Meu "Babá"? (Completo)

Cap 23 - Milkshake da Verdade

~ Amber ~

Estamos nessa loja há mais de uma hora e eu já provei sete peças de roupas diferentes. Não sei como a vendedora ainda tem paciência de ir buscar mais pra mim porque nem eu estou mais com paciência de vestir outras peças. Dener está rejeitando todas elas sem hesitar, e isso me faz pensar se ele está fazendo de propósito ou se não gostou mesmo de nenhuma até agora. Okay, confesso que elas não são lá ótimas, e meu estômago já está começando a roncar.

Quero ir embora ou só mudar de loja. Essa parece só ter coisas que não condizem nada com o meu estilo, ou com o estilo de qualquer um, né. Dener já me chamou de tanta coisa que estou começando a querer anotar para chamar ele de nomes parecidos mais tarde.

Coloquei a calça verde legging (quase neon) e uma blusa branca, com pequenos detalhes pretos. Essa vai ser a penúltima tentativa, e se nenhuma das duas ficarem boas, eu apenas vou embora. Chega de shopping por hoje, não da mais. Meu corpo está pedindo arrego, e não vou nem falar do meu estômago. Minha cabeça está doendo só de ouvir a voz do loiro com piadinhas e apelidinhos diferentes à cada peça de roupa que eu visto. Chega!

Saí da cabine e me aproximei deles devagar. O garoto está largado na poltrona, com um braço em cima das costas da mesma e outra mão segurando o celular. Pernas abertas e sentado mais a baixo do que quando vim mostrar o outro vestido, que ele fez questão de chamar de pano de prato.

  - O que acham? - Falei, chamando atenção de ambos.

Dener tirou os olhos do seu celular e ao me ver, ergueu uma sobrancelha.

  - Você está parecendo um semáforo.

Coloquei ambas as mãos na cintura, já considerando jogar meu tênis outra vez na cara dele.

  - Semáforo, jura? - O garoto deu de ombros. Suspirei. - Mais uma descartada, meu Deus. Não aguento mais trocar de roupa!

  - Aposto que a próxima opção vai ficar ótima em você. - A vendedora sorriu, me assegurando.

  - Aquela blusa estranha? - Dener colocou o aparelho no bolso e se virou para ela. - Eu duvido muito, se quer saber.

  - Você é muito negativo. - Até a mulher já está ficando impaciente com ele.

Dener tem um dom incrível que se chama irritar qualquer um sem esforço. Não sei como a mãe dele ainda não tentou o devolver para o útero.

  - Negativo? - Virou pra mim novamente. - Já vestiu quantas roupas mesmo, Amber? Cinco? Seis?

Sete.

  - Duvido muito que seja a próxima, ou qualquer uma daqui. Não me entendam mal, a loja é boa. O problema é ela. - Apontou em minha direção com a cabeça.

Cerrei os olhos, com o sangue começando a ferver.

  - Eu? Você que não gostou de nenhuma! Só fica aí enchendo o meu saco e o dela. - Apontei para a vendedora, que fez muito esforço para não concordar.

Antes que ele pudesse abrir a boca para dizer mais alguma coisa, virei as costas e fui até a cabine fazer a última tentativa de vez. Chega dessa merda. Estou cansada de ficar em pé, e meu corpo está exausto. A fome só está aumentando e o pessoal já deve ter ligado mais de cinco vezes só para perguntar onde estamos.