalila

Lutei e relutei a semana toda negando esse baile de carnaval que as meninas tanto queriam me levar, adiantou de alguma coisa? Não.

Porque eu estava aqui neste exato momento escolhendo a roupa que iria, sem nem fazer ideia do que vestir, nunca pisei em um baile na vida, nem na época de adolescência.

Eu tentei fugir de todas as formas, inventei mil coisas até que iria viajar com a minha mãe, já que meu recesso começou ontem, mas as bonecas não levaram a sério nenhuma das minhas mentiras.

Até inventaram de vim se arrumar aqui em casa só pra eu não pagar de maluca e fugir, coisa que eu tava pensando em fazer mesmo.

Fui pro banho bastante pensativa o coração todo apertado sentindo que ia acontecer alguma coisa, algo bem intuitivo me dizendo pra ficar em casa.

Mas com aquela sensação de "será que é medo?" Ou realmente é intuição? Fiquei com esse pensamento até a hora que as meninas chegaram me fazendo da uma animada.

Dalila: Tô em dúvida entre essa roupa e essa daqui - falei apontando a roupa em cima da cama

Tati: Vai com esse macaquinho aqui que chama atenção, bem poderosa - riu

Marilia: Tatiane vem logo fazer sua maquiagem que você é insuportável - saiu puxando ela que resmungou

Marcela: Lila faz babyliss no meu cabelo - falou me entregando o babyliss e eu rapidinho coloquei pra esquentar, eu já tava maquiada mesmo e com cabelo pronto, então só faltava colocar a roupa.

[..] Se a minha intenção foi chamar atenção com essa roupa pode ter certeza que eu consegui, um macaquinho preto até básico mas bem curtinho e valorizando super meu silicone né? Sempre que possível tenho que botar meus gêmeos pra jogo.

Da hora que eu cheguei na favela com as meninas e subi de moto táxi, até a hora que eu entrei no meio daquela multidão procurando o camarote da Marcela eu sentia os olhares sobre mim, tanto de homem quanto de umas mina olhando torto, se não for pra chamar atenção assim, nem saiu de casa.

Marília: Tá se achando aí né vagabunda? Toda soltinha pra quem não queria vim - falou olhando pra minha cara enquanto eu dançava no ritmo da música - joguei o rabo na direção dela e dancei mais ainda

Tati: Marcela hoje você vai apresentar seu irmão e os amigos dele de novo tá? Tô bem interessada - riu

Dalila: Tatiane brinca muito cara, fogo no cu incontrolável - falei negando com a cabeça

Logo a Marcela saiu e voltou tempinho depois com uns lança na mão e maconha entregando pra meninas, me ofereceu mas eu só neguei com a cabeça, a boneca tem limites, fiquei só no meu copinho de whisky com gelo de coco.

Dalila: Tem uma mona que não para de olhar pra cá cara, tá me incomodando se eu não tivesse medo desse tanto de fuzil ao redor, ia lá perguntar se ela perdeu o cu na minha cara - falei já na onda

Marília: Dalila você não me arruma confusão aqui que eu não quero sair careca tá?

Dalila: longe de mim querer confusão mas a mona tá vidrada aqui, da uma olhada que você vai perceber amiga

Tati: Já percebi desde que a gente chegou - riu - quem é aquela mona ali Marcela? Você conhece? - fez menção sem apontar pra Marcela ver

Marcela: É a mãe do meu sobrinho, ela é assim mesmo não pode ver uma mina diferente pelos acessos que fica nesse quaisquaisquais, maior invejosa - fez cara de nojo

Eu rir do jeito que a Marcela falou mas logo comecei a ignorar a mona me olhando, tava na onda mesmo então voltei a dançar jogando o rabo lá no alto, as meninas também não ficam pra trás então foi aquela jogação, uma do ladinho da outra, no mesmo ritmo que eu dançava eu cantava as músicas.

Vi de relance se formar um pequeno tumulto no camarote do lado mas nem dei ligancia, só fui prestar atenção quando vi as meninas comentando que o irmão da Marcela tinha chegado, as duas com maior fogo, levantei a cabeça pra tentar olhar também mas o tanto de gente que tinha ao redor do cara tava meio impossível, eu só via fuzil pro alto.

Parei de ser fofoqueira e fui encher meu copo que tava pouquinho, dei aquela mexida e bebi com gosto, me encorajei de pegar o lança na mesa e dei uma espirrada sentindo bater uma onda gostosa, quando de fato levantei meu olhar bateu direto com um bofe.

Tava escuro mas tem traços que é impossível tu não reconhecer a pessoa.

Forcei a vista pensando se eu tava doidona do lança, mas não, eu tava vendo  o cara na minha frente mesmo, na mesma hora meu corpo se arrepiou todinho, devo ter ficado rosa, azul e amarela, eu só me vi perdida quase em frente de um cara que tava me caçando pra matar.

E esse encontro de milhõesssss?? Será que vai da merda??

DOUTORA 🔫Donde viven las historias. Descúbrelo ahora