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Marília

Eu na maior perturbação com as meninas e do nada a mãe da Lila começou a me ligar, nunca nunquinha a tia me liga então eu já estranhei e atendi no primeiro toque.

Meu coração parou por segundos quando ela começou a falar desesperadamente que a Dalila sofreu uma tentativa de homicídio e tava no hospital, pediu por tudo pra eu ir lá urgente, meu mundo parou de uma forma que eu não consegui enxergar mais nada, nem a voz conseguiu sair da minha boca.

Eu nem tive palavras pra tranquilizar ela, só pedi calma que eu tava chegando, minha mente passou um turbilhão de coisas pensando na minha bichinha, Dalila é mais do que uma irmã pra mim e não merece nada de ruim nessa vida.

Eu desliguei o celular tremendo tanto que derrubei ele no chão, junto com copo de bebida e a porra toda, as meninas olharam pra mim sem entender nada e eu travada pra falar, minha voz embargou que só sentir as lágrimas descendo.

Tati: Amiga respira e fala o que aconteceu, pelo amor de Deus você tá me deixando nervosa - falou se abaixando na minha frente enquanto Marcela já apareceu com um copo de água tentando me fazer beber.

Marília: Eu preciso ir pro hospital, tentaram matar a Dalila gente, a mãe dela tá em desespero lá, meu Deus eu não acredito nisso - respirei fundo tentando puxar o ar.

Tati: Como assim? Caralho irmã, caralho diz que é mentira, não pode ser verdade isso não - me abraçou.

Marcela: Mas como ela tá? Meu Deus, quanta crueldade com a minha bichinha - falou já chorando.

Eu doida caçando um Uber sem nem conseguir mexer no celular direito, ainda por cima trincou a tela toda dessa porra quando caiu no chão, os Uber tudo cancelando por causa da localização na favela, uns infernos mesmo.

Boca: Qual foi que vocês tão assim? Que aconteceu? Tô entendendo nada - se aproximou.

Tati: Fizeram uma maldade com a Dalila e ela tá no hospital, a gente tá tentando ir pra lá.

Boca: Colfoi Dalila é a loirinha? Que isso mano, mina maior responsa.

Bofe foi lá avisar pro amigo dele que voltou com maior cara de bicho mas ao mesmo tempo demonstrou um certo nervosismo, que até me surpreendeu. Meu coração tentando confiar que não tem dedo dele nisso, mas do ser humano a gente espera tudo, porém só permaneci quietinha pra morrer velhinha.

Mesquita: Coe esse papo procede mesmo? Que porra foi essa que aconteceu? Boca manda um menor trazer meu carro agora, agora entendeu? Se demorar eu pipoco a cara dele sem neurose.

Marília: Eu não sei detalhes do que aconteceu, mas a mãe dela disse que foi uma tentativa de homicídio, a gente já tá chamando o Uber não precisa pipocar a cara de ninguém.

Mesquita: Tá maluca que eu vou deixar vocês irem assim com porra de uber? Menor vai chegar lá com vocês em 2 minutos, se preocupa não - só concordei com a cabeça

Periquito: Colfoi que aconteceu? Deram o que pra vocês beber?

Marcela: aí João Vitor cala boca pelo uma vez na sua vida, é um favor que você faz.

Periquito: ou tu fala direito comigo em? Tá falando com sujeito homem né com qualquer um não, se liga na tua responsa Marcela.

Mesquita: Coe vai tomar no cu vocês dois, isso não é hora de brigar não caralho, depois vocês discutem essa infantilidade aí na moral.

Boca: O cara já trouxe o carro irmão.

Mesquita: Não posso ir com vocês mas vão lá po, Marcela vai me mandando notícias jae? Boa sorte lá pra mina.

Tirei um peso das minhas costas pelo fato dele ter demonstrado tanta preocupação, do jeito nele né? Mas pelo menos demonstrou alguma coisa já que Dalila tá gamadinha nesse bofe, pedi até perdão a Deus por ter suspeitado dele sem provas.

Sei que rapidinho o garoto lá deixou a gente no hospital o menino literalmente fez o carro voar, bem piloto de fuga.

Meu coração não aguentou nada quando eu vi a tia Dayse e ela me abraçou forte, queria tanto que isso tudo fosse um pesadelo, Dalila tem o coração tão puro que a única coisa que a gente se pergunta é como alguém tem capacidade de tentar fazer mal a ela.

Dayse: Me desculpa filha te ligar assim mas é você sabe que somos sozinhas, até a Bruna eu tive que deixar com a vizinha pra poder vim aqui e Dalila considera vocês como irmãs.

Marília: Não se preocupe, estamos aqui pra isso, irmandade é isso - falei com os olhos cheio de lágrimas e as meninas me abraçaram.

Tati: Mas ela tá bem tia? Já sabem o que aconteceu?

Dayse: Ela tá bem mas tá em estado de choque por causa do susto, aí tá dormindo, mas tá com machucados pelo corpo minha princesinha. E o cara fugiu né? Aquele maldito.

Marília: E já sabe quem foi?

Dayse: Aquele infeliz do colega de trabalho, aí minha gente tanto que eu falei pra Dalila tomar cuidado e ela não escutou. Mas eu também não posso culpar minha filha pela maldade dos outros né?

Marília: Exatamente tia mas o importante é que ela está bem e ele vai pagar pelo que fez, porque a gente vai até no inferno atrás daquele coisa ruim.

Marcela: A gente pode ver ela?

Dayse: O médico pediu pra deixa ela descansar um pouco mas assim que ela acordar libera a visita.

DOUTORA 🔫Where stories live. Discover now