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                                     Dalila

Marcela: As meninas foram dormir, acho que tá na hora de conversar sobre a gente né? - falou sentando no meu colo logo após eu me acomodar no sofá.

Dalila: Sim, não dá pra fugir por muito tempo - sorri sem graça.

Marcela: Primeiramente queria te pedir desculpas se te chateou tudo que aconteceu nesses últimos dias, eu gosto de você pra caralho e nunca jamais pensei em te magoar.

Dalila: Você não tem motivos pra me pedir desculpa, se tem alguém errada na história pode ter certeza que não e você. O que a gente teve foi maneiro mas de coração é melhor parar por aqui, eu fiz uma coisa muito feia então não tenho direito de te cobrar nada.

Marcela: Eu imagino o que seja, percebi a troca de olhares no dia da feijoada - falou um pouco triste o que quebrou meu coração, tem que ter peito pra conversar e abrir o jogo assim.

Dalila: Então eu não vou deixar explícito já que você imagina, porque realmente é isso, não vou fazer drama nem dizer que não tive culpa, porque eu tive sim e não me orgulhoso disso, pior de tudo que eu tô gostando então eu precisava abrir o jogo mesmo sabendo que você vai sair magoada de qualquer forma e até com raiva de mim - falei passando a mão na cabeça e jogando o cabelo pra trás.

Marcela: Eu não consigo ter raiva de você, já disse que eu não perco nunca a amizade de vocês por causa de homem nenhum, mesmo que esse homem seja meu irmão talarico - riu e passou a mão no meu rosto devagar, o que me fez rir também.

Dalila: Você tá passando por tanta coisa ai que me machuca chegar com esse assunto agora, só pra te machucar mais, porém não dava pra continuar assim, mesmo que eu e ele não de certo, eu precisava que você soubesse preta.

Marcela: Tá tudo bem, de coração mesmo mas como amiga tenho que te dizer pra tomar cuidado, em todos os sentidos. você sabe que não é a vida que você merece, que não é a pessoa que você merece, tu é uma menina guerreira e batalhadora, tão nova ja conquistou o sonho que muitos ainda estão lutando aí, entende? Não deixe isso se perder,  não deixe esse sentimento cresce de forma que você precise largar isso tudo, porque ficar com bandido é isso amiga, largar teus sonhos em pro de uma pessoa que não tem tempo nem pra sonhar, você é nova nesse mundo aqui, mas eu cresci dentro disso e tô falando com todo meu coração.

Dalila: Eu assino embaixo de tudo que você tá dizendo, eu vou tomar cuidado sim, não quero chegar a esse ponto, calma que é só uma ficada passageira - sorri sem graça.

Mas pra que essa menina foi falar isso? Eu abracei ela e comecei a chorar, ando numa sensibilidade terrível.

senti ela fazendo carinho no meu cabelo e acabei adormecendo pelo sofá mesmo.

Só acordei de manhã com o demônio do despertador bem no meu ouvido, despertador de iPhone é o pior do mundo, tenho ódio.

Acordei logo as meninas pra ir embora, fiz maior barulheira porque preguiçosas do jeito que são, difícil querer ir pra casa essa hora, mas a mami tem que trabalhar.

Mas quem disse? Na hora que íamos botar pra o pé pra fora começou uma barulhada de tiros, pronto entrei em desespero só não me caguei porque não tinha bosta pronta.

Olhei pra cara das meninas sem acreditar, logo na hora que eu vou sair? Pode ser depois não?

Tati: Aí é invasão? Eu tô com medo - choramingou e Marília deu um tapa nela

Marcela: Não sei, vou procurar sabe aqui nos grupos - pegou o celular.

Dalila: Aí Ana Dalila, que situação em - falei pra mim mesmo.

Marcela aliviou a gente, disse que era só comemoração de alguma coisa dos bofe lá, que inclusive hoje seria feriado na favela e teria churrasco patrocinado, o fogo no cu das meninas subiram logo pra ficar.

Marília: Hoje eu tô de folga, aí que delícia.

Tati: Eu vou ligar dizendo que tô com dor de barriga. 

Dalila: E eu não posso me dá esse luxo, boa festa pra vocês - soltei beijos.

Pedi pra elas me levarem pelo menos na entrada da favela e assim fizeram, me despedi quando o Uber chegou e fui embora para a minha casinha, responsabilidade da mami sempre em primeiro lugar.

DOUTORA 🔫Where stories live. Discover now