Capítulo 14

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Onji agarrou Leon pelos braços e gritou "abaixa", puxando ele para o chão junto de si assim que avistou o brilho às suas costas. Sentiu duas flechas passando rentes por sua cabeça e atingindo o tronco da árvore.

Leon se virou para trás no mesmo instante, ficando de pé, e com um movimento dos braços, duas lufadas de fogo bloquearam as flechas seguintes, fazendo-as caírem no chão, fumegantes.

Ouviu passos correndo. Esticou a mão para sua lança, retraída em um cilindro pendurada na cintura de Leon e a empunhou.

Brandiu o objeto com os olhos no alvo: três homens que se lançavam na direção dela com espadas em punho.

Com a agitação, a lança se abriu. Onji se abaixou, golpeando os três nas pernas, de forma circular. Enquanto isso, Leon, de costas, lidava com os dois arqueiros distantes.

Sufocou uma interjeição confusa. Por um momento, pensou estarem sendo atacados por ladrões, mas se fosse o caso, não seriam tão insistentes e já teriam fugido. Em vez disso, retribuíam com vigor. Pareciam ser todos humanos então não podia ser um ataque direcionado a ela... ou podia?

Não queria usar a ponta da lança, mas percebendo a situação grave em que se encontrava, não viu opção. Acertou um dos atacantes no ombro e ele gritou de dor. O chutou no peito, puxando a lâmina de volta e acertou uma cotovelada no segundo, que recuou quando Leon tentou atingi-lo com uma lufada de fogo.

Havia sido salva de uma estocada, mas voltando sua atenção para trás, Leon acabou sendo atingido no braço.

Onji travou por um segundo vendo a flecha cravada na pele dele. Sacudiu a cabeça e deixou seus instintos tomarem conta, recobrando controle para voltar a prestar atenção na luta.

Leon arrancou a flecha como se fosse nada além de um incômodo e atirou uma rajada de jatos flamejantes na direção dos atiradores.

Os dois trocaram um olhar rápido e voltaram sua atenção ao combate. Precisavam se livrar dos atiradores.

— Keira! – Onji gritou.

A garota com certeza já havia visto a comoção e deveria estar procurando pela voz de Onji para voltar. Pessoas passavam correndo por eles, protegendo a cabeça, se afastando depressa pela rua. Talvez fosse apenas uma coincidência estarem sendo atacados, já que gritos desesperados percorriam por toda sua volta. Mas então, um de seus adversários tentou agarrá-la pelo pescoço e ela pode ver com clareza: uma tatuagem de dragão logo abaixo do cotovelo.

Onji travou a mandíbula e focou sua atenção. Não tinha tempo para pensar naquilo.

— Leon, vá até eles – disse ela, desviando de um golpe.

— Não vou deixar você aqui sem cobertura!

Ouviu um grito de dor e um filete de sangue jorrou em seu rosto. Uma raposa havia pulado em um dos humanos e afundava os dentes em seu pescoço. Aproveitou a confusão causada no grupo para golpear com força o rosto do homem que restava, usando o cabo da lança. Ele desabou, nocauteado.

Keira, voltou a sua forma humana com o rosto encharcado de sangue.

— Eu vou até eles, fiquem aqui.

— Não! – Onji ordenou.

Os transeuntes correram para longe, gritando, e pôde ouvir o som ecoando por todos os lados no festival. Se virou para a praça, observando a movimentação da correria. Algo estava acontecendo lá também.

Na mesma hora, alguém pulou adiante de Leon e ergueu os braços a frente, os movimentando de baixo para cima.

Uma parede de gelo se formou como um espelho e as flechas seguintes se cravaram a ela. Uma garrafa de água saiu rolando pelo chão.

O Dragão e a FênixOnde as histórias ganham vida. Descobre agora