Capítulo 13

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Keira não teve problema algum para vestir algo que fosse azul já que era sua cor favorita. Tinha um conjunto completo na mochila e foi ainda mais longe, passando um batom azul e insistindo que a irmã fizesse o mesmo.

Onji, que não se arrumava tanto com frequência, recusou o batom e aceitou ajuda para prender o cabelo num coque. Era o penteado mais elaborado que sabia.

Will foi com eles no carro, mas, para a infelicidade de Keira, se juntou a alguns colegas em um bar e só apareceria mais tarde.

O festival ocorria bem no centro da Cidade Alta, numa das áreas mais ricas do distrito. As ruas, fechadas para carros, estavam apinhadas de gente vestida de azul, com perucas, maquiagem, acessórios e pinturas. Todas as luzes brancas e amarelas dos postes foram substituídas por azuis, o que fazia as pedras do chão praticamente cintilarem, realçando o azul das rochas. De onde estavam, podiam ver o palácio ao fundo - um prédio de uns vinte andares, repleto de janelas espelhadas que refletiam a cidade à volta.

Uma banda tocava por perto e podiam ouvir mais algumas festas rolando nas redondezas. Como Keira não tinha idade pra sequer entrar em um bar, foram para uma praça onde uma série de barracas formavam um círculo no calçadão, com uma árvore enorme se projetando de seu centro. Caminharam até lá de mãos dadas, com Keira correndo à frente examinando tudo que via e tendo um chilique ao parar em frente um feirante que vendia máscaras.

Onji mal prestou atenção. Estava ocupada demais se sentindo extasiada por estar andando com namorado em público, de mãos dadas ainda por cima. Nem ligava para o fato de o vestido ser super justo e contornar seu abdome definido. Mal conseguia tirar os olhos de Leon. Ele vestia uma camisa preta com um colete azul que contrastavam lindamente com todo o vermelho de seu corpo.

Keira chamou atenção da irmã, a tirando de seu devaneio apaixonado.

— Você tá me ouvindo? – perguntou a garota. Ela segurava duas máscaras de raposa nas mãos – Qual é mais legal pra uma super-heroína? A vermelha ou a azul?

As duas máscaras eram idênticas, mudando apenas a cor dos detalhes pintados na cerâmica branca.

— A vermelha é mais legal, mas você gosta de azul. Não entendi sua dúvida.

— Pelos deuses, você é a pior irmã! Eu disse que se escolhesse a azul ficaria muito óbvio qual minha identidade secreta.

Identidade secreta?

— Ué, praga, então leva a vermelha.

— Mas eu gosto de azul!

— Céus!

A irmã sabia agir igual criança de vez em quando. Onji foi até a banca e olhou em volta, procurando entre as máscaras. Achou uma terceira, com a pintura em azul e vermelho.

— Quanto? – ela perguntou pro vendedor, já pegando a máscara do estande.

O sujeito, sem responder, olhou para os três rostos parados em sua frente, se demorando em Onji.

— Algum problema? – ela perguntou.

— Ah... não – o vendedor piscou e respondeu o valor, parecendo desistir de algo. Por um segundo, Onji achou que se meteria em briga com o nobre. — Vai levar pra sua amiga?

— É minha irmã.

— Nada disso! – Keira se aproximou, abrindo a bolsinha – Eu que vou pagar.

— Deixa de ser besta, Kiki, é só dez contos.

— Não interessa, é pra mim.

— Já ouviu falar em presente?

O Dragão e a FênixOnde as histórias ganham vida. Descobre agora