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Dalila

Não sei por quanto tempo eu apaguei mas acordei aliviada em me ver no hospital perto das pessoas que eu amo, porque poderia ter sido bem pior, apesar de todas as dores que eu sentir pelo corpo ao me mexer, eu agradeci a Deus em silêncio pela segunda chance, porque Dalilinha quase virou peneira.

Minha mãe e as meninas me olhando com cara de enterro, forcei bem à vista pra ver se eu não tava acordando no meu velório, tentei rir dos meus próprios pensamentos mas doeu foi tudo, aí eu fechei a cara de novo.

Dalila: Eu tô tão feia assim pra vocês me olharem com essa cara de cu? - perguntei baixinho com a voz bem falhada.

Dayse: Aí graças a Deus que você acordou minha menina - veio pra cima de mim mas eu encolhi logo por causa dos machucados.

Marília: Garota tu quer matar a gente de susto? Porra eu sou cardíaca cara - falou com os olhos cheios de lágrima.

Tati: Acho que é bom chamar algum médico né? Sei lá eu sempre vejo isso em filme, quando a pessoa acorda tem que chamar o médico - todo mundo não aguentou e riu, até eu morrendo de dor.

Marcela: Calma gente deixa a menina respirar - falou e eu agradeci concordando com a cabeça.

Adiantou? Não, elas continuaram falando uma por cima da outra e eu nem consegui gritar mandando calar a boca, só foram acalmar os ânimos quando a médica chegou pra examinar.

Tive bastante escoriações pelo corpo por causa do impacto da batida e uma dor insuportável no quadril, o que ela disse ser normal e que iria melhorar com o passar dos dias.

O sistema nervosos fez apagar da minha mente muitas coisas que aconteceram durante a perseguição, a única coisa que consegui lembrar foram flashs de alguns momentos.

Dalila: Você acha que eu consigo receber alta antes de sábado? - perguntei preocupada com o aniversário da Bruninha.

Dr Elen: Olha se você continuar progredindo na evolução, consegue sim pelo menos no sábado de manhãzinha, tá bom? Mas pra isso você precisa cumprir o repouso - concordei com a cabeça dando um meio sorriso.

Dalila: Me sinto cansada quando falo, é normal? - enchi a coitada de perguntas.

Dr Elen: Sim mas vou solicitar mais alguns exames ok? Falou olhando no prontuário dela e anotando umas coisas — a enfermeira vem em breve te da as medicações, qualquer coisa só chamar tá? E sinto muito pelo bebê - falou saindo da sala.

Todo mundo olhou sem entender inclusive eu, que dei um berro, menina rapidinho a minha voz voltouuuu, eu só gritei, QUE BEBÊ??? fazendo ela da meia volta.

Dr Elen: Você não foi informada? Meu Deus me desculpa achei que a médica do outro plantão tinha passado a informação pelo menos pra sua família porque tem aqui no seu prontuário.

Dalila: Tem alguma coisa errada aí doutora, meu diu não tá aqui de enfeite, explica isso direito - falei nervosa, chega o negócio dos batimentos cardíacos começaram a fazer barulho.

Dr Elen: Tenha calma você não pode se exaltar assim. A gestação estava bem no início, pouquíssimas semanas mas devido às circunstâncias do acidente era muito difícil sobreviver por causa do susto entende? Sinto muito, se quiser solicito um exame para ver se o seu diu está no lugar.

Eu concordei pedindo o exame, minha voz sumiu de novo eu fiquei gaga sem consegui expressar nada, nenhuma reação, ela rapidamente saiu da sala.

As meninas tudo olhando pra mim com maior olho de coruja minha mãe chorando, virou um circo, até minhas dores sumiram fazendo assim eu me ajeitar na cama .

Marília: Ai amiga sinto muito você não merece tá passando por isso tudo de uma vez só, você tem o coração tão bom, mas Deus sabe de todas as coisas - acariciou minha mão.

Dalila: Gente? Pelo amor de Deus eu tô bem viu? Tenho 0 vontade de ser mãe e vocês sabem disso - rir sem graça, por dentro eu tava agradecendo a todos os deuses.

Dayse: Minha filha me desculpa por não ter cuidado de você, não ter te protegido, você realmente não merece nada disso minha menina - encostou a cabeça na minha barriga me fazendo gemer um pouco baixo por causa da dor.

Dalila: Mãe você não tem culpa de nada, para com isso a vida que eu escolhi tem seus riscos. E sobre essa criança graças a Deus que foi assim, Deus me livre botar um filho no mundo nessa loucura que eu tô vivendo, se vocês soubessem o quanto estou aliviada - suspirei.

Tati: Dalila sempre tão fofa e amável, chega fico emocionada - fingiu chorar me fazendo mostrar o dedo pra ela.

Marcela tinha saído na hora que a médica entrou na sala, não entendi muito o que ela foi fazer até ver ela voltando pra dentro com um bouquet de rosas lindo, lindo mesmo, fiquei toda emocionada, junto tinha um bilhete que pedi pra me ajudar a abrir, comecei a ler em silêncio porque de fato não sabia se tinha sido ela ou outra pessoa.

"Coe loirão da mais susto assim não que o coração do teu novinho não aguenta, queria poder brotar aí tá ligada? Mas tu melhor do que ninguém sabe que nós não pode, então tô mandando essa parada aí pra tu sentir a minha presença ou pelos sentir que eu tô perto de alguma forma, tomara que a Marcela não tenha sabotado as flor e nem mandando flor feia igual a ela, fica boa logo loirão qualquer coisa que tu precisa teu novinho tá aqui, um beijo do teu preto mais gostoso e cheiroso do mundo"

Fiquei como? Rindo igual uma bobinha né? Com os olhos cheios de lágrima porque eu tô extremamente sensível, a melhor sensação do mundo é se sentir acolhida depois de uma tempestade tão tenebrosa, abracei minhas flores com todo amor do mundo, eu nem sabia onde tava meu celular pra poder agradecer, mas sei que vai chegar no ouvido dele a minha reação ao receber esse bouquet, eu vivo com 3 fofoqueiras minha gente.

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