Cap 47 - Grande Incentivo

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~ Dener ~

Coloquei a minha jaqueta preta com uma blusa azul por baixo e uma bermuda preta também. Terminei de colocar o tênis e separei o capacete, pondo o mesmo por cima do cabelo ainda bagunçado. Pus o celular no bolso e encarei o relógio, vendo que são quase nove horas da noite. Bom, não está tão tarde e acho que não tem problema avançar alguns semáforos vermelhos no caminho.

Fiz menção em tirar a moto da garagem quando ouvi um barulho vindo da porta da mesma. Nem precisei olhar para saber que se formava uma discussão ali entre os gêmeos que vieram fazer não sei o que aqui em baixo.

  - Eu te disse que ele não ia pegar o carro - Harry falou baixinho.

  - Ah, claro. Vai ficar dando uma de Doutor Estranho agora?

  - Você que podia usar o cérebro para alguma coisa, Hannah.

Pus a moto na calçada de casa e me virei. A garota está abraçando seus próprios braços confirme a brisa gelada está lhe rodeando, enquanto seu gêmeo pôs ambas as mãos dentro do bolso, com seus olhos castanhos curiosos me atingindo. Hannah já deve ter contado tudo para ele, e me sinto melhor não escondendo.

  - Onde você vai? - A voz angelical dela me fez sorrir de lado para ambos.

Peguei meu celular do bolso e olhei para o mesmo, indo até as mensagens e vendo onde marcamos de nos encontrar.

  - Em uma praça aqui por perto.

Os gêmeos se olharam por longos segundos enquanto eu subi na minha moto e pisei no pedal, fazendo a mesma ligar instantaneamente.

  - Não me esperem acordados. - Falei por fim antes de dar partida e sair pilotando pela rua.

Fui criando teorias mentais para tentar entender o porquê estou saindo de casa essa hora da noite para encontrar tal pessoa. Mais do que surpreso, eu estou mesmo é impressionado. Uma parte de mim esperava vê-la daqui há semanas ou meses, mas não tão rápido como está realmente sendo. Ao invés de tentar entender, acho melhor apenas perguntar se ela está bem e o que houve, já que a garota não é bem do tipo que manda mensagem essa hora para um passeio noturno.

Espero que não seja outra coisa ruim, já que mal nos despedimos da última vez. Uma parte minha estava mesmo com vontade de falar com ela, só que, a outra prefere se isolar por um tempo e digerir totalmente o que aconteceu com a Milla. Imaginar como ela deve estar agora me deixa tenso e inquieto. Estou tentando não pensar... A imagem dela chorando enquanto entra no carro é demais pra mim, principalmente sabendo que tudo isso é culpa minha. Até quando vou repetir isso mentalmente?

O vento gelado me deu arrepios, mas apenas fechei os olhos por alguns segundos enquanto continuava a pilotar a moto. Sentir esse gelo nas pernas, mãos e no rosto - já que a viseira está levantada - me trás um ar de liberdade e me tranquiliza mais. A última coisa que estou tentando fazer durante esses dias é especificamente pensar. Noite passada foi boa para dormir, mas a de hoje não tenho certeza se vou ter a mesma sorte...

Respirei fundo.

Quando cheguei, estacionei no canto da calçada, apoiando a moto no descanso e tirando o capacete e pondo sobre a mesma. Joguei meu cabelo loiro para trás e não demorou muito para a visão da garota me fazer respirar pela boca. Ela até que parece bem.

Meu "Babá"? (Completo)Where stories live. Discover now