Estava eu e o Daniel no Jardim dos Bordos, sentados em uma toalha de piquenique xadrez de cor amarela.
Ele arrancou uma flor branca que tinha nascido perto de uma das árvores e colocou em minha orelha com um grande sorriso no rosto e olhos brilhantes. Arrumou uma mecha que tinha caído e contornou meu rosto em um carinho delicado e gentil, me fazendo fechar os olhos e esboçar um sorriso de satisfação.
Ele parou em meu queixo e o segurou com o indicador e o polegar. Abri os olhos para voltar a vê-lo e ele estava mais perto agora, ao ponto de sentir sua respiração calma soprar sobre a minha pele.Até então, olhava em seus olhos brilhantes que exploravam cada canto de meu rosto e pararam em meus lábios. Eu sabia o que ele sentia vontade de fazer, mas não me afastei nem por um momento.
Meu coração bateu mais forte em meu peito, com expectativa e ele aproximou-se mais, bem devagar. Sentia a ansiedade percorrer meu corpo e automaticamente meus olhos também encararam seus lábios rosados. Minha respiração aprofundou-se e senti algo formigar dentro de mim, junto a um forte frio na barriga que quase tirou o ar de meus pulmões.
Ele aproximou-se mais, ergueu seu rosto prestes a finalmente tocar seus lábios nos meus. Fechei meus olhos em expectativa, mas passou-se alguns segundos e ele ainda não havia me beijado apesar de ainda sentir sua respiração misturar-se com a minha. Abri meus olhos novamente, confusa e lá estava ele a tão poucos centímetros de mim, apenas me observando. Ao ver meu pequeno descontentamento abriu um pequeno sorriso provocador, o que me deixou bastante irritada.
Me afastei dele subitamente e olhei para frente. Como pôde me iludir dessa maneira? Achei que ele iria me beijar.
- O que foi? - Ele perguntou com um sorriso sacana e a testa franzida.
- Você é um idiota. - Cruzei os braços, ainda sem olha-lo.
- Por que? O que foi que eu fiz? - Riu.
- Foi o que você não fez. - Revirei os olhos.
- Não sei do que está falando. - Deu de ombros e eu o olhei como se estivesse me insultando.
- Por que está fazendo isso comigo? - Esbravejei.
Ele me olhou confuso.
- Não estou fazendo nada, Lauren. Acalme-se. - Sorriu divertido.
- Então, por que agiu como se quisesse me beijar? - Perguntei transtornada.
- Porque eu realmente quero. - Deu de ombros e eu arregalei os olhos suavemente, surpresa com a sinceridade.
- Então...por que não fez?
- É o você quer? - Perguntou olhando em meus olhos profundamente.
Engoli seco e de repente, me senti nervosa.
- Eu... - Gaguejei, mas não consegui continuar.
Ele me olhava, esperando que me pronunciasse, mas não consegui.
- Você quer que eu te beije? - Ele perguntou mais uma vez, aproximando-se.
Nossos olhos se encontraram e eles brilhavam em paixão e desejo. Era hipnotizante e algo dentro de mim começou a queimar, deixando minha respiração mais pesada.
Ele aproximou-se novamente, devagar, como tinha feito antes, prestes a colar nossos lábios e eu se quer recuei.
Ainda olhava em meus olhos esperando que eu dissesse algo. Eu, por sua vez, não disse nada. Apenas assenti, embriagada com a sua presença tão próxima da minha.- Por que? - Ele perguntou. - Por que quer que eu te beije?
Eu neguei com a cabeça incontáveis vezes. Aquela proximidade era tortura para mim e eu estava prestes a acabar com aquele minúsculo espaço que ainda tinha entre nós.
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Um Retorno Inesperado | ✓
Teen FictionLauren Anderson tinha quinze anos quando teve que se mudar de sua cidade natal para morar em Londres e assim, deixou seus cinco amigos de infância para trás. Dentre eles estava Daniel Campbell, que na época, a garota acreditava que seu dever nesta...