Cap 62 - Rivalidade

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~ Amber ~

Me faltou ar no momento em que Diana disse as palavras. Meu estômago se revirou e eu fiquei branca, totalmente pálida. Não sei se meus olhos se encheram d'água, mas de acordo com o rosto embaçado da minha mãe, posso afirmar que sim, eles se encheram d'água. Abri a boca para respirar mais fundo, buscando mais e mais ar que faltou nesse pequeno espaço do carro. A janela aberta não foi o suficiente para acalmar as batidas atordoadas do meu coração, principalmente assim que meu peito começou a doer.

Entrei em um blackout tão grande que nem fiz perguntas porque meu cérebro deixou simplesmente impossível dessas palavras serem digeridas e aceitadas. Neguei com a cabeça, vendo minha mãe com um semblante triste tentando me dar apoio através do olhar. Ela também não disse nada, deixando o barulho do vento sendo o único a nos rodear. Não, isso só pode estar errado, tem que estar!

Ele...

  - Amber...

Engoli a seco, fechando os olhos e negando com a cabeça mais uma vez, sentindo meu corpo pesar e o pânico alojado na minha garganta tentar sair para fora, mas talvez fosse mais fácil se ele saísse de uma só vez.

  - Filha, isso aconteceu já faz uns dia, eu não quis te contar porque não sabia se você já estava bem o suficiente. Sabíamos que voltaria correndo quando soubesse, mas também sabíamos que não seria preciso. Rita cuidou de tudo, e você não poderia fazer nada

  - Mas eu estaria lá! - Falei de forma ríspida, sentindo a minha cabeça latejar cada vez mais. - Deviam ter me contado

  - Esperei as coisas se acalmarem primeiro antes de dizer. - Diana olhou pra mim por alguns segundos antes de voltar a sua atenção para a pista. - Quando me ligou e pediu para que eu fosse na próxima semana te buscar, quase te falei o que tinha acontecido, mas você parecia tão decidida a ficar que eu não consegui. Foi difícil no começo, Amber, só que, as coisas já estão melhores. Não se preocupe com nada disso.

Apoiei o cotovelo na janela do carro, sentindo o meu cabelo se debater contra o banco e o meu rosto. Lágrimas começaram a escorrer pela minha bochecha, me fazendo pressionar os lábios. Não sei se fico com raiva, preocupada ou extremamente sentida. Claro que se eu soubesse teria voltado para minha casa na mesma hora sem nem pensar duas vezes. Talvez fosse me arrepender depois, mas naquele momento, no momento que Diana tivesse dito, não teria outra escolha. Não pra mim.

Meu mundo desabou em segundos quando o meu cérebro começou a raciocinar a frase direta que minha mãe soltou, analisando cada palavra e sentindo o peso todo delas no mesmo instante. A ideia de ter estado longe todo esse tempo, na inocência achando que as coisas estariam tranquilas quando eu voltasse foi apenas uma puta ingenuidade. Olha o que houve, o que aconteceu com ele. Eu sabia que o Dener podia se descontrolar algum dia por alguma coisa, principalmente com algo relacionado a raiva, só que, isso não...

Não ele.

Não o garoto que eu conheci e que fiquei perdidamente apaixonada.

Não...

  - Conta desde o começo - Pedi com a voz fraca, me sentindo indisposta a processar o que rolou por conta própria.

Preciso de todos os detalhes para não surtar e entrar em desespero.

Diana respirou fundo e apertou mais o volante, deixando as pontas dos dedos brancas. Me obriguei a desviar o olhar, incrédula demais para tentar focar na reação das outras pessoas. Preciso controlar a minha antes que eu faça alguma coisa muito, muito estúpida.

Meu "Babá"? (Completo)Where stories live. Discover now