Cap 9 - Péssima Brincadeira

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~ Amber ~

Já se passava das nove, e nem sinal dos meus pais. A única coisa que sei, é que Lúcia está mexendo no celular deitada no tapete e Dener na poltrona oposta da minha vendo um seriado qualquer ai na televisão. Um tédio grande continua se instalando por mim, e a única coisa que eu quero é ir para uma festa com todos os meus amigos juntos. Não estou aguentando mais ficar em casa, me sentindo parte dos móveis e fazendo a mesma rotina todos, e todos os dias. Minha dor de cabeça já está no pior nível, e meu corpo está tinindo para voltar à minha vida de antes. Só quero minha curtição normal de volta.

Enquanto isso não acontece, sou obrigada a ficar com cara de paisagem vendo uma coisa que eu nem sei se está falando a minha língua, com um garoto que finge que eu não existo. Se tem uma coisa que eu não suporto, é ser ignorada, e ele está fazendo isso muito bem. Além de ser bastante sociável, sou muito imperativa, e ficar sem fazer nada é minha maior tortura. Meus pais já deviam ter chegado, mas aposto que estão enchendo a cara pelos cantos dessas festas de empresários ai.

Respirei fundo pela milésima vez, enjoada de ouvir minha própria respiração. Levantei e fui para a cozinha, colocando o pouco de refrigerante que ainda restou em um copo pra mim. Fui bebendo devagar, e não demorou muito para Lúcia vir atrás de mim.

  - Eu acho que vou dormir. Você vem?

  - Eu não conseguiria nem se quisesse. Estou em um tédio tão grande que você não está entendendo. - Passei a mão no rosto. - Preciso fazer alguma coisa, não aguento mais ficar quieta dentro de casa!

  - Ah, claro - Ela se aproximou, tirando o copo cheio da minha mão. - E beber um copo praticamente cheio de açúcar vai ajudar muito sua situação.

Cruzei os braços olhando em volta.

  - Amber, desiste. Não importa o que tente fazer pra mudar isso, só vai te trazer mais problemas. Vai dormir que é melhor. Assim quem sabe eles te devolvem o celular mais rápido.

Nem com a droga do meu celular eu estou, apesar de saber o esconderijo bem inteligente da minha mãe. Mexer agora, quando está perto da hora que eles costumam chegar em casa é muito arriscado.

  - Você tem razão... - Suspirei, me rendendo ao cansaço. - Vamos subir. Quem sabe colocando um filme aleatório eu pegue no sono.

A mesma concordou com um sorriso, indo comigo até a sala para subirmos para o meu quarto. Olhei para o sofá e vi Dener... Dormindo? Ele definitivamente apagou ali, enquanto seu celular estava um pouco mais afastado, prestes a cair no chão.

Dei um sorriso malicioso, tendo uma ideia perfeita em mãos. Sei que ele vai me odiar depois - mais do que odeia -, porém, quem liga? Quem sabe assim ele sai desse emprego mais rápido, e decide finalmente me deixar em paz de uma vez por todas. Olhar pra cara dele por um dia inteiro já está me dando nos nervos. Porém, não dessa vez. Vou adorar fazer isso.

Lúcia já estava prestes a passar por mim, quando eu segurei seu pulso, fazendo a mesma recuar e me olhar de maneira confusa.

  - O que foi? - Inclinou o rosto.

  - Olha só isso. - Inclinei a cabeça na direção do Dener, que continua hibernando no sofá.

Ela me olhou, ainda sem entender nada. Revirei os olhos e soltei um suspiro.

  - Ele está dormindo, certo?

Meu "Babá"? (Completo)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora