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Dalila

Bofe perturbado me tonteou tanto no WhatsApp que eu acabei ficando por aqui mesmo, dei uma desculpa bem feia para as meninas mesmo sabendo que elas nem iam acreditar. Um lado meu queria ter ido embora junto com elas mas o outro lado queria muito ficar e o lado sujo sempre vence né? Incrível.

Fiquei foi sozinha na mesa morta de vergonha, super desnorteada sem saber como ia sair dali com aquele coiso sem ninguém notar.

Ai do nada começou maior briga dele com a mãe do filho a garota gritando se achando a dona de tudo, incrível que não pensa nem na criança na hora de arrumar confusão.

Eu levantei olhando bem serinho pra cara dele, fuzilando mesmo, peguei minha bolsa e sai de fininho que eu tava louca pra fazer xixi. Antes de descer as escadas ainda deu pra ouvir ele falando com alguém mandando ir levar a garota, uma boa fofoqueira precisa ouvir o final do babado né?

Desci a escada correndo e fui fazer meu xixi, deu logo aquele momento de reflexão que tu sabe que tá bebada e pior ainda fazendo merda, ainda falei pra mim mesma, parabéns Dalila seu nível de juízo diminui cada dia mais.

Dalila: Aí que susto garoto - falei levando a a mão até peito após abrir a porta e ver ele encostado na parede me encarando com uma cara seríssima.

Mesquita: Coe pensei que ia embora e me deixar igual otario, nem avisou nada.

Dalila: Se eu falei que ia ficar, pra que eu ia fugir? Eu hein - falei encarando ele da mesma forma e rapidinho ele desfez a cara de maluco.

Mesquita: Vai me dá um beijo não? Vem aqui cara, parece que tá com medo - me puxou pra perto dele o que me fez da uma risadinha de nervoso.

Dalila: Aqui na casa da sua mãe? Tá doido? - me encolhi entre em seus braços e levantei o rosto dando um selinho.

Mesquita: Bora meter o pé - ele deu espaço e eu fui andando na frente sentindo a sua presença atrás de mim.

Dalila: E pra onde você vai me levar? - arqueei a sobrancelha

Mesquita: Tu pergunta demais e o medo tá estampado na tua testa - riu me fazendo ficar puta.

Dalila: Se manca se eu tivesse com medo nem estaria aqui - menti me fazendo né.

Depois de fazer todo um charme resolvi subir na moto e segurei firme na cintura dele, bofe ruinzinho eu pedindo pra ele não correr e ele só correndo de malicioso que é, também cada susto eu fui cravando as unhas na barriga dele.

Mesquita: Coe tu é maluca papo reto, o próprio satanás.

falou levantando a camisa e me mostrando a barriga toda vermelha logo que a gente chegou em uma casa na favela mesmo, casa até bonita por sinal, por fora tu nem dá muita coisa mas quando entra fica de boca aberta, bem uma mini mansão, se brincar mais organizada que a minha.

Dalila: Pediu né meu lindo? Pilota igual um doido, foi o susto - falei rindo e encarando bem a barriga dele, mas logo fiquei envergonhada e voltei a olhar pro rosto.

Mesquita: Quem olha assim sai apaixonada, papo de sujeito homem pra tu - deu um sorrisinho e se jogou no sofá bem na nossa frente, enquanto eu permaneci parada no mesmo lugar, olhando bem serinho pra cara dele.

Dalila: A me poupe viu, não tenho culpa se você só arruma mulher emocionada - fiz muxoxo com a boca - tem alguma coisa pra beber nessa casa? Não me ofereceu nem um copo de água e já se jogou aí nesse sofá - rir.

Mesquita: Coe tu é muito debochada, vou tirar teu deboche de qualquer forma, se não for na marra vai ser na porrada.

Dalila: Para de ser cavalo, eu hein - resmunguei - vou preparar a melhor dose de whisky da tua vida, nunca mais vai esquecer, quer apostar?

Mesquita: Eu duvido - deu uma gargalhada - papo reto se tu perder vai me dá o cu, quero nem estresse novinha. O bofe se empolgou esfregando uma mão na outra me fazendo rir super alto.

Dalila: Se manca garoto, quem diz as apostas sou eu, que mane cu - fiz sinal de não com o dedo.

Mesquita: Maior sem graça tu, quero brincar mais não.

Deixei ele resmungando e fui no "bar" pra pegar as bebidas, meu espírito de cachaceira ficou bestinha com tanto whisky, de várias marcas, esse deve gostar mesmo de beber.

Preparei dois copos com bastante gelo e água de coco, boca salivando horrores pra tomar logo uma dose, quando terminei voltei pra perto e entreguei o copo dele.

Dalila: Se você disser que tá ruim vou ter certeza que é mentira - falei bebendo um gole.

Mesquita: Se tivesse valendo o que eu queria, eu ia meter que tava ruim mesmo mas tá aulas, acertou bem na dose que eu gosto, show - senta aqui po tu tá em casa, falou batendo a mão na perna me chamando para sentar no seu colo e assim eu fiz.

Me ajeitei no colo dele e ficamos os dois calados, acho que por não ter muito assunto mas em compensação o clima tava bem gostosinho, coisa de romance mesmo.

Mesquita: Me amarrei na tua desde o dia lá do carnaval - ele quebrou o silêncio olhando pra qualquer coisa menos pra mim.

Dalila: Olha se eu não tivesse me amarrado também, não estaria aqui - esbocei um sorriso sem graça.

Mesquita: Para de cao, tu me ignorou pra caralho - riu sem humor.

Dalila: Acho que o clima tá tão gostosinho pra a gente entrar nesse assunto agora.

Ele nem falou mais nada, só concordou com a cabeça, talvez tenha ficado puto mas no fundo ele sabe que se a gente entrar nisso agora vai da choque, aquela velha história de vidas diferentes, situações complicadas.

DOUTORA 🔫Where stories live. Discover now