Namoro De Mentira - Childhood love

80º Capitulo

Quando parei o carro a frente da casa de campo, suspirei aliviada, eu posso sentir o quanto isso me faz sentir em paz e livre, quase como quando estou nos braços do Liam. Meu celular continua com avisos de novas notificações de ligações perdidas e mensagens, mas eu não quero mesmo falar com ninguém agora.

Eu posso estar sendo um pouco irresponsável por ter deixado a Kate sozinha no apartamento, mas eu liguei a minha mãe no meio do caminho avisando-a, eu espero que não fiquem se preocupando comigo, eu apenas preciso de um tempo para mim.

Pego a mochila e saio do carro correndo para não pegar muita chuva, mas quando estou prestes a subir a escada de madeira, acabo deslizando numa poça de lama e caio no chão, rio secamente enquanto penso que hoje não é certamente meu melhor dia. Levanto-me rapidamente e subo as escadas, com a chave eu destranco a porta e abro a porta daquela casa que praticamente é um dos meus lugares preferidos. Rapidamente ligo o aquecedor da casa, antes de subir as escadas e andar para meu quarto, que é o ultimo do corredor do lado direito do corredor, deixo minha mochila em um canto do quarto, antes de puxar a calça moletom para fora das minhas pernas, e decido continuar com o moletom que fica em meio das minhas coxas, ele molhou um pouco, mas de alguma maneira, não quero tira-lo. A casa já está mais quente e eu volto a descer as escadas, ligo a televisão mesmo sem desejo de assistir a nada, e caminho para a cozinha em busca de um pouco de agua.

Eu parei de chorar na metade do caminho até aqui, eu pareço estar num momento de transe, não consigo ter uma emoção correta, é estranho, mas fico feliz por ter parado de chorar. Meus olhos estão ardendo e sei que estão vermelhos, esfrego-os freneticamente enquanto pego um copo enchendo-o de agua logo depois.

Eu sei que tenho que parar para pensar no que está acontecendo, mas não quero, porque sei que ainda não estou bem o suficiente. O que posso fazer? A pessoa que eu mais amo e confio, acaba de me trair com a pessoa que mais me detesta e conta a todos que é o pequeno garoto que sempre quis voltar a ver, que tanto foi importante para mim, menos a mim. Ele sabia esse tempo todo e não me contou. Eu certamente não entendo, eu iria amar saber, eu de alguma maneira sempre desconfiei, mas não queria enxergar o que estava em minha frente, por medo... Eu fui uma idiota. Se ele me tivesse contado, seria tudo tão fácil.

Eu não sei mesmo o que pensar... eu nunca antes havia passado por isso. Essa dor é imensa e estranha, e eu queria de algum modo faze-la ir embora de uma só vez, mas de algum modo sei que o único que poderia manda-la ir é o Liam, o que a trouxe é o único que pode fazer passar. Isso é totalmente ridículo. Eu estar desejando que ele estivesse aqui ao meu lado, mesmo que esteja assim, por sua culpa. Não é totalmente a sua culpa, eu sei. Eu fui uma idiota por não ter me esforçado mais, eu fui teimosa, eu sei, mas eu também penso que se fosse eu em seu lugar eu certamente... não consigo pensar porque esconderia isso dele. Por isso não consigo entender, porque sei que se eu estivesse em seu lugar, eu nunca esconderia algo assim dele. Nem motivo há.

Não sei quanto tempo se passou, mas estou agora enrolada em um cobertor pequeno no sofá enquanto passa algum filme que não conheço e que não desperta nenhuma atenção, mas não quero mudar de canal, eu na verdade, apenas quero fechar os olhos e dormir, dormir e acordar melhor.

Depois de algum tempo tentando de algum modo dormir, sem sucesso, eu caminho para a cozinha para pegar algo para comer, mesmo sem fome, eu sei que não posso ficar muito tempo sem comer. Pego uma maçã e noto pela janela da cozinha que já está escuro lá fora, deve já estar mesmo tarde e eu nem vi o tempo passar. Eu pareço estar anestesiada. Termino a maçã e jogo os restos na lixeira, antes de voltar para sala, mas ao meio do caminho ouço um bater fraco na porta. Fico parada no lugar, enquanto observo a porta de madeira. Quem poderia ser? Isso aqui é longe da cidade e não tem casas aqui perto. Outras batidas suaves são feitas novamente e eu suspiro caminhando até a porta, coloco a mão sobre a maçaneta.